Atual comandante do exército disse que repetiria ação do seu antecessor

Uma reunião entre o general Tomás Paiva, então comandante militar do sudeste, e seus auxiliares no dia 18 de janeiro foi gravada de forma escondida e publicada pelo podcast Roteirices. A reunião ocorreu três dias antes da demissão do então comandante Júlio César de Arruda pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que nomeou Tomás para o cargo.

No áudio, Tomás Paiva afirma que teria tomado as mesmas medidas que o general Júlio César, que até aquele momento estava no comando do exército. Paiva elogia a decisão de Júlio César de impedir a prisão de criminosos no quartel-general do exército em 8 de janeiro, considerando-a “corajosa e correta”. No entanto, vale lembrar que, segundo uma reportagem do jornal The Washington, o comandante militar teria confrontado o ministro da Justiça Flávio Dino de forma incisiva e ríspida, dizendo:

“VOCÊ NÃO VAI PRENDER NINGUÉM AQUI!”

O episódio teria sido um dos motivos para sua remoção do cargo.

Após essa declaração, Paiva elogiou o general Arruda, descrevendo-o como um homem de “coração enorme”, “patriota, sincero e tranquilo”. Na mesma reunião, Paiva também elogiou o general Eduardo Villas Bôas, afirmando que tinha uma relação paternal com ele, quase como de pai e filho.

Paiva atuou como chefe de gabinete de Villas Bôas e participou diretamente da redação dos tweets polêmicos que ameaçavam o Supremo Tribunal Federal antes do julgamento do Habeas Corpus do ex-presidente Lula em 2018.

Cleber Lourenço: Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_
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