DW – Pelo menos 43 migrantes morreram na costa do sul da Itália, após o naufrágio de um barco, informou a mídia local neste domingo (26/02).
Segundo a agência de notícias AGI, a embarcação transportava excesso de peso e partiu-se em duas ao ser atingida por uma onda e bater contra rochas na costa do balneário de Steccato di Cutro, na província de Crotone, na Calábria.
Entre as vítimas está “um recém-nascido de poucos meses”, disse a agência, citando um bombeiro que participa dos esforços de resgate.
Os bombeiros italianos confirmaram, por sua vez, que cerca de 80 migrantes foram resgatados com vida e que havia em torno de 120 passageiros no barco. Estariam a bordo pessoas do Irã, Paquistão, da Somália e do Afeganistão. De acordo com informações dos sobreviventes, entretanto, a embarcação estaria transportando entre 140 e 150 pessoas.
Autoridades italianas afirmaram à agência de notícias Reuters que o barco saiu há três ou quatro dias de Izmir, no leste da Turquia,
Nova lei restringe resgates
Este novo naufrágio ocorre poucos dias após a aprovação no Parlamento italiano de polêmicas novas regras sobre o resgate de migrantes propostas pela coalizão de governo liderada pela extrema direita.
A primeira-ministra Giorgia Meloni, líder do partido ultradireitista Irmãos da Itália, que possui raízes fascistas, chegou ao poder em outubro liderando uma coalizão, depois de prometer reduzir o número de migrantes que chegam ao país.
A nova lei exige que os navios humanitários realizem apenas um resgate por viagem ao mar, o que, segundo os críticos, aumenta o risco de mortes no Mediterrâneo central, considerado a rota mais perigosa do mundo usada por migrantes.
Devido à sua localização geográfica, a Itália é destino frequente de migrantes que saem do norte da África em direção à Europa. Cerca de 105 mil migrantes chegaram ao país no ano passado e mais de 13 mil chegadas já foram contabilizadas este ano.