Rita Serrano disse em entrevista ao Valor que papel público do banco será fortalecido e descartou ideias de privatização
Publicado em 22/02/2023 – 16:25
Brasil de Fato — A nova presidenta da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico que o banco deve atuar pela redução das taxas de juros dos empréstimos e financiamentos concedidos no país. Segundo ela, essa é a função de um banco estatal, como a Caixa, num cenário de crédito escasso e taxas altas.
“O papel dos bancos públicos, de fato, é atuar como política anticíclica”, disse ela, na entrevista publicada nesta quarta-feira (22).
Serrano ressaltou que a Caixa não vai abrir mão de sua rentabilidade para agir de tal forma. Afirmou que a legislação e regras de governança proíbem esse tipo de atuação.
Ela explicou, porém, que, havendo espaço para corte de juros, a Caixa pode fazê-lo. Isso tende a pressionar outros bancos a fazerem o mesmo por conta da concorrência.
“Nada que dê prejuízo para o banco será feito, mas dentro de uma política de concorrência, vale a concorrência. Não é isso que os liberais pregam? O mercado?”, afirmou.
Serrano foi nomeada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a chefia da Caixa, da qual é funcionária desde 1989. Ela também já foi presidenta do Sindicato dos Bancários do ABC Paulista entre 2006 e 2012. Desde 2014, ela é conselheira eleita pelos empregados no Conselho de Administração do banco estatal.
Lula tem reclamado dos juros no Brasil porque, segundo ele, eles limitam o crescimento. As críticas do presidente estão voltadas principalmente ao Banco Central, que define metas para a taxa básica de juros (Selic) – hoje, em 13,75% ao ano.
Serrano afirmou que a Selic neste patamar é prejudicial à Caixa. “Com uma taxa de juros alta, uma das mais altas do mundo, você penaliza a Caixa, que é voltada para o desenvolvimento do país, e os clientes. Quando vou ofertar habitação, por exemplo, é mais cara com essa taxa de juros”, explicou.
Cobrança sobre privados
Ela disse que não existe problema no fato de o banco buscar lucros e, ao mesmo tempo, colaborar com o crescimento do país. Cobrou, inclusive, que os bancos privados façam o mesmo. “Não existe dicotomia. Inclusive os bancos privados deveriam ter um compromisso com o país, investindo no desenvolvimento”, disse.
Serrano reclamou na entrevista do uso eleitoreiro da Caixa durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Disse que o banco concedeu R$ 7,6 bilhões em empréstimos consignados vinculados ao Auxílio Brasil às vésperas do segundo turno. Afirmou, inclusive, que a Caixa não deve mais oferecer esse tipo de crédito, mesmo após mudanças nas regras dele anunciadas pelo novo governo.
“[A Caixa] não vai aderir. Com as novas regras, a operação não se paga”, afirmou. “Além disso, esse produto teve um cunho eleitoral, a Caixa foi o banco que mais ofertou crédito, com R$ 7,6 bilhões. É uma excrescência. Não posso ofertar crédito em um auxílio para uma pessoa se alimentar. Na minha opinião, isso tem de ser anulado.”
Serrano também afirmou que qualquer ideia de privatizar a Caixa ou partes dela estão descartadas. “O desenho que estava colocado no governo anterior era vender todos os ativos, ou abrir capital das subsidiárias, e havia uma discussão de abrir o capital da própria Caixa. Isso não existe mais.”
Edição: Nicolau Soares
EdsonLuíz.
22/02/2023 - 21h35
Senhora presidenta Rita Serrano, o que a senhora quer é fazer Política Fiscal usando a Caixa Econômica, no lugar de quem deve fazer Política Fiscal, que é o Ministério da Fazenda e seu Ministro.
A senhora, sendo negacionista e tentando burlar a técnica econômica, vai enganar o brasileirinho e agradar o populista e ignorante Lula, mas não vai enganar o Mercado, que tem responsabilidade sobre o dinheiro do Catador de Papelão até o do grande Fundo de Pensão, passamdo por responsabilidade com o Capital de Investimento e Capital de Giro privado que estão depositados nos Bancos.
O que a senhora quer fazer atrapalha o Fernando Haddad, …e atrapalha muito!
O Ministro Fernando Haddad é preparado, sério, ainda é bastante confiável nessa área de economia —que ele conhece muito e de forma bastante correta, ao contrário do que dizem os seus detratores.
▪E Haddad está buscando possibilidades de política fiscal corretas em quadro fiscal e político tão difícil.
■Não atrapalhe o Haddad, senhora presidenta da Caixa.
▪Não é apenas equivocado, mas muito perigoso a senhora tentar contornar a política monetária implementada pelo Banco Central desde março de 2021 até hoje, aumentos de juros que o Banco Central e o Roberto Campos Neto fez por causa da expansão de gastos fora das possibilidades feita por Jair Bolsonaro, e que tecnicamente o presidente do Banco Central, o Campos Neto, teve que esterilizar e a taxa de juros que ele subiu entre março de 2021 até agosto de 2022, de 2,75% para 13,75%, está mantida até que o Governo Federal comece a apresentar resultados de correção da Política Fiscal.
Há um “trade-off” que a Caixa deve buscar, e não esse, senhora!. A Caixa Econômica não pode servir para enganar, anular, o Banco Central e sua política monetária e com isso atrapalhar o Ministério da Fazenda na construção de uma política fiscal crível e aplicável.
Não atrapalhe o Fernando Haddad e o Ministério da Fazenda, senhora. Já basta o que a histeria de Lula esteve atrapalhando ao xingar profissional e instituição tão respeitadas como sào o Roberto Campos Neto e o Banco Central.
Não é o juro que atrapalha investimento não senhora. É a Política Fiscal errada que obriga os juros a serem altos e, portanto, é a Política Fiscal errada que atrapalha o investimento.
O Lula e a Dilma já cometeram esse erro lá atrás, de derrubar artificialmente a taxa de juros, e todos nós, inclusive ele, a senhora e tantos petistas sabem na crise econômica que deu. E por fim deu no pior, que foi dar em Bolsonaro.
Não tente enganar, senhora presidenta da Caixa Econômica. Fernando Haddad não está enganando; Haddad está trabalhando sério! Vai dar certo?/Não vai? Isso nós só poderemos ver com o tempo. Mas já é muito bom Haddad não tentar enganar, como a senhora quer fazer.