76% aprovam posição de Lula contra juros altos; Governo dá aumento de 8% para servidores federais
Segundo pesquisa Quaest, 76% dos brasileiros aprovam posição de Lula contra os juros altos. O governo dá 8% de aumento para os servidores federais. Começa oficialmente o carnaval!
Os convidados do Jornal da Fórum desta sexta-feira, 17, são, por ordem de entrada, os jornalistas Iara Vidal, Sara Vivacqua e Bruno Torturra, o cientista político e presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, e o secretário nacional de defesa do consumidor, Wadih Damous.
Apresentação de Miguel do Rosário e Ivan Longo.
Alexandre Neres
18/02/2023 - 12h01
Eis matéria do Correio Braziliense a respeito de como a insuspeita economista Míriam Leitão enxerga o início do governo Lula 3:
Comentarista de economia da Globonews, Míriam Leitão analisou os 45 dias do governo Lula. Segundo ela, “muita coisa andou”. “É impressionante que só tenha 45 dias”, falou a jornalista. “No caso da política habitacional, as pessoas com menor renda voltam para o programa e com subsídio”, destacou Míriam. “Fez uma enorme diferença por exemplo na vida dos ianomâmis. Fez uma enorme diferença no combate ao desmatamento na Amazônia”, seguiu.
E então, qual vocês acham que é a opinião mais balizada?
Por sua vez, ontem o Tio Rei estava afiadíssimao. Vejam trecho da sua coluna no UOL:
…”A propósito: ‘populista’ se tornou o insulto predileto dos sectários de centro.É, na sua boca e na sua pena, o correspondente ao ‘comunista’ dos bolsonaristas e ao ‘fascista’ da esquerda ligeira.Uma dica de leitura:’Do que Falamos Quando Falamos de Populismo’, de Thomas Zicman de Barros e Miguel Lago (Companhia das Letras).’ Magnoli é o exemplo acabado do”sectário de centro’ — coisa que, na verdade, ele pensa ser.
…
Magnoli, o sectário de centro, precisa apelar à polarização que não existe mais para que ele próprio possa fazer sentido.Ah, Demétrio, esse trem já passou.Você já passou.A sua oposição é obsoleta.Não funciona mais mandar ‘prender os suspeitos de sempre’.”…
No fim do texto, Tio Rei afirma que o bolsonarismo harmonizado de Demétrio Magnoli não engana mais ninguém. Parece que a expressão é aplicável a mais gente…
EdsonLuíz.
17/02/2023 - 20h17
A inflação é um fogo ardendo e queimando as pessoas, sendo sempre os mais pobres os mais queimados;
A taxa básica de juros –SELIC– é a água que apaga o fogo da inflação para as pessoas se queimarem menos, mas enquanto a água apaga o fogo sai muita fumaça.
Se você inquirir às pessoas sobre se elas preferem que tenha ou não fumaça nas ruas, elas vão dizer que preferem as ruas sem fumaça. As pessoas só vão suportar a fumaça quando perceberem o fogo que as está queimando.
Se Lula começa a dizer que quer menos fumaça na rua as pessoas, em um primeiro momento, vão concordar com Lula, obviamente.
Todo mundo sabe que quando a gente joga água na fogueira para apagar o fogo aumenta a fumaça. Lula está colocando a culpa da fumaça em quem está jogando água na fogueira para apagar o fogo; ele devia culpar o responsável pelo fogo.
Mas o fogo, nesse caso é a inflação e o responsável por combater a inflação é o Governo Federal.
A fumaça de a taxa de juros estar alta é porque as causas do fogo que alimenta a inflação não estarem sendo combatidas.
Quem deve tomar medidas para o fogo da inflação esfriar é Lula e por isso Lula deveria culpar a si mesmo por a inflação estar quente e tomar as medidas necessárias para esfriá-la. Mas Lula, como populista que é, prefere enganar e colocar a culpa em quem tem que jogar água na inflação, que é o Banco Central, quando quem está fazendo o fogo da inflação subir é o próprio Lula por ter disputado a eleição sem ter um projeto de governo para combater os desequilíbrios econômicos que o Brasil apresenta, desequilíbrios que vieram se acumulando por gastos fora do orçamento e foram ficando mais visíveis em 2010, 2011, 2012… até que em 2013 o Brasil explodiu e está incendiado até hoje.
Governe, Lula! Vocé começou este seu mandato no mês de novembro — que Bolsonaro quando perdeu jogou a toalha de vez e parou até de fingir que governava—- e até agora você não fez nada a não ser espalhar ódio.
Pare de enganar e colocar a culpa de seus erros nos outros Lula! Você está parecendo mais ainda com Bolsonaro do que eu já acho!
Edson Luiz Pianca.
Saulo
17/02/2023 - 20h05
O Banco Central é uma instituição de Estado, dos brasileiros e não do Governo da vez. Serve exatamente para defender a moeda brasileira dos interesses político…assim como o STF deveria defender a constituição por exemplo mas a gente viu muito bem o que aconteceu com o aparelhamento político da Corte.
O que Lula quer fazer é o mesmo, ter o controle e mandar em tudo (diante o caminho aberto que oferecem os idiotaa dos brasileiros como sempre….) e o que falta é o Banco Central.
Até pouco dias atrás a gente ouvia dizer todos os dias que não se pode levantar o dedo contra as instituições democraticas (e coisas afins) mas ao que tudo indica a regra não está valendo mais, foi abolida de um dia pro outro.
Alexandre Neres
17/02/2023 - 15h38
Grande Miguel, assim como a jornalista Dani Lima atestou ontem na entrevista com o cara na CNN, Tio Rei não deixou a menor dúvida sobre quem venceu o debate dos juros hoje na Folha:
Lula vence o debate sobre os juros – REINALDO AZEVEDO
Lula ganhou o debate sobre a taxa de juros -menos nos editoriais, no colunismo e, justiça se faça às respectivas coberturas, também no noticiário. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, surgiu como o candidato a genro ou a sogro nacionais. É lhano, suave, educado e sugere alguma introspecção e vida interior. Chegou a anunciar e a pregar “boa vontade” com o governo. Uau! Havendo interesse, procurem saber o que é o “Quadrado Semiótico de Greimas” para identificar quem Campos Neto entende ser o “doador” e o “donatário” nessa relação. Trata-se de uma concepção de Estado tão absurda que nem errada chega a ser -é mal de uma era; volto ao ponto mais tarde. É muita ousadia para quem não consegue explicar por que temos o maior juro da Terra. Inigualável como a pororoca.
O proselitismo que se produziu sobre a questão sugere uma derrota do petista por nocaute. Deixo, em princípio, a economia para a pletora de expertos (com “x”). O que me incomoda, no que respeita à política, é a gritaria autoritária que tenta cassar a palavra do presidente da República, como se o BC fosse a sarça ardente, que não pode nem ser mirada, de onde emana a palavra revelada Daquele que Não Tem Nome. É incompatível com a democracia. “Ah, mas você criticava Bolsonaro quando atacava o STF.” Fato. Se for preciso explicar a diferença, o esforço será inútil. Então não. Adiante.
Num seminário do BTG Pactual, uma trinca de ouro do mercado sustentou, na quarta (15), que a meta de inflação perseguida pelo BC é inatingível. Refiro-me a Luís Stuhlberger (Verde Asset), Rogério Xavier (SPX Capital), o mais enfático, e a André Jakurski (JGP). Não os estou listando como pessoas que endossam minhas opiniões. Lembro o caso de Stuhlberger: sua opinião sobre a PEC da Transição pautou toda a imprensa. E eu discordei de tudo.
Disse Xavier: “Só alcançamos inflação a 3% uma única vez, em 2016. Agora que a gente passou por todas essas situações inflacionárias, o Brasil resolveu fazer a meta em 3%. Nos EUA, a meta é 3,5% e no Brasil vai ser 3%? É falta de bom senso”. E ainda: “As pessoas nos supermercados vivem com inflação de 10%, 12%. É outra realidade. Eu acho que o custo de carregar uma meta desse tamanho é gigantesco, seja financeiro, seja social, seja político, porque, uma vez que você não atinge as metas, o Banco Central fica restritivo na política monetária”. Luiz Carlos Trabuco, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, afirmou nesta quinta (16): “Hoje, percebemos que o debate sobre os juros necessários para combater a inflação está permeado de ponderações sobre atividade econômica e emprego. É justo e correto dar mais complexidade ao tema da política monetária”.
Pergunto se Três Ases e um Trabuco serão vistos como patetas ou como parte “dessa gente” -deve-se dizê-lo com um misto de desprezo e ironia- que venceu as eleições para destruir os marcos do nosso capitalismo porque imagina, como escreveu um articulista, “estar ainda na Vila Euclides”. A indagação é retórica. É certo que os empresários serão tratados com respeito. E assim deve ser. Eis o busílis.
Entende-se legítimo que operadores de mercado discordem das decisões do BC com uma dureza que Lula não ousou ter, mas se profere o anátema contra o herege que é detentor de um mandato popular. Na origem, há o ódio à política, que nos levou a contemplar o abismo, e uma ojeriza ao Estado típica de teses liberais mal digeridas. Ambicionam vê-lo fracionado em autarquias “independentes” em nome da eficiência. Trata-se de uma reedição das guildas medievais. “Cultuam outra Idade Média situada no futuro, não no passado”, com metaverso e ChatGPT. Não que fossem me convidar, mas me recuso a participar da arruaça intelectual da 5ª Série de Chicago.
Lula tomou para si a responsabilidade política de acusar a nudez do rei “autônomo”. As democracias aposentaram o monarca absolutista e alçaram ao poder, pelo voto, os antigos bobos, que de burros nada tinham (Leiam “O Bobo”, de Alexandre Herculano). E o fizeram para que rompessem silêncios e falsos consensos de cortesãos. Como se nota, nem o trio de ouro explica por que os nossos juros são a maior pororoca da Terra.