Segundo a coluna do jornalista Guilherme Amado, Ministros do Supremo Tribunal Federal consideram que há provas de crimes de militares no 8 de janeiro.
Segundo a coluna, existem dois momentos onde os militares poderiam ser responsabilizados.
O primeiro seria quando impediram a Polícia Militar do Distrito Federal de desmontar o acampamento. Já o segundo momento, seria com a omissão da Guarda Presidencial do Palácio do Planalto. Os militares envolvidos nestes episódios merecem punição? Sim, mas isso é apenas a ponta do iceberg.
Os Ministros do STF enxergam a responsabilização dos militares apenas envolvendo o episódio de 8 de janeiro colocando os fardados apenas como meros executores.
Eles não foram apenas executores! Foram mentores intelectuais de toda a baderna. Principalmente o Alto Comando!
Foram eles que, com os embates com o Tribunal Superior Eleitoral e os pedidos absurdos de auditoria, criaram clima para agitar os extremistas.
Foram eles, com a nota de 11 de novembro de 2022, que chancelaram os movimentos golpistas que já ocorriam ao redor do país, que permitiram que milhares de militares ocupassem cargos no poder civil e usassem as patentes em campanhas eleitorais e redes sociais, que em um silêncio obsequioso, chancelaram Villas Bôas e que tantos outros fizessem política nas redes sociais e muitas vezes ameaçando políticos, jornalistas e outras instituições.
Foi o Alto Comando que permitiu que comandantes militares de quartéis em todo o país oferecessem apoio logístico e material aos acampamentos.
E sabe porque as forças armadas terão que alguns dedos para não perderem as mãos?
Um dos motivos está no Comandante do Exército, o general Tomás Paiva, ele ajudou Villas Bôas na redação dos delinquentes tweets que ameaçavam o STF e já integrava o alto comando quando a infame nota do dia 11 foi publicada com a chancela da pública. Também me pergunto, se Tomás era tão legalista, por qual motivo o acampamento na frente do comando militar do sudeste (que estava sob o seu comando até o inicio de janeiro) só foi desmontado junto com todos os outros?
E Tomás não está sozinho nisso, não faltam generais que embora não estejam no palco, são responsáveis pelo show de horrores dos últimos anos.
Se os membros da cúpula militar dos últimos 6 anos não forem punidos, em breve teremos que desatar outra crise com os costumazes sequestradores do país: às forças armadas.
Ao que me parece, a anistia já começou, serão pegos alguns militares mas os oficiais que orquestraram isso, e permitiram que um general matasse mais de 400 mil brasileiros, sairão impunes.
Sem uma punição do alto comando das forças armadas, o país nunca irá punir os verdadeiros mandantes do 8 de janeiro.