Neste sábado, 11, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo que o Brasil não vai participar de nenhuma “guerra fria” entre EUA e China.
O presidente foi questionado sobre o aumento da tensão entre os dois países depois que os norte-americanos abateram um suposto balão “espião” chinês.
“Nós queremos aumentar a produção de manufaturados, porque só assim a gente pode recuperar a nossa indústria, e a exportação de manufaturados rende mais para o nosso país. Eu não vou participar de Guerra Fria com ninguém”, disse Lula.
Na sequência, o líder progressista lembrou que deverá ir a China em março e destacou as parcerias econômicas importantes tanto com os estadunidenses quanto com os chineses.
“O Brasil tem na China e nos Estados Unidos os seus dois grandes parceiros comerciais. O Brasil tem um superávit muito grande com a China e a gente quer manter essa grande exportação nossa para a China e a gente quer manter o crescimento das exportações para os Estados Unidos”.
Já sobre a guerra da Ucrânia e sua proposta de que países neutros façam a articulação para o processo de paz na região, Lula disse que o presidente russo, Vladimir Putin, precisa recuar.
“O Putin tem que entender que ele está errado ao fazer invasão territorial de um país e que ele precisa voltar atrás. É preciso que a guerra pare para gente começar a conversar”, declarou Lula.
“Eu acho que nós precisamos construir um grupo de países que comece a se organizar pela paz, ou seja, criar uma espécie de G20 pela paz. Nós criamos o G20 quando houve a crise econômica. Portanto, nós precisamos criar um outro instrumento político de países que não estão participando de nenhuma atividade nesta guerra e conversar com eles [Rússia e Ucrânia]”, finalizou.