Fenae critica critérios do processo seletivo para presidência e diretoria da Funcef

Imagem: Divulgação

Pré-requisitos têm base em critérios estabelecidos no governo Temer (MDB) e Bolsonaro (PL) – “notadamente ameaçadores e perseguidores dos direitos trabalhistas e que atendiam aos interesses do mercado financeiro”, afirmou o presidente da Federação

A Caixa publicou, no dia 3 de fevereiro, o edital do processo seletivo para a escolha do presidente e do diretor de Investimentos e Participações Societárias e Imobiliárias da Fundação dos Economiários Federais (Funcef).

É a primeira vez que os dirigentes serão escolhidos por este método – antes indicados pelo presidente da Caixa. Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, embora o processo seletivo seja uma maneira justa de escolher os ocupantes do cargo, os critérios e pré-requisitos exigidos não são democráticos.

Como exemplo, ele citou o requisito que exige comprovação de experiência profissional de três anos, apurada nos últimos 5 anos, em atividades exercidas em áreas específicas. “Nos últimos cinco anos quem exercia tais atividades eram pessoas alinhadas ao governo Temer (MDB) ou de Bolsonaro (PL), notadamente ameaçadores e perseguidores dos direitos trabalhistas e que atendiam aos interesses do mercado financeiro”, observou Takemoto. “É inadmissível que a Caixa imponha esses critérios para escolher os dirigentes da Funcef”, acrescentou.

O presidente da Fenae também criticou a permissão para que qualquer profissional de mercado, de qualquer instituição, concorra aos cargos. “Na Funcef, toda a direção, sejam eleitos e indicados, devem ser empregados da Caixa, uma vez que a Funcef é dos trabalhadores do banco. É inaceitável que pessoas de fora, sem compromisso com os recursos dos participantes, administrem seu patrimônio”, salientou.

O edital também prevê a fusão da diretoria de Investimentos com a de Participação, de acordo com o estatuto da Funcef que reduziu as diretorias executivas da Fundação. “A mudança do estatuto foi imposta de maneira arbitrária pela direção da Caixa, da Funcef e do governo Bolsonaro. A redução das diretorias enfraquece a representação dos participantes na Funcef e não vamos normalizar as alterações que colocam em risco toda a estrutura de governança e os direitos dos participantes da Funcef”, afirmou.

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