Em evento virtual, ministro defendeu regulamentação das mídias sociais
Publicado em 03/02/2023 – 19:53
Por Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Agência Brasil — O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes esclareceu hoje (3) que o senador Marcos do Val o procurou para revelar a existência de um suposto plano para constranger o ministro e, assim, impedi-lo de seguir à frente das investigações que apuram a divulgação de notícias falsas (fake news) e os ataques a ministros da Corte.
“Assim como inúmeros parlamentares, ele [do Val] solicitou uma audiência. Eu o recebi no salão branco e o que ele me disse foi que o deputado Daniel Silveira o teria procurado e ele teria [então] participado de uma reunião com o [ex-]presidente da República [Jair Bolsonaro]”, disse Moraes ao participar, por vídeo, de um evento realizado pela Lide, em Lisboa.
Segundo o ministro, do Val contou que Silveira e outras pessoas próximas a Bolsonaro planejavam delegar a alguém em quem Moraes confiasse a missão de gravar uma conversa com o ministro, tentando obter algo comprometedor. O senador do Val seria esta pessoa, ainda que Moraes garanta que os dois não são próximos, só tendo estado juntos em três ocasiões.
“A ideia genial que tiveram foi colocar uma escuta no senador [do Val] para que ele, que não tem nenhuma intimidade comigo, me gravasse para que, com isso, pudessem solicitar a minha retirada da presidência dos inquéritos”, acrescentou Moraes.
“Indaguei ao senador se ele reafirmaria isso e colocaria no papel [pois, desta forma] eu tomaria seu depoimento imediatamente. Ele me disse que, infelizmente, não poderia confirmar [o relato oficialmente]. Então, me levantei, me despedi e agradeci a presença do senador. Porque, para mim, o que não é oficial não existe”, continuou o ministro.
Apesar da recusa inicial, o senador acabou por revelar a história à revista Veja – que a transformou na matéria de capa da edição que circula a partir de hoje. Antes que a revista chegasse às bancas, do Val falou sobre o assunto em uma transmissão ao vivo, em seu perfil no Instagram. Durante a live, ele chegou inclusive a anunciar que planejava deixar a atuação político partidária.
Diante da repercussão das declarações de do Val, o próprio ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal colhesse seu depoimento – o que foi feito ontem (2). Hoje, Moraes disse que “tudo ainda está sendo apurado”, mas ridicularizou o suposto plano para constrangê-lo.
“Esta tentativa de uma operação tabajara mostra exatamente o quão ridículo chegamos na tentativa de um golpe”, comentou o ministro.
Cartão vermelho
Presente no evento, o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Lula, Luiz Fernando Furlan, perguntou a Moraes sobre como as autoridades públicas responsáveis por tomar decisões às vezes impopulares lidam com o reconhecimento público e o consequente risco de serem vítimas de agressões. Furlan mencionou que Moraes é, hoje, mais conhecido no Brasil que muitos jogadores de futebol, ao que o ministro rebateu dizendo ganhar “bem menos” que os atletas”.
– Mas ninguém pode te dar um cartão vermelho, ministro, brincou Furlan.
– Tentaram me dar o cartão vermelho, mas o VAR não permitiu, reagiu Moraes, se referindo ao assistente de vídeo usado para conferir penalidades no futebol.
Ainda durante o evento, o ministro comentou que os financiadores da divulgação de informações falsas e dos ataques aos Três Poderes que culminaram com a invasão e a depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e da sede do SFT, no dia 8 de janeiro, estão sendo identificados. De acordo com Moraes, muitas dessas pessoas agem “não só por ideologia, por gosto político, mas sim por questões econômicas, já que acabam sendo economicamente favorecidas”.
Regulamentação
O ministro também voltou a defender a regulamentação das mídias sociais, explicando que, embora o assunto seja controverso e ainda não haja um exemplo mundial a ser seguido neste sentido, o principal objetivo, a ser ver, é equiparar a atividade das empresas de tecnologia responsáveis por redes sociais à de companhias de mídia tradicionais.
“O que se defende é exatamente que as mídias sociais deixem de ser consideradas empresas de tecnologia, passando a ser responsabilizadas pelo que divulgam. Que estas empresas passem a ter a mesma responsabilidade que empresas de mídia que ganham e arrecadam com publicidade”, defende o ministro. “Não se trata de analisar conteúdo previamente ou de estabelecer a necessidade de autorização para veicular algo – o que a Constituição Federal jamais permitiria, mas quem tem a coragem de publicar discursos de ódio, antidemocrático, ofensas pessoais, deve ter a coragem de se responsabilizar. O binômio liberdade com responsabilidade vale para a mídia tradicional, televisiva e escrita e, a meu ver, deve também valer para as mídias sociais”, defendeu Moraes.
Edição: Aline Leal
Carlos
04/02/2023 - 16h15
Este animal tem claros problemas psicólogos, tenho certeza que acorda todos os dias procurando na internet o nome dele e se ler algo que ele não gosta e tem algum jeito de se vingar usando os poderes que tem e principalmente os que não tem ele vai.
É claramente uma pessoa com problemas que no ambiente podre que é o Brasil acha espaço e até torcidas (de animais como ele).
Uganga
04/02/2023 - 09h52
O simples fato que um ministro do STF chegue ao ponto de ser envolvido em uma palhaçada dessa me parece claro sinal de quanto ridiculo seja este sujeito…ninguem chega a esse ponto do nada e sem fazer nada.
Essa gente é uma coisa vergonhosa, bem do nivel de Silveira e do outro destrambelhado do Val.
Paulo
03/02/2023 - 22h22
Essa questão, da regulamentação das “mídias sociais”, talvez seja a questão de maior indagação da atualidade, não só no Brasil, como em todo o mundo ocidental – no mundo oriental, obviamente, tirando Japão e Coreia do Sul, tal questão nem é colocada, por razões óbvias de que os demais países da Região não se cuidam de democracias, consolidadas ou pretendentes…
Fanta
03/02/2023 - 21h58
“Não se trata de analisar conteúdo previamente ou de estabelecer a necessidade de autorização para veicular algo – o que a Constituição Federal jamais permitiria.”
O que fizeram por meses no TSE foi exatamente isso, analisando conteúdos previamente chegando ao ponto de censurar um documentário, falas e até uma análise tecnica de um par deles sobre a situação processual do Larápio.
A ministra Carmen Lúcia chegou ao ponto de dizer que tratava-se de clara censura mas de forma “excepcional” se podia censurar pois o conteúdo não era agradável aos olhos ou ao ouvido deles.
Alguém esqueceu ou finge ter esquecido ?
Essa gente é lixo puro, que deveria defender o exato oposto do que fazem.
Fanta
03/02/2023 - 21h48
Ainda tá falando ?
Juízes não falam, não dão entrevista, não comentam sobre política, não dão opinião sobre nada, nem sobre o que os envolve pessoalmente e muito menos apresentam projetos de lei.
Essa porco deve sumir dos mapas, de twitter, das revistas, dos microfones e de tudo qualquer lugar que não sejam os papéis que chegam ao STF e nada mais.
O resto não tem nada a ver com o cargo dele, isso tudo o fazem com o apoio claro da imprensa, principalmente da Globo.
O STF nunca foi essa coisa imunda que é hoje…anos elegendo o mesmo pilantra levaram ao aparelhamento político STF, o resultado é essa porcaria que não e nada mais e nada menos que um poder político… um câncer.
E os brasileiros…? Os brasileiros tem problemas em ler e entender mais so que 3 palavras seguidas.