Sputnik – A decisão da Alemanha de enviar tanques Leopard para a Ucrânia e permitir que outros países façam o mesmo é “historicamente errada”, disse a deputada alemã Sevim Dagdelen, membro do Conselho Parlamentar da OTAN.
Em uma entrevista ao programa de notícias Democracy Now!, Dagdelen sublinhou que, em vez de dirigir armamentos para a Ucrânia, o que preciso é diplomacia.
“A decisão de enviar tanques de guerra para a Ucrânia é historicamente errada. E isso se tornou possível sob pressão, a pressão pesada, da administração Biden dos Estados Unidos na Alemanha”, disse a parlamentar.
De acordo com pesquisas de opinião, a parlamentar observou que a maioria dos alemães são contra esta decisão. O envio de tanques alemães também é do interesse do complexo militar-industrial dos Estados Unidos, porque, em caso de perda alemã de seus veículos de combate, os norte-americanos podem muito bem vender seus tanques para os alemães.
“E devo dizer, francamente, que os Estados Unidos não têm aliados, estão apenas interessados nas suas próprias vontades e estão apenas interessados nos navios”, notou Dagdelen.
Segundo ela, para os Estados Unidos, a Europa é como a América Latina nos anos 70, sendo um continente onde você pode fazer o que quiser. E isso é realmente um problema. A decisão sobre os tanques, a parlamentar disse, “não vai mudar nada no sentido militar, porque a Rússia vai reagir”.
“Mas precisamos de mais diplomacia para acabar com estas mortes. Quem quiser enviar mais armas para a Ucrânia é a favor de mais assassinatos na Ucrânia”, acredita Dagdelen.
Na quarta-feira (25), o governo alemão declarou que havia decidido transferir tanques alemães Leopard 2 para Ucrânia. Tudo isso foi precedido por uma pressão crescente de representantes de partidos do governo no gabinete de Olaf Scholz para tomar uma decisão positiva e rápida sobre esse assunto.
Além do mais, na quarta-feira (25), o governo dos Estados Unidos anunciou que vai enviar 31 tanques M1 Abrams para Ucrânia. Segundo as autoridades norte-americanas, levará meses para entregar os veículos. Além dos tanques, Washington enviará oito veículos de recuperação M88 para Kiev para prestar serviço aos tanques. De acordo com a Casa Branca, os Estados Unidos esperam que as entregas de armas à Ucrânia não só ajudem Kiev em sua defesa, mas permitam que ela tome territórios perdidos, incluindo a Crimeia.
A Rússia já havia enviado uma nota à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) a propósito dos carregamentos de armas para a Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia. O Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que os países da Aliança Atlântica “brincam com o fogo” ao fornecerem armas para a Ucrânia. Dmitry Peskov, o porta-voz do presidente russo, referiu que bombear a Ucrânia com armas do Ocidente terá um efeito negativo.
enganado
26/01/2023 - 18h29
John Foster Dulles (anos 1950) dizia em bom tom:
“””””” Os USA não têm aliados, e sim interesses “”””””” .
Nelson
26/01/2023 - 13h14
O próprio Henry Kinssinger, um dos tantos assassinos a integrar o Sistema de Poder que domina os Estados Unidos, num arroubo de honestidade, declarou:
“Ser inimigo dos EUA é perigoso; ser amigo, é fatal”.
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Estamos notando que Kissinger não estava errado em fazer tal afirmação, pois a Europa ocidental vem sendo deliberadamente desmantelada por política imposta exatamente por seu amigo, os Estados Unidos.
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Dentro da lógica capitalista de eliminar competidores, parece estar bem claro que o projeto dos EUA, já em curso, é destruir o parque produtivo da Europa. O objetivo, ao que tudo indica, é ficar frente a frente e só, a competir com a China.
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A crise de superprodução, aliada à redução do contingente potencial de consumidores, não deixa alternativas aos capitalistas que não seja a de eliminar parques produtivos. Numa situação assim, os mais fortes, econômica e militarmente, vão preponderar empurrando a crise do sistema sobre os mais fracos.
Paulo
26/01/2023 - 12h39
Acho que essa guerra só terá fim quando liquidarem o Putin. Mas isso tem que partir dos próprios russos, evidentemente…