Petroleiros em todo o país se mobilizaram em defesa do Estado Democrático de Direito e em repúdio aos ataques terroristas e tentativas de golpes de bolsonaristas radicais. A categoria aderiu em massa aos atos convocados pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos, que foram realizados na manhã desta quarta-feira, 11, nas refinarias da Petrobrás e em outras unidades operacionais da empresa.
Durante as mobilizações, os dirigentes sindicais reforçaram a importância dos trabalhadores permanecerem alertas contra as ameaças de golpe e de ataques às instalações da Petrobrás. Os trabalhadores também cobraram responsabilização para todos os envolvidos nos atos terroristas e para seus financiadores.
Em ato realizado em Taquipe, uma das poucas áreas de produção da estatal na Bahia que não foram privatizadas, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, ressaltou que os petroleiros seguirão unidos e mobilizados para que a vontade soberana do povo, expressa no resultado das eleições presidenciais, seja respeitada. “Não aceitaremos nenhum ataque à democracia e às instituições da República”, afirmou.
Os extremistas bolsonaristas, em suas redes sociais, voltaram a ameaçar atacar, nesta quarta-feira, as refinarias da empresa, com o objetivo de impedir o fornecimento de combustíveis à população. “Estamos realizando monitoramentos preventivos em conjunto com órgãos de segurança em todas as unidades da Petrobrás. Todos estão em alerta máximo”, informa Bacelar.
Os dirigentes sindicais vêm percorrendo diariamente as unidades da Petrobrás em todo o país para verificar as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações.
O coordenador da FUP afirmou que a reação dos sindicatos de trabalhadores da Petrobrás, contra possíveis ataques às unidades da companhia, desde a noite de domingo (8), evitou “uma catástrofe que seria feita por terroristas que apoiam o ex-presidente Bolsonaro, que está fugido nos Estados Unidos”.
“Desde segunda-feira (9), a PM (Polícia Militar) e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) fazem policiamento nas unidades da Petrobrás em Duque de Caxias (RJ), que segue sem incidentes golpistas. O sindicato está monitorando a situação em conjunto com a vigilância da companhia e marcará presença na portaria da refinaria (Reduc) ao longo dos próximos dias realizando assembleias em todos os grupos de turno”, disse o presidente do Sindipetro Caxias, Marcello Bernardo.
A principal reivindicação levantada pelos manifestantes é que não haja nenhum tipo de anistia aos envolvidos na invasão presenciada na Praça dos Três Poderes, no domingo passado.
Diante do risco de novas ações de grupos fascistas na BR-040 (RJ), Bernardo afirmou que o Sindipetro continua em contato com a Petrobrás para que a empresa garanta o monitoramento do entorno da refinaria.
Os atos em defesa da democracia desta quarta-feira foram realizados na Refinaria de Manaus (Reman/AM), na Refinaria Abreu e Lima (Rnest/PE), na Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor/CE), na Refinaria de Paulínia (Replan/SP), na Refinaria Gabriel Passos (Regap/MG), na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc/RJ), na Refinaria Presidente Vargas (Repar/PR), na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap/RS), na Unidade de Tratamento de Gás de Caçimbas (UTGC/ES), no Campo de Taquipe (BA), no Campo de Macau (RN), no Terminal de Cabiúnas, no Parque de Tubos, no Aeroporto de Farol e na sede administrativa de Imbetiba – bases da Petrobrás no Norte Fluminense. Em São Paulo e no Paraná, os atos foram adiados por causa de temporais.
Durante as manifestações, foram iniciadas assembleias, onde os trabalhadores estão aprovando por unanimidade o manifesto da FUP “Defender a Petrobrás é defender o Brasil: esse é o nosso trabalho. Golpistas não passarão!”. O documento repudia os ataques golpistas e terroristas que colocam em risco a democracia e a soberania nacional.
Os atos desta quarta são continuidade das ações que as organizações sindicais petroleiras vêm realizando desde o último domingo para reprimir as tentativas criminosas de ocupação das refinarias.