O presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira, 29, que o deputado federal Juscelino Filho (UB-MA) assumirá o Ministério das Comunicações no seu governo.
A indicação de Juscelino causou desconforto em boa parte dos aliados de Lula, especialmente na mídia progressista, que esperavam o anúncio do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) para assumir a pasta.
O parlamentar petista acabou ficando com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Já na SECOM da presidência, Lula anunciou o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que é jornalista de formação, como titular.
Antes de anunciar o restante do primeiro escalão do governo, Lula negociou com a cúpula do União Brasil sobre o espaço e a atuação da legenda a partir de 2023. Interlocutores do petista confirmam que a priori o União Brasil – mesmo com a cota de três ministérios – queria “independência” na Câmara, onde o racha no partido é maior.
A proposta da sigla foi considerada obscena politicamente, e a partir dali iniciou-se um clima de tensão entre aliados de Lula e a cúpula do UB. Vale lembrar que inicialmente, o partido de Bivar havia indicado o nome do deputado federal Paulo Azi (UB-BA) para o Ministério das Comunicações. Mas devido a péssima repercussão, Azi recuou.
Na busca pela reconciliação e a presença do UB na sua base, Lula sugeriu que o partido indicasse um outro nome, com perfil mais “transitório” e “político”. Mas por outro lado, o presidente deixou claro que para assumir os ministérios, os 59 deputados do UB na Câmara devem ficar alinhados com o governo.
O resultado foi que após articulações internas, a executiva do União Brasil indicou o nome do deputado federal Juscelino. Com a indicação pacificada, Lula conversou com o parlamentar antes da coletiva e deixou claro que, no curto prazo, sua missão principal será de prosseguir com a expansão do 5G, com a roupagem do novo governo.
Além disso, o presidente eleito reforçou que o seu governo não dará continuidade ao projeto de privatização dos Correios e que o futuro ministro ficará responsável por “desmontar” e “desmobilizar” a proposta junto aos parlamentares do Centrão.