Por Fernando Brito
A prisão do bolsonarista George Washington Oliveira Sousa, artífice confesso da bomba colocada no Aeroporto de Brasília, não é apenas mais um dos muitos episódios do show de horrores promovido pelo bolsonaristas inconformados com a derrota eleitoral.
É terrorismo, organizado e com cúmplices, como o que se encarregou de levar os explosivos para junto de um caminhão de querosene de aviação, o que não é preciso dizer que leva tudo para os limites de uma tragédia de grandes proporções.
Embora a Polícia Civil do Distrito Federal tenha agido com profissionalismo e eficiência, nada explica que, até agora, não tenha havido uma ação da Polícia Federal e que o Ministério da Justiça responda a isso com um silêncio criminosamente cúmplice.
Ou que a Procuradoria Geral da República não esteja nos seus calos, exigindo a abertura de um inquérito sobre um crime que é, manifestamente, da jurisdição federal, por se tratar de um atentado contra o Estado de Direito.
Menos ainda é aceitável que as Forças Armadas permitam e incentivem aquilo que o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, chamou de “incubadora de terroristas”.
Não pode ter outro nome o que está confessado pelo tal George, de que “fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”.
Como também não pode deixar de vir à mente os mesmos métodos do atentado do Riocentro, planejado pela então “comunidade de informações”, há mais de 40 anos.
Não pode acontecer que só os “bagrinhos do terror” paguem por isso. Os mandantes e os omissos diante dele têm de ser responsabilizados.
E não apenas irem embora.
Texto publicado originalmente no Tijolaço