O mundo está se tornando mais complexo e esse processo começou muito antes da pandemia de COVID e do conflito na Ucrânia, acreditam os analistas.
Sputnik – A desglobalização deve ser a principal tendência para os mercados financeiros e a economia mundial em 2023, de acordo com Jared Gross, estrategista do JPMorgan Chase & Co.
Gross identifica três tipos de globalização – política, econômica e social. Segundo ele, esses três tipos de globalização atingiram um patamar de 5 a 7 anos atrás e depois começaram a declinar.
Essa tendência começou muito antes da pandemia de COVID e das consequências do conflito na Ucrânia, explicou Gross. O ponto de virada foi a decisão do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, de introduzir tarifas e barreiras comerciais à China para alterar a política comercial de Pequim, que os EUA consideravam injusta. Os especialistas concordam que Trump estava excessivamente preocupado com o déficit comercial EUA-China.
Pequim, por sua vez, acusou o governo Trump de se envolver em protecionismo nacionalista e tomou medidas retaliatórias. No final da presidência de Trump, a guerra comercial era amplamente considerada um fracasso na sociedade americana. No entanto, o atual presidente dos EUA, Joe Biden, manteve as tarifas em vigor.
Economistas e cientistas políticos apontam que a desglobalização também implica em desocidentalização. O presidente russo, Vladimir Putin, enfatizou muitas vezes que o Ocidente está tentando conter a gênese de um mundo multipolar, iniciando antigos conflitos. O objetivo dos países ocidentais é preservar sua hegemonia. Segundo o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, o mundo está se tornando cada vez mais complexo com diferentes centros de poder.
Alexandre Baraúna
24/12/2022 - 20h12
Aqui no Brasil os economistas que aparecem fazendo análises nos principais meios de comunicação ainda acreditam na fábula do lapis de Friedman.
Paulo
24/12/2022 - 17h16
Somente sob a ótica da ONU a globalização é um processo de controle global, pautado pelo progressismo nos costumes e pela secularização da cultura. Sob outra ótica, porém, trata-se de um processo de multipolarização, como diz Putin, em que, além de múltiplos polos de poder, a dimensão do sagrado continuará existindo (não que eu concorde inteiramente com Putin, nesse aspecto, nem, muito menos, que o considere o defensor do cristianismo, abandonado pelo Ocidente, como ele tenta se passar)…