O líder do PT na Assembleia Legislativa do Ceará, deputado estadual Acrísio Sena, repudiou a ação do governo Bolsonaro de extinguir a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). “O fato gerou revolta em todas as organizações de direitos humanos que tratam do tema, já que a Comissão é prevista pela Constituição e ainda não cumpriu sua tarefa legal em totalidade. O Ministério Público também reprovou a atitude. Trata-se de um ataque baixo à memória das vítimas da ditadura militar e uma tentativa de acobertar os crimes do regime autoritário”, criticou.
A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos foi criada em 1995, com o intuito de reconhecer pessoas mortas ou desaparecidas em razão da ditadura, além de localizar corpos e realizar indenizações aos familiares. O órgão foi extinto na manhã do dia 15/12, duas semanas antes do fim do mandato de Bolsonaro.
Para Acrísio, o ato configura mais um desrespeito contra o estado democrático de direito, já que dificulta a reparação das vítimas e seus familiares. “No apagar das luzes do seu desastroso governo, Bolsonaro quer ainda atender aos interesses dos militares., que absurdamente defendem que não houve ditadura, contrariando os fatos. É mais uma medida que deve ser revogada no governo Lula”.