É terrorismo.
É terrorismo bolsonarista.
É terrorismo organizado e incentivado de dentro do Palácio do Planalto.
O comandante supremo dessa organização terrorista se chama Jair Bolsonaro, o presidente da república que, ao final de outubro deste ano, recebeu aviso prévio de despejo, assinado por 60,3 milhões de brasileiros.
Ontem, dia 12 de dezembro de 2022, em Brasília, aconteceu o seguinte.
A Procuradoria Geral da República pediu a prisão de um suposto “líder indígena”, também pastor evangélico, chamado José Acácio Serere Xavante, por organizar e promover atos terroristas nos últimos dias no Distrito Federal.
Serere vinha divulgando vídeos com chamadas violentíssimas, chamando ministros do STF de “bandidos” e espalhando mentiras sobre o processo eleitoral. Segundo a Polícia Federal, ele também estaria fazendo ameaças de agressões físicas e perseguição a magistrados do STF e ao presidente eleito Luis Inácio Lula da Silva.
E teria sido ele igualmente que organizou ações de bloqueio ao acesso ao aeroporto de Brasília, além de invasões da área de embarque, causando atrasos e cancelamento de vôos, violando o direito de ir e vir de cidadãos brasileiros.
Sua prisão preventiva, portanto, era mais que merecida. Era absolutamente necessária para reestabelecimento da ordem na capital, e para oferecer aos cidadãos brasileiros, prejudicados pelas ações do indígena terrorista, a segurança e a liberdade que lhe estão asseguradas na Constituição Brasileira.
A PF executou sua prisão de maneira discreta, conduzindo-o à sede da instituição em Brasília. O cidadão foi tratado com todo o respeito à sua integridade física, porque, afinal, os bandidos, os violentos, os terroristas, os vagabundos, são os bolsonaristas, não os agentes da PF.
Entretanto, quando a informação sobre a prisão do indígena chegou nos grupos bolsonaristas, o ódio terrorista explodiu, e os delinquentes que estavam acampados diante do quartel general ou que foram ao Alvorada, decidiram ir à sede da PF, invadi-la e arrancar de lá, à força, o agora presidiário Serere Xavante.
E assim o fizeram, aproveitando-se do fato de que a Polícia Federal encontra-se acéfala, com seu diretor ausente, constrangido pela própria covardia, e paralisado por razões políticas. Afinal, os terroristas não são apoiados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro? Não foi o próprio Bolsonaro que, na última sexta-feira, fez um discurso inflamado, elogiando as manifestações golpistas e insinuando que o povo poderia mantê-lo no Planalto, se assim o quisesse?
Os agentes da PF, portanto, desprovidos de comando, reagiram sem força, quase amedrontados. Os terroristas, diante dessa inação, sentiram-se ainda mais animados e passaram a atear fogo em carros estacionados nas adjacências. Nos grupos bolsonaristas, alguns começaram a convocar que fossem ao hotel onde o presidente eleito está hospedado. A segurança de Lula, nesse momento, que é responsabilidade da Polícia Federal, preparou um helicóptero para retirá-lo do local às pressas, o que acabou não sendo necessário.
O Brasil então assistiu, estupefato, as redes sociais serem invadidas por vídeos de moradores de Brasília assustados, mostrando cenas de horror.
Num restaurante situado dentro de um shopping da área, vemos bolsonaristas furiosos adentrando o recinto e ameaçando os clientes, com gritos de “agora é guerra”, e ameaçando queimar seus carros estacionados do lado de fora.
De fato, eles começaram a tocar fogo em carros, de maneira aleatoria, e a quebrar placas e estruturas públicas das ruas.
Um jornalista espalhou em seus grupos um áudio aterrorizante, relatando que os bolsonaristas haviam lançado um coquetel molotov em chamas dentro do ônibus em que ele estava, cheio de passageiros, ferindo uma moça, e naturalmente produzindo enorme pânico em todos.
Depois ficamos sabendo que foram ao menos dois ônibus incendiados. Um deles, os terroristas tentam jogá-lo do alto de um dos viadutos mais importantes de Brasília. Quase o conseguem, mas o ônibus se prende no parapeito e não avança.
A imprensa tenta se comunicar com o Ministério da Justiça e a direção da Polícia Federal, e nada. Silêncio omisso e conivente.
Quem logo se manifesta e convoca uma coletiva de imprensa é Flavio Dino, indicado por Lula para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, instituição responsável, dentre outras atribuições, pela Polícia Federal. Dino dá a coletiva, mas só o que pode fazer é prometer punição futura a todos os responsáveis, e fazer declarações políticas visando tranquilizar a opinião pública. Dino é inteligente e sabe que o objetivo dos terroristas era justamente promover a instabilidade, o caos, e a sensação de insegurança generalizada, tentando se aproveitar desses últimos momentos em que o comando dos órgãos de segurança ainda está em mãos de individuos omissos e coniventes com as iniciativas terroristas e golpistas dos apoiadores de Bolsonaro.
Dino será ministro em breve, mas ainda não é. A falta de comunicação e iniciativa do presidente da república, do ministro da Justiça e do diretor da PF, o seu silêncio cúmplice, é mais um crime contra a ordem democrática.
Apenas mais tarde, o ministro da Justiça, Anderson Torres, se manifestou, mas de maneira tímida, covarde, sem aparece, apenas postando em suas redes sociais algumas mensagens anódinas, dizendo que a situação estaria se “normalizando”.
Importante ter em mente, todavia, que as ações terroristas vistas ontem em Brasília não foram as primeiras. Desde o final do segundo turno das eleições presidencias, o país vem testemunhando atos terroristas recorrentes, na forma de bloqueios de rodovias estratégicas, onde se vê sempre ameaças e agressões aos próprios motoristas de caminhão e veículos particulares que se recusam a participar, e manifestações explicitamente golpistas diante de quarteis militares.
Além disso, o Partido Liberal, partido de Bolsonaro, sob pressão do próprio, decidiu divulgar, às pressas, um relatório mandrake com insinuações falsas sobre a integridade das urnas eletrônicas, sempre visando insuflar suspeitas no processo eleitoral e, com isso, promover a baderna, o caos, a desordem pública.
A propósito, hoje temos a notícia de que o vídeo de um tal argentino, com suspeitas forjadas contra as eleições presidenciais e as urnas eletrônicas, assim como o relatório fajuto por ele apresentado, foi em parte organizado e financiado pelo PL e por aliados de Bolsonaro.
Em suma, o governo Bolsonaro se encerra da maneira como começou: um governo delinquente, antidemocrático, tocado por vagabundos. Na pandemia, Bolsonaro trabalhou abertamente em favor da contaminação do maior número de pessoas, pois defendia a teoria – criminosa, terrorista, assassina – da imunização por rebanho. O resultado foi a morte de mais de 700 mil pessoas, metade das quais poderia ainda estar viva hoje, caso o governo tivesse enfrentado o problema com seriedade que ele exigia.
As imagens difundidas ontem atingem profundamente o bolsonarismo. A prova disso é que muitos apoiadores do presidente, constrangidos, tentam atribuir as ações terroristas a “infiltrados” da esquerda. É uma mentira ridícula, que desmoraliza quem a profere, e por isso mesmo serve a um propósito: o de abrir os olhos para eventuais “inocentes”, úteis ou não, que ainda não entenderam que o governo Bolsonaro é um governo de terroristas, bandidos, vagabundos, que desprezam a democracia, a ordem e a paz.
Lista de vídeos do terrorismo bolsonarista praticado ontem, em Brasília:
1 – Ameaça em restaurantes: Bolsonaristas terroristas entram em restaurante e ameaçam clientes.
2 – Fogo em carros: Bolsonaristas terroristas ateiam fogo em carros estacionados diante de shopping em Brasília.
3 – Ônibus em chamas: Bolsonaristas terroristas incendeiam ônibus e depois tentam usá-lo como arma.
4 – Risco de explosão em posto de gasolina: Bolsonaristas terroristas espalham botijões de gás pelas ruas de Brasília, inclusive diante de posto de gasolina. Também se vê um carro em chamas dentro do posto.
5 – Tentativa de jogar ônibus de cima de um viaduto: Bolsonaristas terroristas tentaram empurrar um ônibus de cima de um dos viadutos mais importantes de Brasília.
6 – Vandalizando: Bolsonaristas depredando patrimônio público.