Enquanto um punhado de lunáticos golpistas permanecem diante dos quarteis, ladrando por uma intervenção militar e o fim da democracia no país, a caravana do Tribunal Superior Eleitoral vem passando a toda velocidade.
No último dia 6, o site do TSE publicou duas notícias importantes: numa delas informa sobre a aprovação, por unanimidade, de contas da campanha do petista; na outra “proclama eleitos presidente e vice-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin”.
Na sexta-feira, dia 9, o mesmo portal avisa que, na próxima segunda-feira, dia 12 de dezembro, será realizada a “cerimônia de diplomação dos eleitos para a Presidência da República nas Eleições 2022”, a partir das 14 horas.
Enquanto isso, os minions continuam diante dos quarteis, agora um pouco mais animados com o discurso destrambelhado do próprio presidente, pedindo “intervenção militar com Bolsonaro”, e repetindo o refrão “SOS Forças Armadas”.
É realmente muito constrangedor, mas emblemático do que se tornou o bolsonarismo, que estejamos testemunhando tantas pessoas fazendo uma defesa tão explícita de um golpe militar no Brasil.
Essas micaretas golpistas, no entanto, se tornam cada vez mais delirantes, grotescas e melancólicas. Num ponto elas são úteis e didáticas: ajudam a deixar bem claro, para toda a sociedade, quais forças apoiam a democracia, e quais ainda sonham em derrubá-la.
Bolsonaro falou nesta sexta-feira, tentando animar os fanáticos. Era o momento de fazer um aceno republicano e pedir aos manifestantes que aceitem a derrota, parem de pedir intervenção militar e vão para casa. Preferiu agir, como sempre tem feito nos últimos quatro anos, de maneira inconsequente e irresponsável. Tornou-se uma figura tão insignificante, todavia, que suas falas não repercutiram no meio político, tampouco produziram qualquer ruído no “mercado”. A poucas semanas de deixar o cargo, Bolsonaro já não tem café no bule.
Já Lula hoje é o dono da torrefadora inteira. Empresários, lideranças partidárias, chefes de Estado, todos querem se aproximar daquele que, em alguns dias, subirá a rampa do Planalto, sob aclamação de uma multidão de apoiadores, e sob o olhar esperançoso, aliviado, feliz, de 60,3 milhões de eleitores.