O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, avalia que o planejamento estratégico da Petrobrás 2023/2027, divulgado nesta quarta-feira, 30, pela empresa, será revisto pelo governo Lula, para incluir investimentos em aumento da capacidade de refino, em projetos de transição energética, com estímulos a fontes renováveis, como biocombustíveis, e encomendas à indústria naval brasileira, com a construção de plataformas e embarcações no país, gerando emprego no Brasil.
“O novo plano deve ser realizado a partir das orientações e prioridades estratégicas dos representantes do novo governo”, diz Bacelar, que é também membro do Grupo de Trabalho (GT) de Minas e Energia, do governo de transição.
Ele lamentou o fato de o planejamento estratégico anunciado hoje não ter deixado explícito o compromisso de suspender o processo de privatizações até o final da atual administração.
Na última segunda-feira, 28, em reunião com o presidente da Petrobrás, Caio Paes de Andrade, representantes do GT pediram a suspensão das privatizações e o cancelamento do processo de conclusão (denominado “closing”) da venda da Refinaria do Amazonas (Reman) e demais ativos com closing previsto até 31 de dezembro. Requerimento semelhante foi feito pela FUP no início do mês, por meio de ofício a Paes de Andrade e conselheiros da companhia.
“O closing da Reman, realizado na data de hoje, 30 de novembro, tinha que ser suspenso. É um absurdo concluir essa operação de forma açodada, no apagar das luzes de um governo especialista em vender o patrimônio público brasileiro a preço de banana”, afirmou o dirigente da FUP.