Por Gilberto Maringoni
Austeridade fiscal não é uma iniciativa episódica ou um freio de arrumação nas contas públicas. Austeridade fiscal é a forma perene de se administrar o capitalismo do século XXI através da ameaça infindável de mais cortes e mais constrangimentos aos orçamentos públicos.
As políticas de austeridade fiscal são sempre brandidas pelo “mercado” e por seus representantes no aparelho de Estado como uma espécie de castigo bíblico contra o pecado capital (!) da gastança, que pode ser tanto o investimento em obras de infraestrutura, quanto o de levar comida ao prato dos miseráveis.
A austeridade fiscal age como ameaça punitiva preventiva contra tentações de expansão de tarefas do Estado, como espada desembainhada sempre pronta a ser manuseada contra os inimigos da boa governança. Austeridade fiscal é a doutrina do choque aplicada à economia.
ESTAMOS EM CRISE, estamos em crise, estamos em crise e é preciso pagar por isso!
A AUSTERIDADE FISCAL é o complemento teoricamente racional ao bolsonarismo de porta de quartel, à chantagem de que se meu candidato não ganhou é porque fraude houve. O apelo positivista-jagunço à ordem equivale à criminalização de políticas fiscais expansivas.
O golpismo dos ressentidos não nasceu junto das políticas de austeridade, mas a quadra histórica de esgarçamento do tecido social, fragmentação do mundo do trabalho, mas o austericismo retroalimenta a busca por soluções mágicas na esfera política.
A AUSTERIDADE COMO MODO DE GESTÃO embute um componente profundamente fatalista e mítico à gestão pública. Depois do infindável sacrifício da contenção de dinheiro, eis que os céus se abrirão e a redenção do crescimento, do emprego e do dinheiro no bolso surgirá por encanto.
O austericismo nos levará a uma solução mágica equivalente à do sebastianismo fardado resultante de vigílias coletivas por 7 dias e 7 noites em frente às tropas enfileiradas ou do socorro que virá dos ETs conectados aos celulares em nossas cabeças. A partir daí, o fogo purificador do golpe nos conduzirá à vida eterna.
AUSTERICÍDIO E FASCISMO caminham, pois, de mãos dadas. Ambos clamam por soluções não-racionais, não institucionais e não-democráticas. Pinochet (e Milton Friedman) cantaram a pedra há quase meio século: é impossível estabelecer políticas alucinadamente liberais na economia sem romper com a democracia.
É preciso queimar pneus, é preciso bloquear estradas, é preciso vaiar Gil, é preciso metralhar alunos e professores em sala de aula, é preciso matar petralhas, é preciso escrever editoriais ameaçadores, é preciso manter o teto, é preciso privatizar, é preciso escrever cartas com conselhos arrogantes a Lula, é preciso lembra-lo que assim ele não vai governar, é preciso lembrar de fazer todos esquecerem as 700 mil mortes, é preciso, é urgente fazer alguma coisa!
AS POLÍTICAS DE AUSTERIDADE – com seu entulho modernizante de teto de gastos, responsabilidade fiscal, superávit primário, entre outras pérolas – são formuladas a partir da teoria econômica do celular na cabeça. E ai dos que não se enquadrarem em suas tábuas da lei: serão condenados ao déficit eterno e à eliminação do mercado, o nirvana dos bobos. Vigiar e punir é pouco. Austeridade e fascismo significa punir e punir em busca da redenção nas quatro linhas de qualquer coisa que surja a cada momento.
Tudo o mais é populismo, e será condenado aos infernos!
carlos
29/11/2022 - 12h40
Tanto que implorei aos paulistas, para votarem no professor Marco Antônio Villa, ao invés de votarem no bananinha, mas infelizmente, votaram no bananinha e na carla zambelle que não faz nada a não fofocas, o bananinha, é ➕ 4 anos na ponte Aérea São Paulo Rio por que ele não nada mesmo, basta o tarcisio freitas que já vai aumentar o salário dele e da corja dele em 50%.
Lanterna dos Tapados
28/11/2022 - 17h03
Certamente Maringoni não escreve para os tapados inveterados, porém devia dar-lhes chance à travessia, ilustrando, como ponte, dada a dificuldade que demonstram com a intelecção.
EdsonLuíz.
28/11/2022 - 12h55
Desculpem, vou fazer uma perguntinha bem infantil.
▪Cuba
▪Coreia do Norte
▪Venezuela
Vivem com seu povo em uma miséria infernal.
Porque eles não fazer expansão quantitativa e se transformam em países miliardários?
Seria das primeiras vezes que a experiência de expansão de gastos em países com situação fiscal crítica daria certo. Depois deles, todo mundo pobre ia querer ser Cuba!
carlos
28/11/2022 - 11h07
Pimenta nos outros no teu é refresco seu imbecil vai procurar uma lavagem de roupa otario patriotario .
carlos
28/11/2022 - 10h48
O que está faltando para juízes arranjaram mais um penduricalho que podem receber até 2 milhões, pasmem os brasileiros e brasileiras Como se não bastass o artigo 5° constituição está lá o citado artigo não serve para as outras classes, se virem prá tentar sobreviver. A fome dói mas ela não palpável.
Querlon
28/11/2022 - 09h59
Eu tenho certeza que o nosso Gilberto Bananoni nao gasta mais do que ganha pois se a mulher dele ficar sabendo vai levar uma panelada na cabeça…rsrs
Bandoleiro
28/11/2022 - 09h57
Contas em dia e austeridade sao duas coisas diferentes; austeridade nao é bom, contas mais ou menos em dia e investir o que eventualmente sobra sim.
O resto sao bananices ideologicas de terceiro mundo.
Canastra
28/11/2022 - 09h55
Vomitou no teclado ?
carlos
28/11/2022 - 09h12
Esse aí paulo guedes, não foi atoa que ele é o posto ipiranga , mas tenho uma definição melhor pra ele , é da escola dr chicaga.