Recebemos de filiados do PDT o pedido de publicar essa carta aberta de desfiliação, que reproduzimos abaixo. Destacamos o seguinte trecho:
(…) Se em 2018 Ciro saiu grande da campanha, apostando no que ele sempre teve de melhor, que é seu projeto e o discurso que aposta na politização, dessa eleição o candidato do PDT não só sai menor do que entrou, como implodiu as pontes que tinha construído com o seu eleitorado de centro-esquerda durante toda sua trajetória política. Não existe nada mais eloquente do erro desse caminho do que a própria campanha e seu tom udenista, por vezes flertando abertamente com valores reacionários, teorias conspiratórias e estética neofascista (fashwave) na comunicação digital no desespero de conseguir votos à direita. O resultado: o pior desempenho do PDT em eleições majoritárias na sua história e o derretimento de Ciro Gomes que desbancou de 13% do eleitorado em 2018 para 3% em 2022.
Abaixo, a íntegra da carta:
CARTA ABERTA de DESFILIAÇÃO do PDT
1) O início de um novo ciclo e as suas contradições
Essa carta simboliza um fechamento de ciclo e um necessário balanço desse período, com início no processo eleitoral de 2018, passando pelas eleições de 2020 e 2022, e ainda, alguns apontamentos para o futuro.
O PDT passou por um processo de renascimento para o primeiro escalão da política nacional com a candidatura de Ciro Gomes nas eleições de 2018. Naquele processo eleitoral Ciro se apresentou como uma grande liderança do campo nacional popular, com um projeto bem delineado, o PND, claramente à esquerda de tudo o que o PT em seus anos de poder propôs e fez. Não à toa, a crítica pela esquerda ao lulismo, somada a um projeto concreto de país, arrastou uma enxurrada de novos quadros, em sua imensa maioria jovens, para o Trabalhismo. Nesse processo o PDT teve uma chance de ouro de se consolidar como a grande alternativa do campo progressista, resgatando seu passado histórico, programático e ideológico, além de sua identidade construída nas lutas em favor da classe trabalhadora e da soberania nacional por figuras como Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Abdias Nascimento, Lélia González e tantos outros.
Todos os signatários dessa carta participaram desse processo que buscou retomar aquilo que o PDT se pretendia desde a sua fundação: um partido socialista, instrumento de defesa e representação da classe trabalhadora, defensor da soberania nacional e das maiorias menorizadas e minorias marginalizadas (mulheres, negros, indígenas, pessoas em situação de rua, etc.), como bem delimitam seus documentos de fundação como a Carta de Lisboa e a Carta de Mendes. Desde o início era clara a tensão entre um setor fisiológico presente no partido, e outro mais ideológico que buscava manter a coerência programática e levar a cabo uma necessária renovação das estruturas partidárias. As votações da bancada do partido no Congresso Nacional, principalmente na Câmara dos Deputados, talvez tenha sido a face evidente dessa contradição interna. O embate entre renovação e manutenção de velhas práticas e estruturas estava dado.
2) O fracasso da construção do PDT em São Paulo
O ano de 2019 com certeza foi o ano de maior fôlego dessa onda que procurava reconstruir o partido pela base. Em São Paulo, por exemplo, a construção de coordenadorias, zonais e dos movimentos partidários foram uma realidade. Reuniões abertas do Diretório e Executiva municipais prometiam participação democrática e direito de voz e voto a todos. A construção de uma militância de base, alinhada com um projeto e com coesão ideológica parecia de fato sair do papel. Apesar disso, já nesse ano a velha prática de “emprestar” a legenda para candidatos com potencial de votos já demonstrava o seu poder de estrago: o voto da deputada Tabata Amaral, menina dos olhos do PDT naquele momento, a favor da Reforma da Previdência foi o primeiro “baque” nessa nova construção, ainda mais com a publicização de um acordo com a direção do PDT que a “desobrigava” a seguir as diretivas partidárias se essas fossem contra os valores do seu grupo, o Acredito. Uma parte da jovem militância rompe com o partido junto com a deputada. Aqui, seguimos com o partido e nossos dirigentes.
Em 2020, apesar da pandemia, a linha foi mantida, com ações organizadas principalmente pelas coordenadorias e zonais, fazendo o partido continuar a existir mesmo com todas as atividades sendo remotas. A questão agora eram as eleições municipais daquele ano. Aqui a estratégia de apostar nos holofotes contando com figuras externas a realidade partidária deu as caras logo de início com a tentativa de emplacar a ostracizada Marta Suplicy como candidata do partido na cidade. No fim, a aliança para compor a chapa na posição de vice com o PSB de Márcio França foi um alento para a militância, até porque parecia um passo importante na garantia de apoio desse partido a candidatura de Ciro Gomes em 2022.
Ainda assim, já ficava bastante evidente a total falta de mecanismos democráticos e de transparência nesse tipo de articulação política por parte dos dirigentes partidários. Sequer a Executiva do partido foi consultada sobre o andar dessas negociações. Sem falar, mais uma vez, em apostas malfadadas em indivíduos pouco transparentes e oportunistas e que ainda assim recebiam todos os holofotes e estrutura partidária, inclusive financeira. Gabriel Cassiano foi mais uma aposta fracassada da direção partidária em São Paulo, uma verdadeira “nota de 3 reais” que não só abriu portas no partido a elementos de um submundo neofascista, do qual falaremos adiante, como se bandeou para o outro lado assim que foi desmascarado, passando a atacar sistematicamente o PDT e a candidatura de Ciro Gomes.
O fracasso eleitoral de 2020 em São Paulo foi gritante, e mais uma vez não houve qualquer espaço interno para um balanço honesto desse resultado pela direção do partido em São Paulo. O que se viu foi um fechamento cada vez maior dos espaços de construção coletiva, mesmo aqueles meramente formais como era o caso das reuniões da Executiva e do Diretório municipais. No decorrer de 2021 foi flagrante o paulatino abandono da construção de base, das zonais e coordenadorias, voltando tudo que existia de estrutura partidária para um único candidato, além do boicote a outros nomes que, em tese, poderiam fazer sombra a essa futura candidatura.
Em 2022 esse processo se afunilou ainda mais e, no fim, o resultado foi mais um retumbante fracasso eleitoral, a candidatura não teve sucesso, não houve ampliação representação parlamentar do PDT em São Paulo e o partido praticamente extinguiu a sua militância de base. Vale ainda ressaltar que partidos nanicos, porém com coesão ideológica, como o PCB e a UP obtiveram votações muito mais expressivas do que os candidatos trabalhistas no estado.
3) Ciro Gomes e a campanha desastrosa de 2022
Ciro sem dúvida alguma é um homem íntegro, e continua sendo um dos quadros mais preparados da política brasileira, algo reconhecido por lideranças dos mais variados espectros políticos do país. Dito isso, duas críticas não podem deixar de serem feitas. Ciro pecou nesse último ciclo em ser uma figura ausente na construção partidária. Sempre foi bastante evidente que ele tinha o papel de ser uma liderança “para fora” do partido, enquanto a liderança “para dentro” sempre foi Carlos Lupi. Se a maior liderança pública do partido se abstém de construir a própria agremiação, tanto o líder quanto o partido se fragilizam no processo de disputa política. Ciro poderia ter sido um grande catalisador de coesão interna partidária em torno de valores claros e de um programa, mas não o fez. O PND, por melhor que seja, é fruto de um grupo de intelectuais em sua maioria próximos de Ciro e seu grupo político, mas distantes do PDT, e é preciso dizer, de bases organizadas na sociedade civil.
A outra crítica é o tom da campanha de 2022, que não deixa de ser o resultado de muitos erros dos últimos quatro anos. Se em 2018 Ciro saiu grande da campanha, apostando no que ele sempre teve de melhor, que é seu projeto e o discurso que aposta na politização, dessa eleição o candidato do PDT não só sai menor do que entrou, como implodiu as pontes que tinha construído com o seu eleitorado de centro-esquerda durante toda sua trajetória política. Não existe nada mais eloquente do erro desse caminho do que a própria campanha e seu tom udenista, por vezes flertando abertamente com valores reacionários, teorias conspiratórias e estética neofascista (fashwave) na comunicação digital no desespero de conseguir votos à direita. O resultado: o pior desempenho do PDT em eleições majoritárias na sua história e o derretimento de Ciro Gomes que desbancou de 13% do eleitorado em 2018 para 3% em 2022.
Vale citar ainda a presença de elementos abertamente ultradireitistas no partido, como os membros da chamada Nova Resistência, e de candidaturas que exaltam uma agenda ultraconservadora que em praticamente nada se diferente do bolsonarismo, como é o caso dos candidatos Comandante Robinson Farinazzo e Victor Marques que baseou sua campanha no apelo a memória do conservador, e por muito tempo fiel defensor de Bolsonaro, Major Olímpio. Essa guinada a direita com flertes pouco disfarçados ao reacionarismo olavista teve como centro de destaque justamente o PDT de São Paulo, que como já foi dito, fracassou na sua construção e em seus resultados eleitorais. Todos esses elementos terminaram de afastar do partido o eleitorado mais a esquerda e seus quadros mais comprometidos ideologicamente com os valores históricos do PDT de Brizola.
4) A desfiliação como o caminho da integridade
No fim, prevaleceram e sufocaram a onda de retomada e renovação velhos vícios como o caciquismo e o fisiologismo, alimentados, antes de qualquer coisa, pelo “cretinismo eleitoral”. Ou seja, um projeto de construção maior, de médio e longo prazo, de militância de base com coesão ideológica e quadros fiéis ao programa foram limados e boicotados em nome dos ganhos eleitorais imediatos que, pior, não vieram. O PDT tinha tudo para ser a alternativa que o campo progressista tanto precisa, mas no fim, com honrosas exceções, não consegue ser mais do que uma legenda refém de figuras oportunistas, ávidas por holofotes e seu quinhão do fundo eleitoral.
Por tudo isso e pela falta de espaço para colocarmos nossas divergências com uma perspectiva real de mudança, o único caminho que acreditamos ser possível para quem mantém a coluna ereta e a integridade como norte é a desfiliação. Como trabalhistas continuaremos no nosso dia a dia a defender os interesses da classe trabalhadora, a soberania nacional e a emancipação do nosso povo. Para isso, acreditamos, não precisamos necessariamente estarmos atrelados à velha estrutura partidária e aos seus vícios aparentemente insolúveis. Outras formas de organização são possíveis, tendo como base a democracia interna e o respeito às divergências, e como norte a construção de uma sociedade justa e igualitária, em outras palavras, continuaremos defendendo o Trabalhismo como o caminho brasileiro para o socialismo, aquele “socialismo moreno” como sonhado por Darcy Ribeiro, perspectiva há muito abandonada pela burocracia pedetista.
Assinam:
Vinícius Juberte – Membro da Executiva Municipal do PDT/SP e presidente da Coordenadoria Leonel Brizola da Zona Oeste/SP
Guilherme Monteiro – Membro do Conselho de Ética, da Executiva Municipal do PDT/SP e ex-presidente da JS/PDT Municipal
Barbara Panseri – Membro da Executiva Municipal e ex-Candidata à Vereança em 2020
Ana Caroliny Fazani – Membro da equipe de Comunicação da Coordenadoria Leonel Brizola da Zona Oeste/SP e Coordenadora de Comunicação do PDT/SP na campanha municipal em 2020
Pedro Júlio – Membro da equipe de Comunicação da Coordenadoria Leonel Brizola da Zona Oeste/SP e Coordenador de Comunicação do PDT/SP na campanha municipal em 2020
Guilherme Almeida – Membro da Coordenadoria Leonel Brizola da Zona Oeste/SP e Coordenador de Comunicação do PDT/SP na campanha municipal em 2020
Barbara Oliver – Ex-Secretária-Geral da Coordenadoria Leonel Brizola da Zona Oeste/SP
Diego Aurélio – Secretário de Comunicação da Zonal Mooca do PDT/SP
Antonio Dominguez – Secretário de Comunicação da Zonal Butantã do PDT/SP Capital
Adriano Balotta – Militante da JS/PDT Municipal
Patrick Luiz – Ex-Presidente do MCT-MG – PDT/MG
Carlos Santos – Militante do PDT/SP
Alexandre
20/11/2022 - 08h42
É uma pena ler uma carta aberta – escrita e divulgada assim dessa forma – de desfiliação de agora ex filiados ao PDT (Partido Democrático Trabalhista). Uma pena mesmo. Triste. Nunca entenderão o espírito público do que Brizola e muitos fundadores e militantes e simpatizantes do PDT tinham e o que é lutar por ideais na construção de um Partido político. E a importância que tem o Partido político para a mudança e transformação necessária e urgentíssima que o nosso País precisaria. É triste e muito ver uma carta apenas destinada a atacar e marcar sua posição. Fisiológica e Sectarista, e a serviço de um pseudo “Deus” e movida pelos interesses de sempre o fatídico adesismo de ocasião. Já vi esse filme repetidas vezes… Bem conduzido e cheio de discursos e “argumentos”. Triste sina do uso e politicagem barata que parece ainda vai assolar por um bom tempo o cotidiano das ações políticas no Brasil. Aos de boa fé que lutaram e ainda luta, peço desculpa por permitir chegarmos a esse ponto. Mas apesar de tudo isso, o PDT com suas imperfeições vai continuar e sobreviver. Resistir é preciso.
EdsonLuíz.
19/11/2022 - 09h38
Se preciso pedir desculpas é aos educados e civilizados daqui.
Este merda passa muito do ponto.
E ele é só isso mesmo: um doutrinado, com suas acusações fraudulentas aprendidas e decoradas nos blogs sujos associados ao lulismo.
Só ignorando!
Mas as inferências absurdas que ele finge que faz e mi cita são muito abusadas.
Alexandre Neres
19/11/2022 - 09h11
Ah Edinho, quanta ingratidão! Lhe estendo a mão e é isso que recebo em troca?
Você nem se dá conta de que está se transformando em um bolsominion furibundo e grosseirão.
EdsonLuíz.
19/11/2022 - 03h41
Esse mané que escreveu aí embaixo tá maluco? Ele me cita, mas fala pela cabeça maluquete dele? Pode não saber o que está fazendo!
Deve ser por isto, por não saber o que está fazendo e por tirar conclusões influenciado pelo viés de sua doutrinação que ele tira as conclusões que quer das falas dos outros. E também deve ser por isso, por não saber o que está fazendo, que o PT espalhou e espalha tanto ódio e contou e conta tanta mentira, a ponto de as toneladas de mentiras e ódios de bolsonaro, que agora compete com eles em ódio e mentiras, ainda estar longe de empatar com o ódio que eles espalharam e espalham.
Ou eles sabem perfeitamente o que fazem e fingem? Fingem por exemplo que não desmontaram várias outras forças políticas e pessoas com mentiras e ódios?
Que merda, essa gente leviana!
Sr José das Conha
19/11/2022 - 03h20
E pensar que o Miguel do Rosário quase perdeu sua alma para fascismo graças a sua devoção doentia ao Cel do Arena.
Eu sou um daqueles que sempre esteve do lado certo e salvei o Miguel com meus comentários críticos.
Alexandre Neres
19/11/2022 - 00h35
Ah, a política. O tal PND é muito bonitinho, uma carta de intenções muito fofa. Como indagou nosso grande Mané (hein, Edson), que de bobo não tinha nada, em época de copa do mundo, se já tinha combinado com os russos. Não estávamos escolhendo a tese mais perfeita, a que mereceria um 10 com louvor, a dissertação mais bem redigida, que atentou para as nossas mazelas e como resolvê-las ou minorá-las, a ser implementada na Lua. Para que exista a possibilidade de ser posta em prática, faz-se mister dialogar com os atores políticos e os diversos segmentos da nossa sociedade, o que nem sequer foi esboçado. O PDT nunca esteve tão isolado. Cartola é muito elucidativo quando trata do abismo que cavamos com os nossos próprios pés.
Corroborando com os signatários, a campanha de Ciro foi uma das mais sórdidas que já houve desde 1989, só equiparável à de Collor e às do bebê chorão que sumiu do mapa. Dando um bico na lição número um que Brizola legou ao campo progressista, Ciro se prestou ao papel de linha auxiliar do bolsonarismo, conforme atestaram recorrentemente os insuspeitos comentaristas da GloboNews. Ainda naquele discurso vexatório de quando saiu à francesa do segundo turno, teve a pachorra de aduzir que a democracia brasileira não estava correndo risco. Nem Ivo nem Cid compactuaram com tamanho desatino. Ciro saiu liliputiano das eleições.
O único partido que ao longo do tempo fez a lição de casa, oriundo de uma construção coletiva e que tem base social, foi o PT. Por isso, não soçobrou juntamente com todo o sistema político que foi abaixo devido ao ataque sistemático desferido desde 2013. Sobrou ao PT ser o fiador de todos os avanços que paulatinamente obtivemos, aos trancos e barrancos, desde o advento da Nova República. Infelizmente, creio que a política partidária jamais voltará a ser como antes e não são muito alvissareiras as perspectivas. A contragosto, sou obrigado a assumir que morro de saudades daquele PSDB antigo.
Temos que agradecer a sorte de termos um líder popular da estatura de Lula. Só por tudo que ele representa, conseguimos obter uma vitória maiúscula nas eleições de 2022, possibilitando que a democracia brasileira retorne ao prumo e saia do fundo do poço. O inominável antes da volta do Pelé da política andava todo pimpão por aí, sem oposição, sem ninguém a lhe fazer frente, até a saída de Mr. Lula das masmorras friorentas da República de Curitiba. Com todos os defeitos, ainda prefiro a do Galeão. Fazendo um parêntesis: será que o menino Ney vai fazer birra na Copa, vai dar piti, que nem a estrovenga? Um gambá cheira o outro
Não posso deixar de comentar sobre as platitudes de quem tem enriquecido seu vocabulário. Pelamor. Nós, brasileiros, somos corruptos por natureza, somos mestiços, somos emocionais, como as mulheres e os negros, em contraposição ao branco do Norte Global, tão racional, tão civilizado, tão correto. Vide a Alstom, a Siemens, a Guerra do Ópio, o extermínio ianque, o macartismo puritano, tão democrático e liberal. Não dá para aturar tamanho viralatismo.
Por último, mas não menos importante, gostaria de hipotecar solidariedade ao EdsonLuiz. Não podemos compactuar com a perda dos canais onde se possa externar as divergências, temos que aprender a lidar com as opiniões contrárias. Vale a pena reproduzir aquela frase atribuída a Voltaire, discordo de tudo o que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las. Uma das boas coisas do liberalismo político é o pluralismo, convém preservá-lo, fazendo a ressalva de que não se pode dar de barato que a democracia formal é mais relevante do que a democracia social. Por sua vez, não se pode olvidar que o discurso promovido pelo gabinete do ódio, disseminando fake news, o qual é propalado aqui no blogue por trolls/bots/minions, é extremamente prejudicial e visa a minar a democracia. Nesse sentido, temos que ser intransigentes, não podemos ser tolerantes com os intolerantes, senão eles subvertem a ordem democrática. Com fascista não se dialoga, se combate. Discordo também neste aspecto do EdtonLuiz, acho bastante perigosa sua permissividade com os atos antidemocráticos, com os ataques sofridos por ministros do STF, com a falsa simetria que tenta estabelecer entre o líder democrático de centro-esquerda e o autocrata de extrema-direita, descaracterizando a bipolarização assimétrica. Essa postura de naturalizar o neofascismo é o amálgama que possibilita o florescimento dessa excrescência em nosso país, sem isso a barbárie não teria se entranhado e esgarçado o tecido social.
Nelson
18/11/2022 - 23h41
O que é que sobrou no PDT da trajetória do grande Leonel Brizola, depois que ele, lamentavelmente, nos deixou?
20%, 10%? Menos que isso?
–
Não gosto de dizer isso, mas, me parece que o PDT segue firme no rumo de se transformar num novo … PTB (PTB pós-anistia).
A meu ver, o Ciro nunca se identificou verdadeiramente com a trajetória de Brizola.
ana
19/11/2022 - 13h15
O CIRO dos anos 90 falava mal do Brizola
eu tava revendo as campanhas de 2002 e vi uma propaganda eleitoral que mostrava q o ciro se aliou a quem ele falava mal e o brizola tava incluso nisso
Cassio
18/11/2022 - 22h33
Blogzinho de 5a q vc lê e comenta. Né, leitor de 5a! Né, comentador de 5a! Né, cirista de 5a…
Paulo
18/11/2022 - 22h26
Ciro é muito mais qualificado, moral e intelectualmente, que Lula ou Bolsonaro, mas lhe falta aquele amálgama que lhe permitiria ser um líder. Temo que nunca conseguirá…Ainda mais agora, com essas duas pedras de tropeço. Se for esperar pelo passamento de ambos (algo que, entretanto, pacificaria o país), Ciro passará junto ou pouco após…De qualquer maneira, ficará sua história e seu exemplo…Ele é, à esquerda, talvez, o que Ulisses representou à direita…
Mario
18/11/2022 - 21h12
Lula inseriu seus acéfalos puxa-sacos em vários partidos, para implodi-los e destruir qualquer oposição. Assim fica mais fácil impor sua cartilha neoliberal. Pra quer ter um projeto de país? melhor é ter uma toalha estampada com a cara do teu mito.
Vamos ignorar toda a canalhice que fazem contra o Ciro desde 2010 para sabota-lo de todas as maneiras. O grande pecado é não se ajoelhar ao Deus Lula, o mito dos bovinos vermelhos.
esses lulaminions só entraram no PDT para fazer essa palhaçada. Vão tarde seus bostas!!
EdsonLuíz.
18/11/2022 - 20h04
A risca de giz entre democracia e não-democracia é a existência ou não de canais de comunicação abertos onde se possa externar divergências.
Eu posso ter concordância zero com a linha editorial de ‘ocafezinho.com’, mas admiro a democracia interativa nos repostamentos deste jornalzinho e tenho obrigação de observar essa abertura para interação.
Arthur
18/11/2022 - 19h51
O fato do Miguel do Rosário dar espaço pra uma carta mentirosa assinada por meia dúzia de traidores irrelevantes que só falam fantasia mostra o tamanho do Cafezinho:
Um blogzinho de quinta categoria para ser ala acessória do Quaquá fazendo lado B para um governo neoliberal.
EdsonLuíz.
18/11/2022 - 19h04
Ciro é um político importante no processo brasileiro.
A sociedade brasileira é muito corrupta e fisiológica, sendo o fisiologismo brasileiro uma derivação dessa nossa cultura de corrupção.
A sociedade é sempre a sociedade política! A política expressa toda essa cultura fisiológia e corrupção de nossa sociedade nas casas de representação, cultura política essa que se gradua no Senado e na Câmara. Sempre foi assim —e não poderia ser diferente—, de a política do país espelhar a sociedade.
“Nossa política é deprimente”, é uma de minhas platitudes mais recorrentes. Não posso evitar repetir; nossa sociedade repete platitudes que penso que só podem ser expressadas com outras platitudes.
Ciro Gomes é um político importante porque Ciro faz contraponto a essa nossa cultura política fisiológica e corrupta.
Falam: os senadores eleitos agora são mais de direita; os deputados eleitos agora são mais conservadores. Não são! Os eleitos de agora e de sempre são várias coisas, como é na sociedade, mas as grandes marcas desses caras que constroem carreira política como projeto pessoal é a corrupção e o fisiologismo, quer eles se digam de esquerda ou de direita. Sempre foi assim e isso não se altera. Para alterar isso nós precisaríamos ter forças políticas progressistas importantes presentes nas casas de representação, e não temos. Mesmo o partido com uma proposta mais moderna e progressista, o Partido Cidadania23, em sua correlação interna não consegue refletir suas propostas e formulações integralmente, e ainda carece de maior peso eleitoral. Outras duas promessas progressistas, uma à esquerda: o PSOL; e outra à direita: o Partido Novo, vivem conflitos internos que não confirmam o progressismo e, assim como o Partido Cidadania, não têm conseguido maior força eleitoral.
Todos esses outros atores e forças políticas não se associam a um projeto nacional. No máximo eles fazem declaração de intenção nacionalista, o que pioraria tudo se isso fosse sincero da parte deles e ainda bem que não é, como de resto neles nada ou pouca coisa é sincera. O nacionalismo não passa de um bairrismo ainda mais atrasado e um nacionalismo dessa gente fisiológica e corrupta nos transformaria em uma Rússia do Vladimir Putin e pioraria tudo.
Outra marca da nossa política, crescentemente, é o individualismo, derivado ele também de como tem amadurecido a sociedade no Brasil.
Por essa nossa cultura, o político que conquista sucesso e que consegue expandir e conservar o poder conquistado não o faz para honra e glória do seu país e do seu povo.Não o fazem por patriotismo. Aqui no Brasil o projeto é pessoal e sequer um governo partidário é possível, porque os aparelhos de Estado e instrumentos de política pública têm que ser retalhados e distribuidos entre vários detentores de mandato, e mandatos conseguidos com o uso de fisiologia e corrupção, e não dentro de um projeto partidário.
Ciro, ao amadurecer sua visão política, se ligou ao projeto que Tasso Jereissati liderava no Ceará e assumiu a liderança desse projeto. Esse projeto político no Ceará avançou processos importantes em alguns setores, sendo economia regional e educação, de quem vê aqui de longe, os setores mais visíveis. Mas um cearense que veja o processo de perto e sem vícios ideológicos pode destacar mutas outras coisas deste processo cearense.
Ciro, por suas características, se torna um político alternativo no processo político brasileiro e como todo alternativo, em qualquer área, Ciro é vulnerável. Todo alternativo não está apropriadamente integrado no processo social e político em que está inserido e por isto sofre exclusão, a não ser que renuncie àquilo no que acredita e passe a viver como os outros e a servir a projetos de terceiros.
Para realizar essas ideias que defendia Ciro tinha o Ceará, que implantava e repercutia essas ideias para o Brasil. Ciro precisava cuidar eleitoralmente e não perder o Ceará. Todo projeto político, seja pessoal, seja particular de um grupo ou seja partidário, precisa de um polo que o repercuta, e o em que estava Ciro, esse polo de repercussão era o Ceará.
Não é mais; Ciro perdeu o Ceará. Tomaram o Ceará de Ciro!
Não buscando poder pessoal, mas buscando realizar um prjeto pensado (não importando aqui o quanto eu concordo ou discordo desse projeto), Ciro foi absorvendo outras forças políticas regionais, foi perdendo espaço no Ceará, cedeu no Ceará muito espaço para o petismo, que é sabidamente uma força hegemonista, e o PT esvaziou Ciro e tomou-lhe o Ceará.
Logo o PT, a quem Ciro havia dado tanto e certamente ele não contava que lhe pudessem tirar tudo e até o Ceará lhe tiraram.
Agora, Ciro precisa desistir de projetos que dependam de sucesso eleitoral ou se reinventar como político. No Ceará eu não creio que Ciro, desiludido e magoado, tenha energia para recomeçar. Se a escolha for continuar, melhor será que Ciro avalie suas possibilidades em alguma capital ou cidade gigante, onde realize e, dali, repercuta suas ideias. Penso que Juiz de fora é uma possibilidade muito boa para o que Ciro tem para realizar e repercutir para o Brasil. Mas eu primeiro avaliaria São Paulo ou Salvador.
Edson Luiz Pianca.
edsonmaverick@yahoo.com.br
Netho
18/11/2022 - 14h19
Sabe-se que, sem exceção, os signatários-trânsfugas do trabalhismo serão recepcionados pelo PSDB paulistano que já lhes apresentou a ficha de inscrição. No caso mineiro, o PSD e o Novo já lhes acenaram, efusivamente.
Edu
18/11/2022 - 14h13
Ciro seria eleito facilmente em algum condomínio, como síndico, em Paris, né ?
Prof. Flávio
20/11/2022 - 12h05
Ciro Gomes é ficha limpa, têm projeto e é DISPARADO o mais preparado.
O povo brasileiro têm os governantes que merece, depois reclama que é roubado e come osso.
June
18/11/2022 - 13h20
A “chegada” impositiva neoliberal de Tábata e mais a frente, a obsessão nociva e o rancor desmedido de Ciro, e em seguida, a concedida liberdade e a permissão para um aventureiro oportunista e reacionário chamado Castagnol, de JF/MG, nas redes sociais, sob a omissão e/ou bençãos do Lupi, adoeceram profundamente o PDT… Triste.
Sá Pinho
18/11/2022 - 11h47
Resumindo o mais que sabido e anunciado fim de ciclo no PDT, ao término da 4ª temporada:
Ciro, o pequeno, sairá do PDT em busca do oitavo partido a servir de cenário político às novas temporadas, 2023/2026 e 2027/2030.
Será o Cidadania, de retorno ao passado partido da temporada de estreia em 1998, então denominado PPS?
“Vivendo e não aprendendo a jogar
Vivendo e não aprendendo a jogar
Quem tem amigo cachorro / Quer sarna para se coçar /
Boca fechada não entra besouro / Macaco que muito pula quer dançar
Vivendo e não aprendendo a jogar
Vivendo e não aprendendo a jogar…”