A Federação Única dos Petroleiros (FUP) quer ampliar participação nas discussões internacionais sobre mudanças climáticas. Por isso, está na COP27, que ocorre no Egito, debatendo o tema sobre transição energética justa no setor de petróleo e gás no Brasil e no mundo.
É a primeira vez que a federação, que reúne 13 sindicatos, tem presença ativa em uma conferência do clima (COP), da Organização das Nações Unidas (ONU). “É fundamental a participação dos trabalhadores petroleiros para que possam influenciar no tema, façam parte dessa transição e que ela seja sustentável, inclusiva e para todos. Não podemos ficar de fora desse debate”, afirma o diretor de Relações Internacionais da FUP, Gerson Castellano, preocupado com o processo do aquecimento global e seus impactos de escassez de recursos naturais a médio e longo prazo.
Castellano, junto com o economista Cloviomar Cararine, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção FUP), participa do painel Transição Energética Justa, na próxima quarta-feira, 16. Ele apresenta o tema sob o viés dos trabalhadores e da sociedade, além de discutir as perspectivas da transição do petróleo no país e os caminhos legislativos e políticos necessários para que ela aconteça.
Segundo Castellano, na transição energética justa, o processo de substituição de matriz energética não passa só pela modernização e descarbonização dos processos, mas também pelo respeito aos territórios, às demandas populares e aos princípios de dignidade humana.
A FUP defende que a Petrobrás volte a investir em pesquisas e que caminhe na direção de uma transição energética justa. “Hoje temos no Brasil grande parte de pessoas que não tem acesso à energia elétrica, gás para cozinhar seus alimentos e água tratada. Queremos uma Petrobrás voltada para a sociedade, de forma ampla e responsável. Já indicamos isso em documentos enviados para a equipe de transição do governo federal”, observa o diretor da FUP.
Entre as propostas da FUP ao futuro governo no setor da transição energética, destacam-se:
1. A revitalização do programa de biocombustíveis da Petrobrás, com a preservação da PBio (Petrobras Biocombustíveis) e a retomada de suas plantas de produção de biocombustíveis.
2. O retorno da atividade da Petrobrás na geração de energia por meio de usinas eólicas e solares, assim como o investimento em pesquisas para o desenvolvimento do hidrogênio verde.
3. A produção de energia elétrica por meio de termelétricas a gás natural será uma necessidade do país nos próximos anos, inclusive como preparação para uma transição energética efetiva, com o fechamento das termelétricas movidas a carvão e óleo diesel. A perspectiva de barateamento do gás natural no curto/médio prazo amplia essa oportunidade.
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!