O ministério da Defesa publicou hoje, nervosamente, uma série de postagens para “explicar melhor” o relatório divulgado ontem, no qual não apontava nenhuma fraude ou irregularidade nas eleições presidenciais.
Não poderia ser mais ridículo. Mas também não poderia ser mais claro. A Defesa cumpre ordens do presidente Jair Bolsonaro, que deve ter ficado furioso com o teor vazio do documento, e sobretudo com o sentimento de mal estar e frustração com que foi recebido pelas vivandeiras acampadas diante dos quarteis.
O novo comunicado não traz nada de novo. Busca apenas enfatizar que o relatório divulgado ontem (respire fundo): “embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”.
É a mesma coisa que afirmar que ainda não foi encontrada vida extraterrestre em nossa galáxia, mas nada garante que não poderia haver.
O país tem uma instituição que cuida desse tipo de coisa, o tribunal superior eleitoral. A ela cabe, constitucionalmente, cuidar do processo eleitoral, assim como cabe à polícia militar cuidar da segurança pública nos estados, e aos militares cuidar da nossa defesa contra inimigos externos.
Esse novo comunicado da Defesa, portanto, é apenas irresponsável, e vai na direção contrária à própria missão constitucional das Forças Armadas, que é de promover a paz. É um apito de cachorro para atiçar a matilha fascista. É, portanto, uma ação tresloucada, que deveria ser alvo de investigação da Procuradoria Geral da República, pelo Supremo Tribunal Militar, e autoridades competentes; os autores desse comunicado deveriam ser processados por crime de prevaricação e atentado à ordem democrática.
Até quando a sociedade brasileira ficará refém dessa palhaçada?
Se um dia o Brasil for atacado por outro país, certamente os militares não pedirão ajuda aos ministros do TSE. Da mesma maneira, em se tratando de eleição, os militares não tem que se meter. Não é de sua alçada.
Uma nova manchete desse comunicado poderia bem ser: “Ministério da Defesa reitera que não encontrou fraude nas eleições”.
Só que dessa vez, o objetivo, em linguagem quase infantil, para que seja melhor assimilado pelas pessoas com graves problemas cognitivos que ainda não aceitaram o resultado das urnas, é justamente insinuar o oposto, a saber, é lançar suspeitas.
Com isso, agora sabemos de onde veio o “código malicioso” mencionado no relatório. Não está nas urnas, nem no TSE. Veio diretamente das dependências onde um presidente ocioso, vagabundo e golpista, que ainda tenta, de alguma maneira, tumultuar a democracia.
O resultado, todavia, é melancólico. Não é função do Ministério da Defesa fazer qualquer tipo de reparo ao processo eleitoral. Não é sua competência constitucional. Não é sua responsabilidade. Nem possui legitimidade para isso. O Ministério da Defesa é uma instituição vinculada à parte que perdeu as eleições, portanto não tem sequer a imparcialidade necessária para ter esse tipo de posição.
Bolsonaro vai terminando seu governo da pior maneira possível. Depois de ter cometido todos os tipos de crimes eleitorais, especialmente abuso de poder econômico e político, volta a usar a máquina pública com fim espúrio de deesestabilizar o processo democrático.
O presidente poderia ser lembrado de que ainda é o responsável pela economia brasileira, e que a inflação voltou a subir fortemente, de maneira que, ao invés de insuflar bloqueios de estradas e manifestações golpistas, poderia aproveitar seus últimos dias no Planalto para vivenciar uma experiência que ainda não teve: trabalhar um pouco.
Luiz Cláudio Pedroso da Fonseca
11/11/2022 - 17h12
Quando os governos militares rifaram o país entre os liberais carismáticos e os tecnocratas geniais, eu achei que isso era um legado criado pelas oligarquias. Então o que é que ainda sustentaria esse tom de “se quiséssemos, poderíamos”? Provavelmente, trata-se de um cacoete geopolítico.
Paulo
10/11/2022 - 22h08
Meu caro Alexandre Néres (16:12 h), observe os dois comentários abaixo do seu e refaça seus cálculos…
carlos
10/11/2022 - 20h28
O exército brasileiro nunca cumpriu decentemente sua função nem na defesa das nossas fronteiras e nem a função social diferente por exemplo de outros exércitos, por aí afora, diferente do exército norte-coreano que cumpre várias funções.
Luis Campinas
10/11/2022 - 20h06
Infelizmnte não é Bolsonaro que faz isso com as FFAA, preferiria que fosse. Ao contrário, partiu dela a construção desse governo. É um jeito de dizer algo porque não se quer ou pode dizer tudo! Quem fez para deixar Lula preso foi o ex ministro da defesa de Dilma, o tal republicano Villas Boas. Quem comandava a Casa Civil, quem atuou no Rio fazendo o quê? Quem cuidoudo GSI senão um general conspirador desde sempre, afastado por Dilma do comando no Haiti? E se cavucar bem, acha muito mais dessa gente, coisas inimagináveis.
carlos
10/11/2022 - 19h51
Esse é o pessoal doutrinados, pela damares alves esse tal nikolas fala asneiras sobre a biblia biblia essa que não sabe analisar.
dcruz
10/11/2022 - 16h24
Esse inglês, sei não.Coisa esquisita essa faixa. Ato falho?
Alexandre Neres
10/11/2022 - 16h12
Meus caros, parece que estamos começando uma era auspiciosa. Avis rara uma matéria no blogue estar só com comentários pertinentes, sem aquele exército de trolls/bots/minions/haters e aqueles antipetistas inveterados conhecidos, todos pelassaco.
O imbroxável está cabisbaixo. O Incrível Exército de Brancaleone está atarantado feito só ele. As vivandeiras estão, como sempre, em volta dos quartéis. Nada de novo no front!
Dr MacPhail
10/11/2022 - 15h31
Engano seu!
Quem sacaneou foi o cara que fez a faixa em português, alterando o foco:
A ereção fraudulenta via compra de Viagra a granel para os quartéis.
Por mais essa da faixa, os patridiotas fazem por merecerem o batalhão do General Benjamin.
Lanterna dos Apagados
10/11/2022 - 15h10
Como não bastasse o episódio familiciar explícito na embaixada da Itália, o mais maluco nisso tudo, agora, é o ministério da Defesa passar à ‘Defesa da família rachadinha’, ao tentar insistentemente levantar o derrubado ânimo das falangetas de ladradores diante de quartéis, com o ‘cerca lourenço’ das urnas, de forma os patridiotas não afrouxarem a ladração necessária a ser utilizada como ‘moeda de troca’, para garantir, feito salvo conduto, baterem em retirada ‘ilesos’, ao apagar desse desgoverno.
Flavio Emieni
10/11/2022 - 14h22
Se não conseguiram, depois de tanto tempo, chegar a qualquer conclusão é porque são incompetentes. E mais: Incompetência paga com dinheiro público.
Marcus
10/11/2022 - 14h08
O cara que fez a faixa em “inglês” sacaneou o gado.
Jorge Fernandes
10/11/2022 - 12h46
sei que LULA não fará isso, mas as inuteis, ineptas, incompetentes e corruptas ffaa cuja unica finalidade é mamar nas tetas do estado, deveriam ser extintas