Lula obteve este ano a maior votação, em números absolutos, da história brasileira: 60,3 milhões de votos. É um número que o converte, imediatamente, numa das maiores lideranças democráticas do planeta.
Na comparação com outros momentos da história nacional, Lula também se destaca.
Em 1922, Arthur Bernardes se elegeu presidente da república com 466,8 mil votos, o que representa um percentual robusto de 59% dos votos válidos daquele ano, mas apenas 1,52% da população. A república velha impunha inúmeras travas à participação democrática, de maneira que era uma democracia bastante restrita.
Em 1950, Vargas se elege democraticamente com 3,85 milhões de votos, ou 47,7% dos votos válidos do pleito. Em termos de participação geral, houve um avanço, pois este número representava agora 7,4% da população brasileira.
Em 1960, Janio Quadros sagrou-se presidente com 5,6 milhões de votos. O vice-presidente João Goulart (as eleições de vice eram separadas), por sua vez, receberia 4,54 milhões de votos. Os números de Jânio corresponderam a 48% dos votos válidos da época, e a 7,9% da população.
Daí veio o golpe e mais de 20 anos sem democracia. Saltemos para as eleições de 1998, na qual Fernando Henrique Cardoso se elegeu com 35,9 milhões de votos. Esse volume expressivo de votos, que lhe valeu uma vitória no primeiro turno, correspondeu a 53% dos votos válidos e a 22,2% da população. São números em linha com a representatividade das democracias modernas. Nos EUA, por exemplo, Joe Biden recebeu, em 2021, um total de 81,2 milhões de votos, correspondente a 24% da população dos EUA.
Importante destacar que aqui estão incluídos toda população, a não apenas cidadãos aptos a votar.
O recorde em participação popular se deu em 2006, com Lula, que recebeu 58,29 milhões de votos, ou 60,8% dos votos válidos e 31,2% da população.
Em 2018, Bolsonaro teria uma votação expressiva, recorde até aquele ano, em termos absolutos, com 57,8 milhões de votos, ou 55% dos votos válidos e 27,7% da população.
E aí chegamos nas eleições de 2022, já mencionada, na qual os 60,3 milhões de votos de Lula no segundo turno corresponderam a 51% dos votos válidos e a 28% da população.
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