Por Altamiro Borges
Enquanto fanáticos bolsonaristas rejeitam o resultado das urnas, pedem intervenção militar e fazem bloqueios criminosos de estradas, o mundo inteiro parabeniza Lula por sua vitória épica nas eleições. Até famosos aliados do “capetão” rejeitado, como o príncipe da Arábia Saudita e a presidenta da Hungria, já divulgaram notas efusivas de congratulações ao novo presidente brasileiro.
O primeiro-ministro saudita Mohammed bin Salman divulgou comunicado em que “expressa sinceras felicitações ao presidente eleito, desejando-lhe todo sucesso, e ao governo e amigável povo do Brasil, firme progresso e prosperidade”. Como ironizou o jornal Folha de S.Paulo, MbS – como é conhecido o truculento príncipe saudita – foi um dos primeiros a abandonar seu amigo facínora.
“O cumprimento de MbS acrescenta ainda um toque amargo à derrota de Bolsonaro, visto que o atual mandatário apresenta sua boa relação com países árabes como um trunfo de sua política externa. O contato com o príncipe, com quem o brasileiro disse ter ‘certa afinidade’ durante viagem ao Oriente Médio em 2019, é alvo de críticas devido a denúncias de violações de direitos humanos contra MbS, suspeito de ter ordenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, crítico ao regime saudita”.
93 países já reconheceram o resultado
Outro direitista que se apressou em reconhecer a vitória de Lula foi a presidenta da Hungria, Katalin Novák. Ela postou: “Desejo tudo de bom e sucesso”. Como lembra o site Metrópoles, “Novák esteve em Brasília em julho, meses após assumir a presidência da Hungria. A visita ao Brasil, às vésperas da campanha eleitoral, foi encarada como uma sinalização de apoio. A presidente húngara compartilha com Bolsonaro a agenda conservadora nos costumes, sendo, por exemplo, contrária ao aborto”.
Levantamento feito pelo correspondente internacional Jamil Chade aponta que “os governos de pelo menos 93 países já confirmaram nas redes sociais ou em telegramas oficiais a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições brasileiras no fim de semana. O número, segundo o UOL apurou, aumentará ainda mais, com dezenas de autoridades buscando formas de falar com o vencedor do pleito”.
“A avalanche de reconhecimentos foi recebida no Itamaraty como um sinal claro de que, para a comunidade internacional, não existem questionamentos sobre a eleição e que, a partir de agora, o interlocutor é Lula, e não Bolsonaro. Se as principais democracias do mundo e alguns dos principais rivais de Bolsonaro se apressaram para reconhecer a derrota do presidente de extrema-direita, o que surpreendeu a ala mais próxima ao movimento ultraconservador foi o comportamento de aliados internacionais de Bolsonaro”.