Muito se fala da falta de professores, mas é preciso olhar o problema de perto…
Nós, professores da Seeduc, estamos há mais de 8 anos sem reajuste salarial, não recebemos o piso nacional e ainda estamos sem o 1/3 de planejamento respeitado.
Diante de tamanha precarização, estamos sendo impelidos a fazer horas-extras (GLPs) para sobreviver até o limite, e é só por conta disso que a carência na rede não é ainda maior. Para se ter ideia, o piso de um profissional que ingressa na rede hoje é 1300 reais. Um dos piores do Brasil.
Hoje, temos 13.400 professores que fazem 140 mil tempos de GLP, além de 1400 contratados temporariamente. Ainda assim, temos 20.874 aulas sem professor em algum disciplina, em todas as escolas do estado. Como uma alternativa de resolver o problema, após grande luta da categoria, que se uniu em um movimento formado por professores, tivemos uma lei aprovada que possibilita a ampliação da nossa carga horária de 18 para 30 horas. A lei 9364/2021 corrige em parte essa precarização e pode diminuir muito a carência de professores. Todavia, apesar de estar aprovada há mais de um ano, não é implementada pela Seeduc.
Somos mais de 42 mil professores de 18 horas na rede e estamos à beira de um colapso. Os pedidos de exoneração e afastamento por esgotamento físico e emocional são frequentes. Precisamos dar notoriedade aos fatos e pedir apoio para que a Seeduc implemente a migração para 30 horas, valorizando seus profissionais, urgentemente. A carência de professores na rede estadual é fruto do descaso e da má gestão do executivo.
O apelo aqui, é para que se implemente imediatamente a lei que permite a ampliação da nossa jornada para 30 horas, para que o problema seja minimizado já no início do ano letivo de 2023.
A solução só depende de gestão e boa vontade política!!
Professora Cristiane Belga
Movimento Pró-Fessores