Em todas as eleições desde a redemocratização, todos os candidatos a presidência que obtiveram vantagem no estado de Minas Gerais conseguiram alcançar a vitória. O lema “quem ganha em Minas, ganha o Brasil” nunca foi tão decisivo quanto no pleito de 2022.
Ao contrário das especulações de que o candidato a reeleição, Jair Bolsonaro, estaria “virando” em Minas devido ao apoio do governador daquele estado, Romeu Zema (Novo), é desmentido no levantamento da Genial/Quaest divulgado nesta quinta-feira, 27.
Segundo o levantamento, o ex-presidente Lula (PT) mantém sua vantagem de cinco pontos sobre Bolsonaro no estado. Nos votos totais, o petista registra 45% contra 40% do incumbente. Brancos/Nulos e Indecisos somam 15%.
Até o presente momento, faltando 72 horas para o 2° turno, a hegemonia de Lula no estado se concentra no interior com 45% ante 39% de Bolsonaro. Na capital, o presidente está numericamente a frente (43% x 40%) e na região metropolitana há um empate, com 42% para cada um dos dois candidatos.
“Como aconteceu na pesquisa Nacional, e no primeiro turno, quando consideramos apenas os eleitores com alta propensão a votar, a diferença entre os candidatos diminui: Lula aparece com 52.2% e Bolsonaro tem 47.8%”, aponta o cientista político e CEO da Quaest, Felipe Nunes.
No que diz respeito a avaliação do Governo Federal, houve de fato uma melhora, mas esse movimento é natural. Faltando apenas três dias para a realização do pleito, a melhora na avaliação é puxada simplesmente pelas intenções de voto em Bolsonaro. Portanto, a essa altura do campeonato, esse fator acaba se tornando um dado que perde a precisão.
Outro detalhe que também pesa para Bolsonaro é o clima de opinião. “Embora tenha 45% de intenção de voto, 47% acham que Lula vai vencer. Enquanto tem 40% de intenção de voto, só 32% acham que Bolsonaro vence. Sem esse clima favorável, fica mais difícil promover a virada que o presidente precisa”, lembra Nunes.
No que diz respeito a rejeição, também não favorece Bolsonaro. Nesta altura do campeonato, o incumbente não conseguiu diminuir sua rejeição diante de Lula entre o eleitorado mineiro. Cerca de 49% em Bolsonaro de jeito nenhum , enquanto 44% descartam voto em Lula. Obviamente, que isso também é um indicador favorável a Lula.
Por fim, a Genial/Quaest também mostra o poder de influência do apoio do governador Zema. Para 68%, o apoio dele não muda a decisão de voto para presidente da República. Outros 23% dizem que aumentam as chances de votar em Bolsonaro e 6% diminuem as chances. Vale lembrar que no 1° turno, Lula venceu em MG com 48,2% ante 43,6% de Bolsonaro.
A pesquisa ouviu presencialmente ouviu 2200 eleitores de108 municípios das 10 regiões de Minas Gerais entre os dias 24 e 26 de outubro de 2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiabilidade é de 95%. O levantamento foi registrado sob o código BR-09544/22.