A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através da sua presidência, uma carta onde repudia “a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno”.
A entidade lembrou que a manipulação religiosa desvia valores do Evangelho de Cristo e tira o foco dos reais problemas que precisam ser debatidos e enfrentados no Brasil.
Leia a íntegra da nota:
NOTA DA PRESIDÊNCIA
“Existe um tempo para cada coisa” (Ecl. 3,1)
Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos.
A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.
Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-presidente da CNBB
Dom Mário Antonio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB
Kleiton
13/10/2022 - 15h45
Como assim…?
Na televisão ontem durante a propaganda política vi uma mulher dizendo que o Animal foi inocentado até pelo Papa….kkkkkkkkkkk
Ok Brásil é infestado de brasileiros…
Alexandre Neres
13/10/2022 - 15h27
O tarimbado jornalista Vinicius Torres Freire, do caderno Mercado da Folha, se posicionou a respeito das agressões a Igreja e Sua Santa Padroeira:
“O assunto ‘religião’ não apenas é pautado pela campanha de Bolsonaro. Passou a organizar a política brasileira. Há um partido evangélico, no sentido amplo. A politização do Supremo, que vem de mais de década e já era degradante o suficiente, degenera em política religiosa por causa de Bolsonaro. Católicos e evangélicos votam mais do que nunca em direções majoritariamente opostas.
…
Afora demagogias que quase qualquer político faz com quase qualquer eleitorado específico, religião jamais foi assunto de governos petistas ou tucanos, por falar nisso, menos ainda houve qualquer perseguição religiosa ou algo remotamente parecido. Agora, Lula tem de participar de um auto de fé midiático. Assim será com qualquer candidato que se oponha à seita reacionária de Bolsonaro ou aos fariseus dinheiristas.
As blasfêmias e outras indignidades, como a imundície que bolsonaristas promoveram na igreja de Aparecida nesta quarta-feira, serviram para abafar a promessa renovada de golpe (a manipulação da composição do Supremo). Ocupam até agora o lugar de qualquer outra conversa política, pelo menos até que esse ruído canse.
Como lidar com a pauta da conversa bolsonarista é a questão. Bolsonaro não governou, fez campanha de sua revolução reacionária e parasitou o que restava de funcional no Estado. Bolsonaro, muito menos ainda que qualquer outro candidato, não discute planos de políticas de governo na eleição -também parasita a democracia. Ao menos nas mídias, tem tido sucesso, como teve no 7 de Setembro. As forças de oposição e democráticas ainda não inventaram um jeito de mudar a conversa.”