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Trabalhistas pela democracia:
O voto necessário

Em 2016 um político tradicional cearense começou a ganhar a atenção de jovens entre 20 e 30 anos no país. Seja na imprensa ou nas universidades, denunciou com perspicácia e altivez o golpe em curso contra a presidenta Dilma Rousseff. Denunciou o conspirador Michel Temer, abrindo um caminho importante para alavancar um campo político próprio, […]

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Imagem: Marie Hippenmeyer/AFP

Em 2016 um político tradicional cearense começou a ganhar a atenção de jovens entre 20 e 30 anos no país. Seja na imprensa ou nas universidades, denunciou com perspicácia e altivez o golpe em curso contra a presidenta Dilma Rousseff. Denunciou o conspirador Michel Temer, abrindo um caminho importante para alavancar um campo político próprio, uma corrente de pensamento que perseguiria um projeto nacional de desenvolvimento.

Trata-se de um campo que iria repensar o nacional-desenvolvimentismo nos seus moldes clássicos, propondo ações que concebam o estado como indutor do desenvolvimento e uma importante ferramenta estratégica para a consolidação da soberania nacional. Ao mesmo tempo, esse político tradicional de alta perspicácia intelectual conseguia atualizar o desenvolvimentismo para as condições do século XXI.

Por político tradicional entendemos aquele dirigente que há anos faz parte e possui peso no debate nacional. Foi governador, Ministro de Estado duas vezes. Para muitos de nós, seu discurso programático foi uma grande surpresa no cenário político nacional. Afinal, como não havíamos escutado Ciro Gomes antes?

Vindo do Brasil Profundo, do sertão do Ceará, Ciro reconhecia o legado dos governos democrático-populares de Lula e Dilma.

O responsável pela transposição do Rio São Francisco reconhecia não somente essa obra que estava paralisada desde o período imperial, como também reconhecia que durante os governos petistas o poder de compra do trabalhador brasileiro ampliou significativamente, com um salário tão forte como durante o governo de João Goulart. Ciro propunha entre 2016 e 2018 um sentido bem desenhado de desenvolvimento.

A proposta era avançar ainda mais o legado desenvolvimentista gerado durante os governos petistas. Era uma crítica diplomática, de um aliado que fazia parte do mesmo campo. Saudável e equilibrada, sua posição chegava a animar até mesmo alguns militantes petistas.

Durante o ano de 2018, Ciro denunciou a obsessão persecutória de Sergio Moro contra Lula. Chegou até mesmo a defender atitudes heroicas, como levar o ex-presidente a uma embaixada para solicitar asilo político. Entretanto, por conta das divergências dentro do próprio campo da esquerda, não foi possível garantir a aliança eleitoral de Ciro e Lula.

A partir de então, Ciro começa a adotar um tom mais iracundo contra a base petista. Não vamos gerar um desgaste ainda maior com a postura de Ciro, expondo por vezes seu vocabulário chulo nos vídeos e redes sociais. Não é essa nossa intenção.

Porém, cabe lembrar que quem assume o tom “polarizador” no pior sentido do termo é o pedetista, que agora adota uma postura de ex-companheiro de trincheira. O ano é 2022. Aquele Ciro que conseguia se manter numa sintonia fina com o campo progressista já não existe mais.

Se em 2018 a grande maioria da militância trabalhista foi às ruas pedir votos para Fernando Haddad, atualmente vemos infelizmente alguns colegas dizerem que irão votar nulo em um eventual segundo turno. Há outros que pensam em apoiar até mesmo Bolsonaro. Mais do que indignação, ver o projeto nacional de desenvolvimento errar na sua composição tática e estratégica é motivo de muita tristeza e decepção.

Diante disso, nós que apoiamos Ciro entre 2016 e 2019 clamamos a aqueles que possuem a mesma visão a não vacilarem, apoiando a única candidatura capaz de derrotar o bolsonarismo já no primeiro turno. Não se trata de voto útil.

É uma necessidade histórica, algo que, mais uma vez, lamentamos ver Ciro Gomes, uma figura ímpar para pensar o desenho institucional do país, ser incapaz de enxergar essa quadra da história. Diante disso, convocamos militantes trabalhistas e dissidentes a apoiarem o ex-presidente Lula no primeiro turno. Saudações fraternas e Brizolistas!

Assinam esse documento:

1-André Luan Nunes Macedo- Professor. Doutor em História pela UFOP. Ex diretor de formação da Fundação Leonel Brizola em Minas Gerais;

2- Gabriel Cassiano – estudante de economia e relações governamentais no Hub+;

3- Túlio Gadelha – deputado federal e advogado

4- Luiz Marcelo – assessor parlamentar e chefe de gabinete de Tulio Gadelha

5- Pedro Tomaselli- artista visual, atuo com moradia popular e estava como secretário de mobilização do PDT Butantã.

6- Luan Arantes – estudante de Administração Pública, estagiário na ALMG e ex-presidente da JS Lavras

7- André Mazochi Barroso- Agrônomo e Mestre em Entomologia, ex-membro da JS Lavras

8- Reynaldo de Azevedo Gosmão, psicólogo, mestre em Letres.

9 – Vinícius Silveira – Estudante de Sistemas de informação, ex-membro da JS São Lourenço.

10 – Vinicius Dino – Advogado, Ex-secretário Geral da JS SP.

11- Fernanda Moraes – Advogada, ex-secretária geral da JS Lavras.

12- Felipe Julio – Engenheiro Químico formado pela Universidade Federal de Lavras, ex-Assessor Especial de Políticas Públicas para a Juventude na Prefeitura de Sertãozinho-SP e ex Secretário de Movimento Estudantil da JS Lavras.

13- Jr Felletti – Bacharel em Administração Pública pela Universidade Federal de Lavras, ex-dirigente do PDT São Lourenço, da JSPDT e da Fundação Leonel Brizola em Minas Gerais.

14- Nice Couto- Ex presidenta do Movimento Comunitário Trabalhista (MCT) do Estado de São Paulo do PDT

15- Betinho da Rs-vereador do PDT da cidade de Bayeux-PB

16- José Maria dos Santos Jr. Economista, mestre em direito e ex vereador em Campo Belo-MG

17- Jairo Moura Jr. – Fundador do PDT-SP, Membro do diretório Nacional do PDT e indicado para compor o comitê pelas Diretas Já

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Comentários

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marco

19/09/2022 - 13h45

A montanha pariu um rato !
Que manifesto mais chinfrin, tabajara mesmo .


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