Uma pesquisa chocante foi divulgada hoje (15) pela imprensa cearense. O Ceará é o quarto estado, em números absolutos, em que mais há pessoas passando fome no Brasil.
São 2,4 milhões nesta condição, o equivalente a 26,3% da população. Os dados (2021/2022) são do estudo realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan) que revela também que, no Estado, 81,9% das famílias estão enfrentando algum nível de insegurança alimentar. Essa situação impacta especialmente os domicílios com crianças de até 10 anos e/ou com renda familiar per capita de até meio salário mínimo.
Não é uma realidade só do Ceará. A fome cresceu em todo país, especialmente no Nordeste. Sabemos que a inflação, o endividamento das famílias, a falta de trabalho formal foram determinantes e estão intimamente ligadas ao descaso do governo Bolsonaro com essa tragédia.
A resposta efetiva para essa questão social é uma articulação entre Estados e União. Por isso, devemos estabelecer o combate à fome como política de Estado. O Ceará tem experiências nesse modelo. Nos últimos 20 anos fizemos isso nas áreas de educação e recursos hídricos. Os resultados foram fabulosos.
Além da imediata ampliação dos recursos financeiros e da inserção do tema na pauta do Consórcio Nordeste, temos que adotar medidas essenciais e já testadas, tais como: as cozinhas comunitárias e o crédito em bancos populares para as famílias em vulnerabilidade social. E o mais importante: essa articulação tem que contar com o protagonismo das comunidades mais atingidas pela fome. Eis a grande urgência do povo cearense!
Acrísio Sena
Deputado estadual e líder do PT na Assembleia Legislativa do Ceará
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