As festividades que ocorrem para celebrar o bicentenário da independência acabam esquecendo de um ponto fundamental. Não podemos nos contentar com uma independência de papel – apenas formal e institucional. O projeto nacional deve ser acolhedor. Será possível uma nação – que se diz independente – ostentar 33 milhões de famintos ou mesmo 11 milhões de desempregados?
Sem garantir a dignidade e a cidadania do nosso povo, a data não passa de um movimento das elites e se torna mais um feriado vazio e militarizado. É hora de lutarmos por uma independência democrática, que abrace as bandeiras dos povos originários, populações LGBTQIA+, grupos negros, agricultores e mulheres das periferias.
Nesse sentido, precisamos resgatar as referências históricas de luta do Ceará. Líderes que tiveram papel decisivo na Confederação do Equador – movimento de resistência ao autoritarismo imperial. Espíritos desbravadores do porte de Pereira Filgueiras, Tristão Gonçalves e Bárbara de Alencar. Figuras que não se curvaram diante da violência e da opressão.
Por nossos ancestrais e pelas futuras gerações, não podemos deixar a independência ser sequestrada por grupos antidemocráticos, que maculam os símbolos nacionais e fazem campanha em nome de um patriotismo de fachada. Temos que nos unir e vencer esse governo de morte, miséria e manipulação. É o primeiro passo para construirmos uma independência que pulse em todos os corações brasileiros.
Acrísio Sena
Deputado estadual (PT-CE)