Somente no segundo trimestre do ano, o montante bilionário foi de R$ 87,8 bilhões, entregue principalmente a acionistas estrangeiros, enquanto a maioria da população sofre com o alto preço dos derivados
A Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás, presidida pelo senador Jean Paul Prates, e a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários (Anapetro), presidida por Mario dal Zot, ingressaram nesta segunda-feira, 5, com Ação Popular na Justiça Federal do Rio de Janeiro contra a distribuição antecipada de dividendos pela Petrobrás.
A ação popular com pedido de tutela de urgência solicita, liminarmente, que a distribuição de dividendos fique limitada ao mínimo legal de 25% do lucro líquido da empresa (conforme artigo 8 do estatuto da Petrobrás), “até a conclusão da verificação do impacto desta distribuição à saúde financeira da Petrobrás e à viabilidade de outras formas de investimento conectadas ao interesse público”.
Somente no segundo trimestre deste ano, os dividendos aos acionistas atingiram recorde de R$ 87,8 bilhões, superando R$ 48,5 bilhões que a empresa distribuiu no trimestre anterior. Mais do que isso, os valores somados alcançaram a marca de R$ 136,3 bilhões, acima dos R$ 101,4 bilhões pagos aos acionistas no ano passado.
“A Petrobrás se tornou a maior pagadora de dividendos do mundo, superando em muito suas concorrentes no mercado do petróleo. Este fato está atrelado à política da companhia em privilegiar a distribuição bilionária de dividendos a seus acionistas minoritários em detrimento da responsabilidade com o futuro sustentável da empresa, abrindo mão da possibilidade de investimentos necessários e fundamentais para garantir essa sustentabilidade”, destaca o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) Deyvid Bacelar.
Além dos riscos de gerar prejuízos à Petrobrás, a distribuição desproporcional de dividendos contraria o interesse público da Petrobrás. “Enquanto montantes bilionários de dividendos são distribuídos, a Petrobrás abre mão de seu interesse público e em outras áreas de investimento, como fertilizantes e biocombustíveis, tão necessários ao processo de transição energética limpa”, destaca a ação representada pela Advocacia Garcez, que assessora as partes.
Paulo
05/09/2022 - 22h28
Desde que abriram o capital da Petrobrás, é assim, embora esse processo tenha se intensificado nos últimos anos, especialmente sob Bolsonaro, o impoluto capitão do Exército. E assim é no Brasil todo com as companhias de saneamento básico, de fornecimento de energia elétrica, etc…Desconfio que foi a forma escolhida a dedo pelo capital nacional e internacional, e até local, no caso dos DAE’s, por exemplo, para parasitar essas empresas e o povo brasileiro, que paga contas cada vez mais altas – não se iludam com a queda no preço dos combustíveis, durará apenas até o fim do processo eleitoral. Seria esse o novo parasitismo financeiro, em substituição aos títulos da dívida pública, impactados pela redução da taxa Selic?