ARN – O povo do Chile falou, e o fez alto e claro”, disse o presidente chileno Gabriel Boric neste domingo (4), no início de sua mensagem depois que a opção Rejeição foi escolhida no plebiscito sobre a nova Constituição, por 62% do eleitorado, resultado adverso para o governo, que pode acarretar mudanças nos próximos dias.
“Ele nos deu duas mensagens”, a primeira é que “quer e valoriza sua democracia” e, a segunda, que “não ficou satisfeito com a proposta de Constituição que a Convenção apresentou ao Chile”, disse Boric.
O mandatário destacou que essas eleições geraram “a maior participação da história”, com 13 milhões de cidadãos participando da votação, e que “a democracia chilena sai mais robusta” a partir deste dia. O Chile é um país “que em seus momentos mais difíceis opta pelo diálogo e pelos acordos para superar suas fraturas e dores, e devemos estar profundamente orgulhosos disso”, acrescentou.
Sobre a rejeição da proposta da Convenção Constitucional, o presidente disse que a mensagem “é clara” e que exige que o sistema político trabalhe “com mais esforço, diálogo, respeito e carinho” para apresentar outra proposta que “dê confiança” ao país.
“Como presidente, aceito esta mensagem com grande humildade e a faço minha. Devemos ouvir a voz do povo, não apenas neste dia, mas em tudo o que aconteceu nestes últimos anos intensos que vivemos”, acrescentou Boric, referindo-se ao período entre a eclosão social de outubro de 2019 e o presente. “Não esqueçamos por que chegamos aqui”, enfatizou, “esse mal-estar ainda está latente e não podemos esquecê-lo”.
O presidente prometeu fazer todo o possível para construir “junto com o Congresso e a sociedade civil um novo itinerário constituinte” para chegar a um texto “que consiga interpretar uma ampla maioria dos cidadãos”. Para avançar neste sentido, anunciou que esta segunda-feira “à primeira hora da manhã” se reunirá com os presidentes das câmaras e “outras autoridades”.
“Não podemos deixar o tempo passar ou nos envolver em controvérsias sem fim”, pediu o presidente, que convocou todas as forças políticas “a colocar o Chile à frente de qualquer diferença legítima” para avançar rapidamente. “Este é um desafio histórico e sabemos que isto nunca é fácil. Temos a oportunidade de construir as bases de um novo Chile”, destacou.
De acordo com Bori, os desafios do Chile “não se esgotam na questão constitucional”. “Como governo, temos a obrigação de atender às demandas de nossos compatriotas no dia a dia”, disse, para depois listar a insegurança, o déficit habitacional, o aumento do custo de vida, a reativação econômica e as baixas pensões, entre outros problemas.
“Enfrentar esses desafios exigirá ajustes rápidos em nossas equipes governamentais”, disse ele, sugerindo uma mudança de ministério nos próximos dias.
Jonathan
05/09/2022 - 14h02
Viram a cagada que fizeram nao indo votar e ontem correram para tentar reparar alguma coisa.
Que sirva de liçào aos brasileiros.
Alexandre Neres
05/09/2022 - 13h22
Preliminarmente, tenho que abordar um pensamento de corte colonialista e racista. De um lado, está a civilização representada pela Europa e pelos EUA, do outro os ibéricos, os mouros, as populações indígenas. De um lado, a civilização, o racional, o branco, o homem; do outro, a barbárie, o emocional, o negro e a mulher.
Não é preciso muito esforço pra compreender o substrato racista dessa dicotomia. Quanto menos branca a cor da pele, maior a barbárie. Indo além em terras latino-americanas, as elites são sempre civilizadas, o povo é bárbaro. No Brasil atual, isso tem se manifestado recorrentemente por meio da falsa equivalência/simetria apontada entre Bolsonaro e Lula. Ora, o único ponto comum possível entre Bolsonaro e Lula é o fato de ambos terem profundas raízes populares. O povo é o único denominador comum entre ambos. Por exemplo, o termo “bolsopetismo” não passa de uma expressão de demofobia tão própria de alguns discursos ativistas do liberalismo latino-americano. Convém consignar que Lula já presidiu a nação e jamais tentou governar se comunicando diretamente com o povo, embora tenha talento para tanto, marcando seu governo por ter sido implementado mediante diálogo e interação com as instituições, não fazendo jus ao rótulo que lhe é pespegado de populista.
Por se tratar de fenômeno mundial, chama a atenção a ação de desmanche da democracia praticada por governantes eleitos, mas que caminham firmes em direção ao autoritarismo. Em vez de comandarem uma mudança abrupta em que o regime democrático será demolido de uma vez como no passado, avançam de modo sistemático numa corrosão por dentro do sistema. Utilizam atos e ações sucessivos para degradar a ordem política, destruir os mecanismos de representação, minar o sistema judicial, enfim, erodir as instituições, uma a uma, até o colapso final. Vamos dar nome aos bois: Orbán, Hungria; Erdogan, Turquia; Putin, Rússia; Maduro, Venezuela; Duda, Polônia; Modi, ìndia; Trump, EUA; Duterte, Filipinas; Zelensky, Ucrânia;e Bolsonaro, no Brasil.
Foi triste ver o que ocorreu no Chile, não conseguindo que fosse aprovada uma Constituição mais consentânea aos tempos atuais, enterrando de vez o lixo pinochetista. É bom para o promissor Gabriel Boric se dar conta da correlação de forças existente em nossos países. Uma coisa são as redes sociais, fazer movimentos grandiosos em praças, outra bem distante é compreender o país profundo, seja o Chile, seja o Brasil, mesmo desconsiderando as indefectíveis fake news. Espero que ele tenha se apercebido de que suas posições ambivalentes não foram de muita ajuda, até porque sua popularidade está em baixa.
Nessa altura do campeonato, o Chile ainda não estava preparado para uma Constituição tão vanguardista. Gabriel Boric levou as forças progressistas a uma derrota acachapante. Sendo um aliado de Lula, vai precisar bastante do brasileiro para que não se torne um pato manco até o fim do mandato. Creio que pode fazer uma revisão de rota e tem muito a acrescentar no campo progressista, de fato mostrou sabedoria e maturidade para reconhecer o resultado do plebiscito.
No Brasil, conseguimos a promulgação de uma Constituição Cidadã, merecendo elogios o esforço do Dr. Ulysses. Não é tão contemporânea quanto a do Chile, a qual foi rechaçada, mas representa grandes avanços para o nosso país. A CF de 1988 vem sendo desfigurada de lá para cá, temos que ter muito cuidado no sentido de resguardá-la. Acho que as esquerdas que ficam chamando por uma Constituinte estão cometendo um erro crasso, contribuindo para que a Carta seja vilipendiada em um momento no qual a correlação de forças (e um reacionarismo atroz) não nos é favorável. Ademais, cabe aduzir que a Lava Jato e o período em que foi gerado o ovo da serpente da antipolítica nos deixou como legado as alterações por meio de PEC quando o governo de plantão não quer ser acusado de crimes de responsabilidade, contribuindo para esgarçar ainda mais o tecido constitucional, haja vista a PEC dos Precatórios ou a PEC kamikaze.
Por fim, mas não menos importante, como dizia o jusfilósofo Norberto Bobbio a luta entre direita e esquerda está mais viva do que nunca. Quem diz o contrário, pode nem saber, mas é de direita. Se você é defensor da justiça social, da igualdade, das redução das desigualdades, é de esquerda, agora se você defende a liberdade de forma irrestrita e o combate à corrupção a todo custo, é de direita.
José de Oliveira Santos
05/09/2022 - 13h20
Miguel, vale a pena ouvir no programa do canal da revista fórum, o Célio Turino, sobre a derrota da proposta da nova constituição chilena em referendo popular… Ele esteve recentemente no Chile e esta semana estar na Colômbia.. Confira o que ele escreveu no twitter.
Partagas
05/09/2022 - 13h01
Nao foram votar e quem foi elegeu este “viva la revolucion” ..ontem foram votar sendo obrigatorio e mandar este troglodita tomar no cooler.
Agora terao que lidar com o Jean Wyllis heterosexual chileno por um tempo…vai ser idiota pra là.
O Brasil com ode costume tem todas as cartas em regra para fazer a mesma merda.
Paulo
05/09/2022 - 12h32
Faltou dizer o que propunha essa nova Constituição. Há apenas lamentações de Boric e platitudes sobre aceitar a derrota, além de juras de amor eterno ao povo chileno…Não gostei…
EdsonLuíz.
05/09/2022 - 12h10
Atenção, Adulto Gabriel!
Aqui, escrevendo, um adolescente politicamente bobão, como você nos prefere.
Com essas referências você me lembra um petista daqui que vive chamando todo mundo de imbecil, sendo que ele é que é o imbecil que acusa.
O presidente do Chile, o Gabriel Boric, ainda se define como sendo “de esquerda”, isto ele não ultrapassou ainda.
A vida não é definida dentro deste risco de giz ESQUERDA/DIREITA.
Mas Gabriel Boric não é um estreito faccioso e maniqueísta como os que comumente se definem como “de esquerda”, sendo que estes mantêm uma retórica de ultra-esquerda e uma prática política oportunista, fisiológica e quase sempre associada à corrupção, muitas vezes não se corrompendo eles, mas apoiando corruptos ou negando a corrupção, como se isso fosse normal. Há ainda os esquerdinhas que VIVEM do movimento social.
Não confunda Gabriel Boric com um esquerdinha. Não confunda Gabriel Boric com um lulista oportunista e corrupto, não confunda Gabriel Boric com nenhum populista.
Não confunda Gabriel Boric com nenhum político da esquerda caricatural latinoamericana, que Mário Vargas Lhosa, tão bem descreveu e descreve, assim como descreveu e descreve a direita caricatural, a partir dos estudos de filosofia social e ciência política que pesquisa para escrever seus laureados romances.
Lula, como jair bolsonaro, os dois apoiam autocratas e ditadores e coincidem no apoio ao corvo Valadimir Putin. Boric é diferente e se opõe ao esfolamento da busca dos ucranianos por liberdade de forma clara e sem fazer curvas, por Gabriel Boric ser um progressista verdadeiro e não uma impostura.
Gabriel Boric fica automaticamente desmarcado dessa gente pela forma acertiva como defende a democracia.
Eu tenho diferenças bem grandes com o seu xará Gabriel Boric, Adulto Gabriel, mas sei que a sociedade é feita de muitos e de muitas coisas! A sociedade é plural e nela não pode caber intolerância. Em política, nessa nossa etapa capitalista e liberal da história, um democrata nunca está separado de outro, sejam eles identificados mais à esquerda ou mais à direita. O que pode nos separar não são nossas diferenças de ideias, mas coisas como o inaceitável apoio a autocracias e a ameaça explícita, como a de bolsonaro, ou a disfarçada, como a de petistas e de Lula, à democracia.
Temos que torcer para o surgimento de muitos Gabriel Boric na Americalatina e torcer para que aqui se fortaleça uma direita da mesma qualidade. Essa é a condição para nos livrarmos de trastes políticos como Lula ou jair bolsonaro.
William
05/09/2022 - 11h12
O peleguismo latrino americano chegou até no Chile.
Tudo gira em torno de promessas de dinheiro fácil, e do tal de “estado” assumindo todas as responsabilidades das pessoas. A terceirização de tudo.
Gabriel
05/09/2022 - 11h02
Esse Rodric é a versão chilena do bobão ucraniano Zelenski, que está destruindo a Ucrânia e recebe palmas de pé daqueles adolescentes europeus que comandam (ainda) os países europeus. O maestro dessa orquestra é, acreditem, o Joe Biden. Coitados!
Ronei
05/09/2022 - 09h33
E vai continuar com esses números ? Não tem vergonha na cara para se demitir essa Dilma com a barba ?
Ugo
05/09/2022 - 09h31
Traduzindo…vão tentar empurrando até conseguir enfiar alguma coisa no orifício dos chilenos.
Os chilenos dormiram no ponto e agora terão que lidar com a merda que fizeram.
Marisa Calage
05/09/2022 - 09h25
Excelente publicar o discurso de quem sabe perder com dignidade e segue articulando. BRAVO!
EdsonLuíz.
05/09/2022 - 09h13
Sobre o atual presidente do Chile, Gabriel Boric, é preciso atentar para o fato de que, apesar de ele ser bem jovem, apresenta uma maturidade e responsabilidade política incomuns em líderes que se dizem de esquerda na América Latina.
Boric é defensor claro, sem curvas, sem contorcionismos, da democracia. Ele tem o apoio do Partido Comunista Chileno, cuja linha eu não identifico, mas que a mim parece ter entre seus membros um número considerável de seguidores de uma doutrina próxima do stalinismo. O apoio que Boric tem dessa linha é claramente um apoio contrariado, porque esta parte da esquerda chilena sinaliza sempre para estreitamentos e rupturas, sendo contrapostos a Gabriel Boric, que sempre reafirma a democracia sem adjetivações.
Gabriel Boric é uma ótima ilustração de que é possível ser definida e coerentemente de esquerda e desejar e estar integrado à democracia. E quando se fala de Gabriel Boric, entenda-se claramente que ele defende ideias efetivamente de esquerda, não sendo um populista sedento de poder e buscando favores e milhões como Lula e outros urubus sociais e políticos latinoamericanos, que adoçam a esquerdinha rastaquera que há no Brasil 147 e outros países daqui.
Quem mede Gabriel Boric com Lula deve prestar um pouco mais de atenção à grande diferença moral ede motivação política entre os dois.
Claro que Gabriel Boric despontou no cenário político faz pouco tempo e pode, mais à frente, nos surpreender negativamente, mas por enquanto sua postura política e moral são exemplares
As dificuldades de apoio político, que estão faltando neste momento a Gabriel Boric, são coisas diferentes do perfil político da pessoa. Aqui no Brasil, por exemplo, quem tem grande apoio político são dois populistas rastaqueras, associados à corrupção diretamente ou com grandíssimos indícios, e socialmente irresponsáveis.
Kleiton
05/09/2022 - 08h28
Os chilenos não foram votar e os que foram elegeram uma espécie de Boulos…viu a barba e a cara de retardado pode correr que é merda na certa.
O Chile sempre foi uma ilha no deserto da América Latina mas de um tempo para cá foram atrás da promessa de sempre do almoço grátis e janta pela metade do preço e isso todo mundo já sabe o que vai dar…
A Argentina desde que começou a se envolver com tudo que a acaba com “ismo” foi ladeira abaixo e tá na tragédia odierna.
A Venezuela faleceu faz tempo.
O Brasil chegou perto e está tentando se salvar.