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Gilberto Maringoni: A nova pesquisa DataFolha e a moderação alucinada

Por Gilberto Maringoni SAIU O DATAFOLHA DA QUINZENA. Lula segue na frente, mas luzes amarelas deveriam se acender no comando de sua campanha. Os efeitos da economia ter deixado de piorar, mesmo que momentaneamente, somados ao pacote de bondades oficial elevam a aprovação do governo e fazem a curva da candidatura Bolsonaro oscilar para cima. […]

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Por Gilberto Maringoni

SAIU O DATAFOLHA DA QUINZENA. Lula segue na frente, mas luzes amarelas deveriam se acender no comando de sua campanha. Os efeitos da economia ter deixado de piorar, mesmo que momentaneamente, somados ao pacote de bondades oficial elevam a aprovação do governo e fazem a curva da candidatura Bolsonaro oscilar para cima. Não há sinal de virada no quadro, mas o tempo político se acelera. A sabatina do Jornal Nacional, um debate televisivo e o início do horário eleitoral resultam num viés de baixa para a postulação do PT. Diante da situação, a campanha do ex-presidente reage passivamente.

A única estratégia que se pode inferir da coordenação da campanha Lula é levar a disputa para o segundo turno. O inexplicável comportamento do candidato, ao se fingir de morto no debate da Band, não se deve à hesitação de momento ou à insegurança diante de uma pergunta inesperada sobre corrupção. Isso não acontece com políticos experientes e treinados à exaustão antes da participação em duelos na tela. Tampouco se trata de equívoco. Houve lógica pensada e refletida. Possivelmente, o petista e sua equipe avaliaram que um debate num fim de noite não atrairia grande audiência e que seus efeitos seriam residuais em tempos de exuberância de redes sociais. Melhor não fazer marola, evitando perder apoios, deve ter sido a meta.

MESMO QUE O PÚBLICO FOSSE PEQUENO – o que não aconteceu numa atração com 14 pontos de audiência -, o comportamento é desanimador para apoiadores que esperam um gesto contundente do líder para engrossarem a luta nas ruas, em locais de trabalho e mesmo na internet. A conduta passiva diante da ferocidade fascista, a insistência em falar do passado e não revelar nenhum projeto para um futuro governo – sequer a paridade de gênero no ministério – servem como ducha de água fria a quem deseja se engajar na contenda. (Vale a pena ficar de olho na subida de 2 para 5 pontos de Simone Tebet, no Datafolha).

Esse tipo de atuação tem vários nomes: soberba, salto alto, jogar parado etc. O fato é que, mesmo isolado na liderança, o candidato sabe que o jogo está longe de terminar. As notícias acerca de uma pequena elevação do PIB e sobre a queda do desemprego – 9,1% no último trimestre, contra 11,4% deixado por Dilma em abril de 2016 – podem embaralhar a reta final até 3 de outubro. Não se sabe como a coordenação trabalha diante da possibilidade de subida maior de Bolsonaro.

A RELUTÂNCIA EM SE TOMAR A OFENSIVA, programas de TV pasteurizados e envelhecidos e o baixo incentivo à militância, num momento em que do outro lado está a morte, o genocídio, o racismo, a misoginia, a miserabilidade, a doença e a destruição do Estado nada tem a ver com moderação.

Bolsonaro afirma na TV, com todas as letras, que o bom é ser de direita. Define campos e politiza a cena. Porque o líder da oposição não se coloca como alguém de esquerda, numa contenda já polarizada? Ao invés de uma convocação à luta, há chorumelas sobre o amor vencer o ódio. Lorota. O amor é um elevado sentimento pessoal, mas a política exige projetos e enfrentamento.

FAZER DE CONTA QUE O ADVERSÁRIO É UM CANDIDATO A MAIS significa colocar a irresponsabilidade no posto de comando. Não denunciar e desnudar a apologia da morte, da ditadura e da tortura é muito mais que um erro. Significa colocar a sociedade em risco. Naturaliza-se assim o extremismo genocida, como aponta Luiz Eduardo Soares. Nada tem a ver com bom-senso, com esquemas bem pensados de campanha. Moderação aqui é aventura alucinada e irresponsável, um voluntarismo ensandecido e suicida.

Não estamos em um enfrentamento corriqueiro: pelo peso global do país, no Brasil acontecem as mais importantes eleições do mundo em 2022. Aqui será selado o destino da extrema-direita mundial pelos próximos anos.

Em minha humilde opinião, a coordenação da campanha agiria bem em não brincar com fogo.

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Comentários

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Zulu

04/09/2022 - 20h42

Lula era acostumado com os Alckmin da vida…foi atràs do sem vergonha nao foi a toa, os dois nunca foram adversarios longe das cameras e dos microfones e por tanto sabia que aceitaria de ser vice.

Lula nao debate com ninguem hà 20 anos, de là pra cà foi sò mandando e sendo rodiado de bajuladores amongolados.

A ultima véz que Lula respondeu a perguntas de alguem sobre sua conduta foi ao Moro.

Jonathan

04/09/2022 - 15h59

O que Lula tem ver com a política no ano de 2022 ? É claramente impresentavel.

Pablo

04/09/2022 - 15h29

A “moderação alucinada” como estratégia de campanha do PT só conseguiu duas coisas até agora, tornar muito difícil uma vitória no primeiro turno (dando mais fôlego pro Bozo) e ressuscitar a “terceira via”. Um verdadeiro desastre. Inexplicável, muito triste, decepcionante, broxante

Bernardo

04/09/2022 - 12h06

De fato, a partir de agora o tom terá que ser outro. As peças se fixaram no tabuleiro e as propostas ( na verdade a falta delas) estão claras. Não há mais motivo para conciliar o discurso e a campanha de Lula sabe disso. Talvez subir o tom devagar seja a tatica, mas é bom acelerar. Todo cuidado é pouco.

Valeriana

04/09/2022 - 11h52

E’ bastante claro que Lula nao està onde queri estar, nao sabe nem falar o nome dos candidatos, tem panes, parece até assustado pois sabe que nao tem como se defender:

https://www.youtube.com/shorts/jq9kNtPABno
https://www.youtube.com/watch?v=pclVMVE_wD4

Em qualquer pais normal um sujeito rasteiro com esse estaria aposentado apòs uma vida apertando parafusos na fabrica.

Nao se entende comoa esquerda continuem vivendo grudados no escroto desse escapado de casa.

Rudi

04/09/2022 - 11h44

A última informação é que importa. A informação repetida perde o impacto. Aposto que o discurso de Lula será forte na última semana antes do primeiro turno. Também para não dar tempo à reação.

Sebastião

04/09/2022 - 11h34

Por isso Simone Tebet cresceu. Porque foi contudente nas atrocidades de Bolsonaro. Cresceu acima da margem de erro, o que de fato é considerado crescimento. Enquanto os outros só oscilaram. Uma estratégia que pode ajudar ela até tirar votos de Ciro e este vir a cair.

Valeriana

04/09/2022 - 11h18

Bolsonaro nao tem meio termos e o massacre sò começou, o debate na Band foi sò aquecimento; a repercussao do debate foi na internet o dia seguinte, a audiencia que teve ou nao teve na TV é indiferente.

O Canastrao sabe que foi contratado para ir ao abate mas foi obrigado apòs ter sido livrado dos crimes pelo Fachin e Cia…entendeu o recado que veio do STF em troca da anulaçào e prescriçào dos processos.

As pesquisas sao palhaçada para fazer barulho, criar narrativas, tentar socar merda na cabeça das pessoas, ecc… ainda mais no primeiro turno e hoje nao refletem claramente o que a gente vé todos os dias. Basta pegar as pesquisas do primeiro turno de 2018 e ver.

O PT nunca enfrentou um adversario de verdade, era tudo uma encenaçào entre sem vergonha, sempre foi uma brincadeira com a cara e o bolso dos brasilerios.

Ou alguem acha que um dia a gente vai ver Bolsonaro no palco cantando ao internacional socialista ?
Ou alguem acha que o tal de Aecio nao sabia do que rolava em Brasilia dia e noite ?

A politica brasileira sempre foi imundicia pura.


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