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Freixo cresce 4 pontos na espontânea do Datafolha e ganha mais peso gravitacional

O Datafolha trouxe dois números extremamente positivos para a campanha de Marcelo Freixo, candidato do PSB ao governo do Rio. O primeiro foi seu avanço de 4 pontos na pesquisa espontânea, aquela onde o eleitor não é apresentado previamente a nenhum nome, e precisa portanto dizer espontaneamente em quem ele deseja votar. É considerado não […]

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Foto: Ricardo Stuckert

O Datafolha trouxe dois números extremamente positivos para a campanha de Marcelo Freixo, candidato do PSB ao governo do Rio.

O primeiro foi seu avanço de 4 pontos na pesquisa espontânea, aquela onde o eleitor não é apresentado previamente a nenhum nome, e precisa portanto dizer espontaneamente em quem ele deseja votar. É considerado não apenas um voto mais decidido, como também o mais importante sinal de engajamento do eleitor.

Segundo a pesquisa, Freixo tem hoje 15% na espontânea. É um número muito elevado e promissor para um candidato ao governo.

Para se ter uma ideia, o deputado Capitão Wagner (União), que lidera as pesquisas no Ceará, tem exatamente 15% na espontânea, segundo pesquisa Ipec divulgada nesta quinta-feira 1 de setembro. Roberto Claudio (PDT) e Elmano de Freitas (PT), que disputam o segundo lugar no estado, empatam ambos com 11%.

Fernando Haddad (PT), que também lidera, de maneira isolada, a pesquisa Datafolha para o governo de São Paulo, divulgada ontem, tem 17% na espontânea. Tarcísio Freitas (PL), o candidato de Bolsonaro, que vem crescendo rapidamente, tem 13% na espontânea.

Os 15% de Freixo, portanto, são uma marca a ser comemorada pelo candidato, porque representam uma largada fortíssima nesse início de campanha eleitoral. Esse percentual significa que o candidato está ganhando rapidamente mais peso gravitacional, ou seja, mais capacidade para atrair eleitores. É um processo talvez um pouco mais lento do que o de Claudio Castro, que tem a máquina na mão e está fazendo uma campanha pesadamente fisiológica. Mas é também um crescimento firme, como se vê pelo avanço considerável na espontânea.

O seu adversário, o governador Claudio Castro (Republicanos), tem 17% na espontânea, o que constitui um empate técnico com Freixo.

Com apenas 2% na espontânea, Rodrigo Neves (PDT) não conseguiu decolar mesmo após debates e sabatinas na TV, início da propaganda eleitoral e apoio do prefeito Eduardo Paes.

O outro número positivo para Freixo é que Lula cresceu no Rio de Janeiro, ainda segundo o Datafolha divulgado ontem. Lula oscilou para baixo em Minas Gerais e São Paulo, mas avançou um ponto no Rio, e se manteve à frente de Bolsonaro, com 42% X 36%.

Como a eleição no Rio de Janeiro terá, com certeza, um segundo turno disputado, a força de Lula no estado será fundamental para uma eventual vitória de Marcelo Freixo.

Claudio Castro vem se beneficiando de um fator muito comum nos meses que antecedem eleições, que é essa euforia momentânea e artificial criada a partir de um aumento desproporcoinal e eleitoreiro das despesas estatais.

A injeção bilionária de recursos na economia, por Bolsonaro, Claudio Castro e prefeitos aliados, gera uma sensação de conforto que dificulta a criação do “sentimento de oposição”, o qual é o combustível necessário para que candidatos de oposição mobilizem o eleitorado.

Mas só dificulta, o que é diferente de paralisar. As agruras econômicas e sociais da população fluminense são terríveis. Conforme o eleitorado se dedicar a refletir mais atentamente sobre a sucessão no Palácio Guanabara, a lógica política o levará a olhar para o principal candidato de oposição, Marcelo Freixo.

O único número realmente negativo para Freixo, no Datafolha divulgado ontem, é a simulação de segundo turno. Na pesquisa anterior, Freixo estava à frente. Na pesquisa de agora, Castro lidera com 44% X 37%. Mas esses 7 pontos de vantagem de Castro, além de não serem grande coisa, não são estáveis. Basta compará-los com os votos espontâneos.

Na pesquisa nacional para presidente do Datafolha, por exemplo, Lula tem 40% na espontânea, contra 29% de Bolsonaro. É um cenário muito mais consolidado, e que se refletirá numa simulação de segundo turno mais realista.

No Rio de Janeiro, o jogo está mais instável, e por isso os números de segundo turno são mais difíceis de apurar. Por isso a importância de olhar mais detidamente para os votos espontâneos.

Na votação estimulada, Freixo também cresceu, 3 pontos, passando de 23% para 26%. Na margem de erro, segue em empate técnico com Cláudio Castro, que passou para 31%.

Rodrigo Neves corre num páreo distante, com 7%, e os outros candidatos começaram a declinar.

Conclusão

Podemos esperar fortes emoções nessa reta final da disputa pelo Palácio Guanabara. Freixo tem a vantagem de ter apoio de Lula e um núcleo de militantes jovem, instruído e engajado, que poderá fazer a diferença ao longo das próximas semanas.

Freixo conduz uma campanha altamente profissional. Tem um bom tempo de televisão. É um candidato ainda jovem, mas com muita experiência para sabatinas e debates. Segundo o índice de popularidade da Quaest, divulgado pela Folha há alguns dias, o deputado ultrapassou Claudio Castro nas redes e está em ascensão.

É preciso considerar ainda que esse índice é provavelmente distorcido pela presença de algoritmos artificiais, provocados por engajamento pago pelas campanhas. Quando se olha para o número de seguidores de Freixo e para o engajamento orgânico de suas postagens, não há comparação com nenhum outro candidato. Freixo é muito mais forte.

Em suma, Freixo é um candidato competitivo e a pesquisa Datafolha de ontem apresenta mais razões para se cogitar que ele tem chances reais de vencer as eleições para o governo do Rio.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Dudu

02/09/2022 - 17h47

Por curiosidade… vão tentar culpar novamente o Cirolipa pela iminente derrota ?

Moro e a Lava Jato ?

Qual vai ser dessa vez ?

Kleiton

02/09/2022 - 14h39

Como escrever milhares de palavras usando uma pesquisa (nada) sem dizer absolutamente nada.

Por qual motivo os Fluminenses deveriam votar o Freixo ?

Essa é a pergunta que deveria ser utilizada no lugar das pesquisas.


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