Por Gilberto Maringoni
O ato pela democracia do largo de São Francisco e a leitura concomitante da nova Carta aos Brasileiros em várias cidades do Brasil é manifestação da maior importância nesta conjuntura. Sepultam qualquer tentativa de golpe. Apesar de ocorrerem em meio à disputa eleitoral, eles não representam atividades de campanha. Por isso convém não superestimá-los e nem subestimá-los.
O significado maior dos acontecimentos está no que expressam: um setor do capital, dos ricos e da direita se descolou de Bolsonaro, com destaque para a Globo.
ENTRE OS ORADORES deste 11 de agosto em São Paulo estavam dirigentes do movimento popular e vários representantes dos que apoiaram o desmonte do Estado nos anos 1990, os êmulos de Roberto Campos, Pedro Malan, Antonio Palocci, Henrique Meirelles, Joaquim Levy e até de Paulo Guedes.
Marcaram presença vários dos que comemoraram o golpe de 2016, a prisão de Lula e as contrarreformas de Temer e Bolsonaro. Havia fidalgos endinheirados e gente de todas as Farias Lima do Brasil.
Estavam os que vocalizaram uma escolha difícil em 2018. Não à toa, um ex-ministro de FHC exaltou ao microfone a união capital-trabalho em seu discurso. E isso é muito significativo.
Guardado quase meio século de distância – e um mundo diverso – há enormes pontos de contato com o ato de 1977.
A leitura da Carta aos Brasileiros original por um ex-militante integralista que fez do anticomunismo uma de suas razões de viver marcou o descolamento de uma parte da direita e dos apoiadores do golpe de 1964 da base de apoio à ditadura. Seu significado maior residiu nessa cisão.
Lá e cá, os ricos e os liberais avisaram aos governos que agora deu. O afastamento não aconteceu principalmente por tais setores verem problemas no autoritarismo, mas pelos negócios começarem a ser afetados pelo desarranjo institucional. Essa observação meio óbvia precisa ser feita, para que não haja ilusões sobre caminhos a seguir.
É ÓTIMO QUE O MANIFESTO tenha obtido mais de um milhão de assinaturas. E é ótimo que líderes dos setores populares tenham usado da palavra para colocarem suas justas demandas em pauta. É ótimo que tenhamos uma ampla frente contra o neofascismo. Sem desprezar a legitimidade do que ocorreu, temos também de saber que cartas, manifestos e abaixo-assinados sozinhos não derrotarão a extrema-direita.
A derrota será eleitoral. Os eventos – ato e eleições – correm em trilhos paralelos, porém distintos. Entramos numa quadra preocupante da jornada até outubro. As pesquisas mostram a reação do boçal, graças às bondades temporárias que concede à população. É por isso que a campanha Lula – apesar do excepcional desempenho individual do candidato – precisa mudar e falar do futuro de forma concreta.
Sigamos na pedreira com otimismo da vontade e o pessimismo que nós dá a racionalidade de sempre.
Me parece ser esse o ritmo da batalha.
EdsonLuíz.
14/08/2022 - 21h02
“Amaldiçoadas sejam todas as cercas”
Frei Pedro Casaldáliga.
Pode-se sempre elaborar mais as coisas e ser-se mais estucado, mas se algum ínterlocutor estiver com problemas de doença ideológica que o impeça de certos entendimentos, pode-se falar claramente, embora se sendo um tanto escatológico:
-Não há campo político senão criado artificialmente e de modo indevido. Somos uma humanidade só e quando sentamos no vaso todos fazemos as mesmas caras!
-Em sociedade, estamos imersos nas mesmas relações que tecem nossa cultura e nossa civilização. Nós não temos saída saudável se não o uso civilizado e plural da boa política!
Eu disse:
i) “SAÍDA SAUDÁVEL”
ii) “USO CIVILIZADO”
iii) “PLURAL
iv) “BOA POLÍTICA”
Há diferenças culturais entre nós, apartadas de nossa biologia, mas influenciando aspectos de nossa natureza.
Ocorre que, por si só, uma cultura não cria um “campo” entre pessoas, apartando-as, e se houver um entendimento de “campos” e muros e abismos e cercas esse entendimento está necessariamente doente e só faz separar as pessoas, criar ressentimentos e ódios e inviabilizar a vida social, inviabilizando com isso o exercício saudável da política e estabelecendo a política como aquilo que a política não é: uma guerra.
A discussão é no campo das ideias e não há ideias nem pessoas superiores ou inferiores, havendo apenas ideias certas ou erradas para os objetivos buscados, embora envoltas em subjetividades e que por isso mesmo as ideias nada têm a ganhar com maniqueísmos e maniqueístas e seus dualismos.
OUTRA COISA DEIFERENTE:
-Abstraídos disso, existem os CRIMES!
Bem observando: RACISMO é crime!MISOGINIA é crime! MILÍCIA é crime!… e…
CORRUPÇÃO também é crime!
Todo corrupto é um criminoso como qualquer outro criminoso, nem melhor nem pior, apenas CRIMINOSO!
-NÃO se faz uma sociedade com criminosos, a não ser que se queira fazer uma sociedade criminosa!
-Não se faz uma sociedade democrática com criminosos!
-Não se faz uma sociedade progressista com criminosos!
E rejeitar o crime na sociedade é não fazer política com criminosos! Para fazer política com criminoso, é melhor, muito melhor, muito mais saudável, IR PARA PARIS ou votar em BRANCO!
Não se faz política com jair bolsonaro, mas também não se faz política com Gedel Vieira, com Lula, com José Dirceu, com Eduardo Cunha, com Pezão, com …
Não se faz política com criminosos NUNCA!
No mais, como seres humanos, somos todos iguais e quando sentamos no vaso para cagar todos nós fazemos as mesmas caras. Um petista não é Lula; um bolsonarista não é bolsonaro. Se o meu outro não é um criminoso, então ele é digno de se relacionar comigo e eu com ele e só se estivermos doentes ideologicamente para nos rejeitarmos. Relacionamento com diferentes é mais difícil, mas é apenas mais difícil; já rejeitar por pensar e querer diferente, se esse diferente não for um criminoso, isso sim, é uma coisa grave. Tão grave quanto normalizar um criminoso!
Talvez que só pior que normalizar um criminoso seja, entre dois criminosos, escolher para normalizar apenas um dos dois!
Amaldiçoadas sejam todas as cercas!
Edson Luiz Pianca.
Ugo
14/08/2022 - 18h47
Uma representação repugnante, um pseudo drama ridículo de tão patetico.
Uma tentativa de por na cabeça dos brasileiros um inimigo que não existe via Globo e Artistas, a mesma tentativa de explorar a infantilidade dos brasileiros com palavrinhas bonitas, imagens “emocionantes” e algumas lágrimas…uma novela.
É mesmo joguinho nojento e sorrateiro de sempre que não funciona mais.
Poucos vermes canalhas eram acostumados a mandar de cima para baixo sem o aval dos brasileiros mas o joguinho quebrou.
O dia 7 de setembro saí a carta que os brasileiros escreveram para os brasileiros.
Alexandre Neres
14/08/2022 - 18h35
Como pareço não ter sido claro, vou ter que desenhar.
Aos eleitores autênticos do Ciro e sobretudo aos eleitores do PDT e aos trabalhistas, temos que aparar arestas, pois pertencemos ao mesmo campo político. Precisamos superar nossas desavenças e retomar o diálogo. Acima de tudo, somos progressistas.
Não há conversa possível com troll, bot, hater e minion, pois só querem zoar, lacrar, confundir e disparar fake news. São avessos ao diálogo.
Também não há diálogo com lambe-botas, com quem sempre passa pano e justifica o irmão do Norte. O eterno carrasco do Brasil é tratado com sabujice, caracterizando a síndrome de Estocolmo desses bananas. Esses vira-latas falam grosso com a Bolívia e Cuba e falam fino com os Isteites.
Tampouco há diálogo com isentões, com quinta-coluna que está o tempo todo atacando Lula e fazendo o jogo de Bolsonaro, embora não tenha peito para assumir suas posições. Tem a pachorra de dizer que Lula e o PT são de extrema-esquerda, mas é incapaz de dizer com todas as letras que Salnorabo é, ele sim, extremista e fascista. Dessa forma desleal e sorrateira é que caracterizam a bipolarização assimétrica existente atualmente no Brasil, invertendo premissas e propagando mentiras e desinformação.
Talvez esses conservadores, que se autoproclamam progressistas e humanistas, sejam piores do que os reacionários extremistas, pois pelo menos esses últimos assumem o que são, não são dissimulados. Além disso, são esses conservadores, em última instância, os responsáveis pela eleição do Salnorabo, por disseminarem o antipetismo a torto e a direito e por defenderem os atos golpistas e corruptos do juiz ladrão, abrindo assim uma avenida para a eleição do inominável.
Por fim, mas não menos importante, com fascista não se dialoga, se combate, assim como com aqueles que são os responsáveis diretos pela eleição de Salnorabo em 2018 e continuam, na prática, beneficiando Bolsonaro em 2022 com os mesmos ataques recorrentes ao PT e Lula, o único candidato que está realmente disputando contra o tirano, bem como aliviando a situação do delinquente, ao fazer comparações imbecis e estabelecer falsas simetrias, depois de tudo que ele fez nesses últimos 4 anos.
Carlos Bananaro
14/08/2022 - 18h30
Dizer que uma democracia esteja em perigo quando alguém que vc não gosta ganha as eleições é puro autoritarismo.
Bolsonaro foi eleito pelo voto e se alguém tiver mais votos fica no lugar dele e…o resto são cretinices de quem ainda não aceitou a democracia.
Quem finge de ter apreço pela democracia faça algo para países onde a democracia foi pro ralo do esgoto , onde aínda hoje há uma ideologia ativa, que implanta ditaduras reais e atuais. A outra ideologia morreu e foi enterrada 80 anos atrás.
Essas manifestações retrógradas, ridículas e hipócritas no ano de 2022 são o retrato da cabecinha parada, velha, pesada e autoritara da esquerda brasileria que não consegue mais se impor e por tanto precisa apelar para um inimigo imaginário.
EdsonLuíz.
14/08/2022 - 17h51
Dudu, com a sua licença:
Eu não penso que o ato no Largo de São Francisco foi uma manifestação partidária, no sentido de partido político; foi um ato dos partidários da democracia!
Todos naquele ato são amantes da democracia sem adjetivações e relativizações?
Penso que não! Alguns, especialmente alguns dos petistas presentes, não têm compromisso nenhum com a democracia. É só ver o que eles defendem, como defendem e onde defendem para se saber que não são nada democratas.
Algumas vezes eu acho que alguns até querem defender democracia, mas não conseguem devido ao modo como aprenderam e apreenderam o conceito. Esses, se prestassem atemção em certos detalhes, eu acho que acordariam para algumas coisas.
Pegando como exemplo a própria manifestação e as atitudes de petistas sobre ela : se petistas amantes verdadeiros da democracia lessem com cuidado as declarações de dirigentes e outros petistas e constatassem que o PT e certos petistas sempre querem sequestrar manifestações assim e se assenhorearem delas em próprio proveito, ao mesmo tempo que negam valores democráticos aqui e lá fora, apoiando esfoladores da democracia, então, ao observar esses detalhes, veriam que, como você diz, a atitude do PT é autoritária e senhorial, sim, até em manifestações pela defesa da democracia, o que em si é antidemocrático.
Mas aquela manifestação foi em defesa da democracia e não do PT. Seus promotores, na imensa maioria, quase totalidade, NÃO votam em Lula, embora pudessem, se o candidato fosse outro e não Lula, votar no PT.
Qualquer força política, para defender a democracia, precisa afirmá-la sem desculpas ou relativizações. Não adianta dizer que defende a democracia e apoiar Donald Tranp; também não adianta dizer que defende a democracia e apoiar a ditadura sanguinária de Cuba.
Eu acho que adeptos do bolsonarismo que querem democracia deviam questionar isso internamente ao seu movimento.
EdsonLuíz.
14/08/2022 - 17h11
Duas coisas:
1- Sobre o autor deste post, G. Maringoni.
Chega a ser assustador certas ‘falas’ dele que se lê neste texto! Eu nem vou pontuar os sustos, por no texto já estarem esfregados na cara de qualquer um que tenha uma formaçãozinha um pouco mais livre e elaborada.
Sobre democracia, Maringoni fala aqui como se fosse um adepto da democracia, mas ele é apoiador de regimes autoritáriis e é apoiador de Lula, que hoje e sempre faz assédio abusado à imprensa profissional e independente – Globo, Folha, Estadão, etc.
A imprensa profissional e independente é uma das primeiras condições para a democracia e a nossa é uma das melhores do mundo, e no entanto essa imprensa, ao invés de ser louvada por Lula, por bolsonaro e por seus autoritários e arrogantes apoiadores, ela é levianamente enxovalhada por cumprir seu papel democrático de desmascarar os erros morais, técnicos e os absurdos ideológicos desses autoritários mascarados de democratas.
jair bolsonaro não é democrata e detesta a globo, que chama de GloboLixo ; mas Lula também nada tem de democrata e, como bolsonaro e como todo autoritário, detesta a globo e chama a globo de RedeGolpe. Os dois e seus adeptos vivem de enxovalhar levianamente toda a imprensa que cumpre seu papel. Eventuais apoiadores desses dois –dos dois: Lula e bolsonaro– estão ajudando a construir um mundo em que a imprensa acaba e reina o panfleto eletrônico. Eu quero crer que o fazem por equívoco e não por preferirem panfletos e desinformação.
O autor deste post, Gilberto Maringoni, até me surpreendeu outro dia, quando foi um pouco mais razoável em um texto, mas fica claro, quando ele volta a escrever seus disparates, que a razoabilidade do outro texto foi sem querer ou foi escrito para enganar.
2- SOBRE certas respostas aqui.
Há absurdos escritos em post’s que se repetem nos escritos das respostas e expõe a mesma estreiteza ideológica, estreiteza que é parte da produção de ódio que inviabiliza a convivência saudável e que vem de décadas, por vezes vindo mais pela ultra-esquerda fantasiada de esquerda ou centro, outras vezes mais pela ultra-direita fantasiada de direita ou centro.
Bolsonaristas ou lulistas, os dois, em bom número são intolerantes — e os petistas, também são arrogantes e mais fingidos.
Mas nem todos is bolsonaristas ou lulistas são assim, e sempre que for possível conversar –até para saber se a pessoa quer considerar fatos e dados e não apenas se agarrar a narrativas e leviandades– se for possível, converse sim.
Conversar com lulistas?
Sim!
Conversar com bolsonaristas também?
Sim! Sim! Sim! Em que um bolsonarista é pior que um lulista?
Se até nós, que somos democratas, progressistas e humanistas verdadeiros e conscientes, não somos melhores do que ninguém, por que gente tão mal formada, doutrinada, arrogante e defensora de autoritarismos, como é grande número de petistas, vão ser melhores?
Co verse com todos! Apenas fique atento porque, no caso de alguns petistas, não há nenhuma coerência e sobra covardia: a pessoa pode ser completamente leviana o tempo todo com alguém e, por conveniência ou para enganar se passando por tolerante quando não é, mudar (fingir que muda) a opinião de repente. Não se iluda com essas, porque elas voltarão depous à leviandade e à covardia.
Mas converse com todos, sim. Com bolsonaristas e com lulistas. Sem arrogância, exponha dados, fatos e veja se voltará um diálogo razoável, fundamentado e não torcedor e negacionista.
Edson Luiz Pianca.
Alexandre Neres
14/08/2022 - 13h36
Ciro faz tanto o jogo de Bolsonaro nessas eleições que é curioso ver os fractais disso aqui no blogue.
Vira e mexe tem cirista querendo dialogar com bots, trolls, haters e minions. Estão batendo palma pra maluco dançar.
Uganga
14/08/2022 - 12h53
Agora falta sò soltar as feminazistoide na rua e a obra està feita…kkkkkkkkkkkk
dudu
14/08/2022 - 12h20
José Ricardo,
nao o ato em si obviamente (que nao passa de uma palhaçada iutil) mas o conteudo é puro autoritarismo.
A democracia ta ai, nao corre risco nenhum (a nao ser o autoritarismo do STF, que é uma vergonha…), e os que manifestaram sabem muito bem disso. Se autoproclamar dono da mesma a principio é presunçao, é arrogancia é autoritarismo por falta de votos.
E’ o truquinho escroto e ultrapassado de 30 anos atras ou mais, criar um inimigo imaginario para se autoproclamar como oa salvador…ou nao foi uma manifestaçào exclusivamente partidaria ?
José Ricardo Romero
14/08/2022 - 10h16
Alô. alô, Dudu! Planeta terra chamando! Como um ato público, à luz do dia, dentro das regras democráticas e de direito pode ser um ato autoritário?
Dudu
14/08/2022 - 08h53
Foi um ato puramente autoritaro, ninguém é dono da bola, detentor autoproclamado de nada.
Mais uma palhaçada inútil.