Uma das críticas que ouvi, nas últimas horas, ao conjunto de eventos realizados nesta quinta-feira 11 de agosto, em defesa da democracia, foi que tiveram uma linguagem elitista.
O deputado André Janones, campeão das redes, se somou às críticas, dizendo que seria preciso substituir a palavra democracia por povo.
Disse Janones:
Enquanto a esquerda não trocar “renda mínima” por “dinheiro pro povo”, “carta em defesa a democracia” ao invés de “carta em defesa do povo”, e “nossas diretriz de programa” por “nossas propostas para os brasileiros”, o Bolsonarismo continuará nadando de braçadas.
O deputado está corretíssimo. E a campanha de Lula precisa ouvi-lo.
Mas o que houve ontem não foi um ato de campanha de Lula, embora a maioria esmagadora de seus participantes e apoiadores sejam de eleitores de Lula, e tenha nascido do sentimento de indignação e temor com os ataques sistemáticos de Bolsonaro e seu grupo contra as instituições eleitorais, as urnas eletrônicas e o STF.
O que houve ontem foi histórico, e penso que é preciso separar a importância política e histórica de um ato como esse, do seu impacto de curto prazo eleitoral.
A passeata dos 100 mil, que protestou contra o assassinato de um estudante, e contra a ditadura, de forma geral, marchou pelas ruas do centro do Rio em 26 de junho de 1968. Ela não acabou com a ditadura. Ao contrário, o regime fechou mais ainda nos anos seguintes, e só viria a terminar, como todos sabem, no início da década de 80.
Mas foi um acontecimento histórico, que ajudou a amalgamar setores distintos da sociedade brasileira, aproximou pessoas e organizações, e a construir a consciência democrática que, hoje, é tão forte em nosso país.
A mesma coisa vale para o 11 de agosto. Sua função, que o evento cumpriu com êxito sensacional, foi colocar mais um tijolo nessa obra interminável, sempre incompleta, que é a construção, no imaginário de nossa sociedade, de uma cultura realmente democrática.
É besteira dar-lhe uma conotação elitista. Um evento que reúne milhares de pessoas jamais o será. Reunidos no Largo de São Francisco, víamos pessoas de todas as classes sociais. Estudantes, professores, trabalhadores comuns, empresários.
Na verdade, a acusação de elitismo pressupõe uma visão medíocre e preconceituosa do povo, como se ele não fosse capaz de apreender conceitos complexos como o de… democracia.
Esse preconceito nasce, em primeiro lugar, de uma visão caricatural de povo, como se fosse uma coisa homogênea, ou talvez pior, uma visão indigente. O povo também lê, também sonha, assiste séries, filmes e tentam entender as transformações tecnológicas do mundo moderno. Trabalhadores de baixa renda, que estudam por conta própria ou estudam numa universidade, também são povo. Eles também aparecem em eventos como o 11 de agosto. O povo é imenso, diverso, surpreendente. Ele tem franjas cultas, outras nem tanto. Do povo, saem artistas, engenheiros, políticos e bandidos.
O povo não apenas entende perfeitamente o que é democracia, como em geral costuma entender de maneira muito mais direta e adequada.
A nossa linguagem, talvez por esse espírito pouco democrático da nossa cultura, confunde os conceitos de “povo” e “massa ignara”. O inglês os separa bem, entre “people”, um conceito sempre nobre e altivo, e “mob”, que corresponde a esse espírito baixo, violento, de alguns setores populares.
O povo tem seus pequenos empresários, seus intelectuais, seus cientistas!
O povo não é burro nem ignorante.
Outra coisa. Se há setores populares com alguma dificuldade para compreender o que significa uma democracia, a solução jamais pode ser rebaixar o debate ao ponto de não tocar no assunto! A solução, naturalmente, é democratizar a informação. A informação hoje é um insumo tão importante como casa, alimento e trabalho, e assim como cabe àqueles que possuem casas, bons empregos e alimentam-se bem, defender o direito de todos para que usufruam dos mesmos bens, também cabe àqueles com acesso às informações e conhecimentos defender que estes cheguem a todos!
Está aí outro ponto tão importante do evento deste 11 de agosto. Foi um evento democrático também neste sentido, porque foi um ato aberto ao público, que pode comparecer ao Largo de São Francisco, e sentir a música democrática que ali foi tocada.
Entretanto, mesmo se quisermos analisar o evento do ponto-de-vista político e eleitoral, considero que ele foi muito importante, porque ajudou a combater o fascismo antidemocrático que o bolsonarismo vem cultivando na classe média desde antes de ganhar as eleições em 2018.
Nos últimos dias, saíram reportagens, sobre a organização do 7 de setembro, onde se denuncia o crescimento alarmante de demandas por golpe de Estado, fechamento do congresso e do STF, intervenção militar, esse tipo de barbaridade.
O ato deste 11 de agosto ajuda a combater o fascismo na raíz. E mandou um recado de apoio aos setores democráticos das instituições republicanas, como o judiciário, o ministério público, a Polícia Federal, congresso, para que resistam à ofensiva autoritária do bolsonarismo.
O edifício democrático é uma obra eternamente em construção. Seus fundamentos, porém, não estão no concreto usado para construir os prédios que abrigam as instituições, mas sim nos valores e nas ideias.
O 11 de agosto foi uma das batalhas da guerra ideológica pela democracia. As eleições serão outra batalha importante. Mas a guerra pela democracia é eterna. Renova-se a cada geração. E cada vez mais está claro que também é um compromisso que vai além das nossas fronteiras geográficas, e talvez até mesmo além da nossa espécie. Os valores democráticos devem englobar o mundo inteiro, aí incluindo florestas, oceanos, lagos e animais. Há algumas décadas, palavras como essa talvez fossem ouvidas com sarcasmo, inclusive por gente de esquerda. Não mais. Mas isso é outro assunto.
Ainda sobre as eleições presidenciais: os atos de ontem constrangeram Bolsonaro. O governo ficou mais isolado. Nos grupos de whatsapp dos grandes empresários e organizações que assinaram a Carta pela Democracia, talvez tenham ocorrido discussões interessantes. Setores reacionários, ainda apoiadores de Bolsonaro, ficaram isolados dentro dessas entidades. Consequentemente, Lula e todo o campo político que o apoia, saíram fortalecidos dos atos de ontem. Pontes de diálogo entre setores até então hostis entre si foram reconstruídas, o que ajudará não apenas a fortalecer a campanha e ganhar as eleições, como também a governar com mais estabilidade ao longo dos próximos anos.
João Cabral de Melo Neto nos ensina, num de seus mais belos poemas, que um galo sozinho não tece a manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito e o lance a outro, até que os fios de sol de seus gritos se cruzem, e a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos.
O 11 de agosto foi um grito, ao qual se seguirão muitos outros, criando uma teia, uma rede, para, quem sabe, produzir uma bela manhã de sol no dia 2 de outubro!
Alexandre Neres
14/08/2022 - 12h45
Finalmente, ao que tudo indica, apareceu no blogue um comentarista bolsonarista que não é troll ou bot, escondido abaixo da saia de Andressa. Aparentemente é humano e consegue algo parecido com tentar tecer argumentos.
Convenhamos, a assertiva a seguir é uma pérola: “outro evento lulista travestido de defesa democrática, novamente indisposto de estabelecer diálogo com as camadas populares, é enaltecido pelos meios de comunicação.” É difícil extrair o conteúdo, já que as ideias, como não poderia deixar de ser, estão mal concatenadas.
Suponho que os dois Ts signifiquem tapado e toupeira. Não dá nem pra tentar destruir alegações tão débeis e frouxas, mas o que se pode esperar do gado defensor de tiranos que apoiam a ditadura é a tortura? Muuuuuu!
Marcos TSantosT
14/08/2022 - 12h04
Em 2018, após os atos do “Ele não” observou-se forte tendência de aumento de intenções de votos em Bolsonaro.
Agora, outro evento lulista travestido de defesa democrática, novamente indisposto de estabelecer diálogo com as camadas populares, é enaltecido pelos meios de comunicação.
Enquanto Bolsonaro alarga seu alcance por meio das “coversas de boteco” no youtube.
Veremos… eu apostaria que o evento da USP (que apenas uma classe média, interessada em política, deu conta de sua existência) será um novo “tiro no pé” que será evidênciado em onda pro-Bolsonaro nas próximas pesquisas… veremos!
EdsonLuíz.
13/08/2022 - 11h30
A vida é atitude; a vida não é declaração de intenções! E se as atitudes não correspondem às narrativas, se as práticas negam a narrativa, há um problema de caráter que precisa ser denunciado, sempre!
-Um populista NUNCA será um progressista!
-Um CORRUPTO nunca vai liderar seu povo no caminho do bem!
-Um apoiador de torturadores e perseguidores NUNCA vai ter compromisso com democracia!
Manipuladores, agressores verbais ou armados, intolerantes e enganadores NUNCA agem se não para construírem as arapucas em que aprisionam suas vítimas: Fuja de Lula e de jair bolsonaro!
Os espécimes perversos dessas versões invertem a realidade e os fatos e colocam a culpa de suas perversidades em outros; se puderem, colocam até mesmo em suas vítimas a culpa do mal e do ódio que fazem e espalham!
Cuidado com os farsantes que obstruem as nossas vias políticas! Quando forem atravessar a rua, olhem com muito cuidado para o lado direito! olhem também com muito cuidado para o lado esquerdo! Não pensem que é suficiente olhar com cuidado para os dois lados extremos e olhem também com muito cuidado para o centro onde você está! O mal é insidioso e pode estar ao seu lado, se esfregando amorosamente em você enquanto prepara o contrário do que está afirmando, certo de que a sua boa-fé irá fazê-lo acreditar nas novas farsas e esquecer ou relevar o mal anterior tramado e feito.
Eleição é um semáforo em via movimentada, antes de atravessar o sinal, observe todos os lados e leia com muita atenção as placas:
Pare!
Olhe!
Escute!
Mas acredite: o sinal está se fechando novamente para o progressismo e para a democracia no Brasil, mas esse sinal pode ser reaberto por você!
O MAL do populismo sempre se serve de práticas políticas e de medidas econômicas insanas, que destroem a economia, destroem a convivéncia saudável, destroem os ideais liberais de liberdade aqui e no mundo e até trazem de volta a fome, com a recessão e o desinvestimento que causam. Para enganar e esconder as consequências do mal que causam e se manterem ou retomarem o poder os populistas intolerantes e odiadores são capazes de tudo, até de falsificarem orçamentos(como foi feito no governo Dilma), destroçarem candidaturas legítimas usando seus operadores-cúmplices nos outros partidos (como Lula está fazendo com Simone Tebet e um pouco com Ciro Gomes), se assenhorearem de programas de ajuda social tipo AuxílioBrasil ou BolsaFamília para fazerem ARRASTÃO DE VOTOS (como já fez Lula e está fazendo bolsonaro agora).
Acredite na boa política e reabra o sinal para a democracia sem enganação, sem milícias e armas de fogo nas ruas e sem corrupção no Brasil:
Lula NÃO!
jair bolsonaro NÃO!
Você tem as opções de Ciro Gomes ou Simone Tebet, que além de sériio/a são mais bem preparad’o/a’s que Lula e bolsonaro! E você tem, além de Ciro Gomes e Simone Tebet, outras opções, desde a estrema-esquerda até à extrema direita.
Qualquer um, mas um maldito miliciano ou um maldito corrupto, os dois defensores de autoritários e repressores, NÃO!
NÃO faz sentido ter presidente miliciano!
NÃO faz sentido ter presidente corrupto!
NÃO faz sentido ter presidentes apoiadores de repressores e ditadores!
Nenhum populista presta para fazer um bom governo!
Ciro Gomes ou Simone Tebet para presidente, eu peço a você um desses votos.
Edson Luuz Pianca.
Alexandre Neres
13/08/2022 - 00h24
Quero pegar um gancho no belo texto do Miguel para dialogar com os democratas.
Quem acompanha política amiúde sabe que apenas dois candidatos estão realmente disputando essa eleição. Lula e Bolsonaro. Independentemente do que eu pense ou ache, a Realpolitik é implacável, não deixa margem à dúvida.
O campo progressista aprendeu uma lição da qual nunca mais pode esquecer. Depois de Lula e Brizola passarem as eleições de 1989 aos trancos e barrancos, Brizola pegou Lula no colo e transferiu todos os seus votos para ele. Não só Brizola, mas Roberto Freire, Gabeira, Covas e Ulysses, todo o segmento progressista unido apoiou Lula. Do outro lado estava o campo conservador, a elite do atraso, com o apoio e as manipulações da Globo, em torno de Collor. Collor Ganhou, mas a semente progressista plantada por Brizola jamais será esquecida.
Algumas pessoas, talvez bem-intencionadas, mas que nada entendem de política, sugeriram que Lula deveria ter passado o lugar para Covas, o quarto lugar. Fazer isso seria suicídio político Um candidato escolhido pelo povo abrir mão de ter sido o escolhido, a partir daí perderia a credibilidade e não adiantaria se candidatar a mais nada. Lula cresceu bastante depois disso, foi se burilando, até conseguir se eleger na quarta vez.
Em 1989, votei em Lula, mas com o passar do tempo vi que deveria ter votado em Brizola, sobretudo para devolver o poder a quem melhor representava quem dele foi usurpado. Brizola era o candidato mais preparado para aquelas eleições, mas quis o destino que fosse diferente. Brizola não esmoreceu nem um segundo, mostrou como um líder deve agir.
As eleições de 2022 são as mais importantes que tivemos até então, um verdadeiro divisor de águas. A luta renhida não se dará, como tantas outras vezes, entre centro-esquerda e centro-direita, mas, sim, entre civilização e barbárie.
Voltando a 1989, Collor perto de Bolsonaro era um estadista, ainda que provinciano, tinha ligações e uma família com certa tradição política, não era um membro do baixo clero que nunca havia feito nada de relevante em 28 anos no Parlamento.
Bolsonaro destruiu os órgãos de fiscalização e controle, promoveu ataques contra o STF e a democracia, rodeou-se de gente que pedia intervenção militar e o fechamento do STF, deixou que 700.000 brasileiros morressem em vão, demorando a comprar a vacina por capricho, pois acreditava na cloroquina. Um completo despreparado, que não compreende a liturgia do cargo, não muito afeito ao trabalho, que está nos levando para um caminho perigoso.
Mesmo na época dos anos de chumbo, com todos os seus defeitos, existiam militares ilustrados como Geisel. Bolsonaro representa os porões da ditadura, aqueles que explodiram uma bomba no Riocentro, não passa de um apologista da ditadura e da tortura, sem nenhuma empatia, desprovido de humanidade.
Acho que o eleitor de Ciro Gomes, apesar das adversidades do momento, se entender que o seu candidato é o melhor e mais adequado, deve votar nele, embora não esteja no páreo.
O que questiono em Ciro Gomes são os ataques desnecessários e recorrentes a Lula, que não angariam votos para ele, muito antes pelo contrário, abrindo assim uma avenida para Bolsonaro. É este o papel a que ele se presta, conquanto possa ter seus motivos para manter distância de Lula.
Ciro Gomes disse que todos os governos desde a redemocratização adotaram a mesma política econômica, que não havia diferença significativa entre eles, colocando Sarney, Color, Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro no mesmo barco. Ao agir assim, acaba normalizando Bolsonaro. Faça-se um contraponto com Marina Silva. Marina dizia que FHC trouxe a estabilização econômica, Lula adotou a inclusão social e ela se enxergava como alguém que iria acrescentar com a pauta ambiental. Reconheceu o melhor de cada um, não os igualou.
Faz-se mister reconhecer que era um luxo ter PT e PSDB disputando as eleições. Havia um embate encarniçado, o PT não era aceito no establishment, por isso tinha que carregar a mão. No governo Lula, a verdadeira oposição era feita pela imprensa chamada profissional, daí o saudoso jornalista Paulo Henrique Amorim ter cunhado o termo PIG. O governo Lula terminou com 87% de aprovação em pesquisa do Ibope, todo mundo queria ser amigo do Lula, como Aécio Neves no governo de Minas. Serra candidatou à presidência se chamando de Zé e só falando bem de Lula. De lá para cá o PSDB foi caminhando cada vez mais para a direita, a ponto de compor a base bolsonarista.
O PT cometeu muitos erros durante seus governos, como a desoneração fiscal ingente promovida pela Dilma. Porém, Dilma jamais cometeu crime de responsabilidade. Aliás, depois de tudo que houve nesses últimos 4 anos, ficou mais do que claro que os impeachments anteriores foram levados a cabo por motivos irrisórios, apenas pela falta de sustentação política. A PEC dos precatórios, a PEC kamikaze burlando a lei eleitoral e promovendo uma gastança desenfreada, o orçamento secreto, o atual inquilino do Planalto é um contumaz praticante de crime de responsabilidade e comuns também, tudo sob a batuta de Lira, que superou Cunha em muito, e jamais iria dar início a processo de impeachment, até porque ele é de fato quem governa o país, já que o outro não trabalha, só fica em redes sociais e em motociatas.
Alguns insinuam que Bolsonaro não é fascista, querem que se reúnam todas as condições que vigoravam à época na Itália no início do século passado para que se possa chamar assim, não se dão conta de que o fascismo é eterno, uma ameaça constante a nossa sociedade, com determinadas características que costumam variar um pouco no tempo e no espaço, mas que costumam se repetir: o culto à tradição; a ação pela ação, sem pensar em consequências, em reflexão; pensar diferente é traição; o nacionalismo; o militarismo; o heroísmo é a norma; o fetiche por armas e assim por diante.
Para Bolsonaro fazer o que faz, agir como age, é porque tem um respaldo não só militar como conta com a cumplicidade do poder econômico e da elite do atraso. Em nosso país, são recorrentes a aversão pelo povo, que é o inimigo interno a ser batido e assassinado, e o pacto por cima que promove todos os golpes perpetrados por essas plagas, não raras vezes com o apoio de nações que se arrogam o papel de defensores da democracia e da liberdade. Sorte nossa que dessa vez não convém para os EUA participar de mais um depois da patuscada empreendida por Trump e também que parte das nossas elites se conscientizou das implicações decorrentes do autoritarismo tacanho atual e assinou os manifestos em apoio da democracia, de modo que Bolsonaro sentiu o golpe e deu mostras de que ficou abalado com tal atitude, passando recibo.
O momento é grave. Não há espaço para falsas simetrias, para isentões. A imprensa corporativa 4 anos atrás não afirmava que Bolsonaro era de extrema-direita, espero que tenha aprendido nesse meio-tempo. Não se pode olvidar que Globo, Estadão, Folha, OAB, todos foram a favor do golpe de 1964. Ademais, todos os candidatos que compõem ou compunham a terceira via, exceto Ciro Gomes, votaram em Bolsonaro em 2018. Bolsonaro sempre foi o que é, jamais procurou ocultar seus defeitos evidentes e sua falta de apreço pela democracia. Mesmo assim, considerando todas as circunstâncias e condições desfavoráveis, temos que lutar enquanto é tempo pela defesa da nossa democracia.
Eu acho que a chapa Lula-Alckmin foi uma grande tacada de Lula para tentarmos recuperar nossas potencialidades e um porvir melhor ante a época tenebrosa pela qual estamos transitando, meu amigo Tiago Silva é contra, queria uma chapa puro-sangue. Tabata Amaral, Cristóvam Buarque, Aloísio Nunes, Rodrigo Maia, todos eles discordam de muita coisa do PT e de Lula, mas compreendem que nas circunstâncias atuais o único candidato que pode trazer nossa democracia de volta, mesmo que nas eleições seguintes apoiem um candidato com o qual se identifiquem mais, e derrotar Bolsonaro é o bom velhinho.
Muito embora não tenha chegado no núcleo do poder, já que Lula nunca foi aceito pelo establishment, derivando sua força da soberania popular, nas circunstâncias mais difíceis sempre se mostrou um verdadeiro democrata. É um notório conciliador, sua trajetória é marcada pelo diálogo com os contrários, nunca perseguiu ninguém quando era presidente e mantinha boa relação com adversários, tampouco deu tratamento discriminatório a governadores da oposição. Foi preso político duas vezes, uma na ditadura e outra recentemente. Foi perseguido, caçado e impedido de disputar as eleições em 2018 quando era favorito, mesmo com a recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU para que seus direitos políticos fossem preservados, mas acatou a decisão da Justiça e cumpriu uma pena sabidamente injusta, recusando-se a se asilar em embaixadas conforme sugerido por amigos, dado o lawfare implacável do qual era vítima. Foi impedido de ir ao enterro de entes queridos, decisões judiciais das cortes mais altas eram alteradas ad hoc para mantê-lo preso sob pressão dos milicos. Lula comeu o pão que o diabo amassou e resistiu bravamente. Teve a vida devassada e esquadrinhada, se houvesse um batom na cueca, decerto seria enxovalhado e condenado com volúpia. Não recebeu o tratamento dispensado aos presidentes da república ao longo do tempo, provavelmente por ser o único egresso do povo, retirante nordestino, operário, tudo que a nossa elite do atraso sempre combateu com unhas, dentes e sangue.
É hora de todos os cidadãos se posicionarem sem titubeio em defesa da nossa democracia. Não adianta você se julgar um democrata, se na hora em que o país mais precisou de você, por questiúnculas, por picuinhas, você estava o tempo todo atacando sistematicamente o único candidato que reúne condições para derrotar o tirano e que simboliza como nenhum outro o povo brasileiro tão desvalido e a democracia que insiste em não se vergar em meio a tantos golpes. O caminho é um só. Lula Presidente!
carlim
12/08/2022 - 23h09
Que desespero é esse…o Lula não ganha no primeiro turno ?
Não é o líder popular que não anda no meio do povo ?
Ugo
12/08/2022 - 21h05
Este joguinho escrotoide de se autoproclamar depositarios da democracia tá fora de moda faz tempo viu…
Bandoleiro
12/08/2022 - 19h22
Ar frito…o mesmo filme ja visto em 2018.
Aos brasileiros nao interessa nada dessas cartinhas inuteis, zero.
Dudu Laranjinha
12/08/2022 - 18h44
Parece gente com amnésia, esqueceram do mensalão e do petrolão…??
A democracia foi comprada com o próprio dinheiro dos brasileiros até ontem por exatamente quem essa gente quer que volte em Brasilia.
Esqueceram ou fingem ter esquecido ?
Por qual razão se autoproclamar isso ou aquilo, não precisa…será que o interesse não é outro atrás dessas palhaçadas ?
Ronei
12/08/2022 - 18h23
Nesses 4 anos quais assuntos a esquerda apresentou aos brasileiros a não ser narrativas, palavras de ordem vazias e exploração da morte ? Ou a gazela louca acampada no STF é apresentar algo aos brasileiros ?
Alguém consegue citar 1 assunto de interesse dos brasileiros que a esquerda levou até os mesmos nesses 4 anos ?
Essa cartinha hipócrita é o goleiro indo pro ataque faltando 2 minutos para o fim do jogo e nada mais.
Não há debate de nada no Brasil porque as TV não levam isso em horário nobre até os brasileiros.
Essa merda de Globo porque não cria programas com debates sobre assuntos de interesse comum ?
É sempre a mesma palhaçada jornal nacional/novela há quantas decadas ?
Falta o que pra ver que não há interesse de levar nada aos brasileiros de importante mas só babaquices inúteis para imbecilizar mais ainda ?
É por isso que internet acabou com a farra desses canalhas.
EdsonLuíz.
12/08/2022 - 18h01
Democracia é uma substância, mais do que qualquer outra, que se construída por impostura, com conceitos, pedagogia e pessoas e intenções erradas, ou se sequestrada e instrumentalizada por atores e forças políticas impostoras, resultará em sua conspurcação.
Os atos que pedem democracia, quando promovidos por verdadeiros democratas, são, por coerência com sua natureza, atos democráticos, e por serem democráticos são includentes e jamais excluem. De atos por democracia também podem participar os não comprometidos com democracia.
Mas neste ato de ontem, 11 de agosto de 2022, os promotores, em sua grande maioria, era de democratas, não de petistas e lulistas.
HÁ DEMOCRATAS NO PT, e também há no PT inúmeros quadros com intenções democráticas, mesmo que não apreendam adequadamente o conceito, mas o PT está longe de ser uma força comprometida com democracia senão nos termos relativizantes com os quais petistas e o PT define o conceito de democracia, relativisação que por si já é uma negação dos valores e essencialidades democráticas.
Mas democracia é um processo, quem sabe no curso desse processo o PT aprende e adira.
Edson Luhz Pianca.
Galinzé
12/08/2022 - 18h00
Por falta de assuntos, de propostas, de interesse dos brasileiros no discurso de sempre apelaram para um risco imaginário de perder a democracia como a ideologia manda…
Nada de concreto, o vazio absoluto.
carlos
12/08/2022 - 17h52
Entre a democracia e o nazifarcismo,sou democracia entre viver em paz e viver dentro de um sistema nazista prefiro a democracia e não assinei a lista não.
William
12/08/2022 - 17h45
O povo se manifesta espontaneamente, fora das faculdades, sem sindicatos inúteis, sem movimentos e associações querendo dinheiro, sem a Globo, sem a Faria Lima e sem artistas multi milionarios para dar eco e fazer propaganda.
No dia 7 de setembro vão ver coisas que a velha Imprensa falida tentará rótular como “anti democráticas” e querendo esconder novamente…
Teve até um ministro do partido do STF (o mais cretino de todos que pela atuação deve ser candidato a algum cargo político…) que já rotulou as futuras manifestações como “fascistas”.
A democracia existe com todos seus defeitos e ninguém é dono da bola….se autoproclamar como detentores da democracia para tentar demonizar outro alguém não tem nada a ver com democracia mas é o exato contrário.
Os brasileiros entenderam muito bem como foram tratados até ontem por estes vermes.
Será que não é falta de appeal, de assuntos que interessam e de votos mesmo por parte de quem era acostumado a pintar, bordar e mandar de cima para baixo ? Eu tenho certeza que é isso.