Por Eduardo Costa Pinto
A Petrobras apresentou um lucro líquido de R$ 54,5 bilhões (aumento de 26,8% entre o 2° trimestre de 2021 e o 2° trimestre de 2022) e um lucro líquido recorrente de R$ (aumento de 10% entre o 2° trimestre de 2021 e o 2° trimestre de 2022).
O lucro líquido foi afetado basicamente pelo efeito aumento dos preços e ganhos de capital com receitas não recorrentes com os ganhos de capital (R$ 16 bilhões) com a vendas de ativos e compensações (campos de Itapu e Sepia).
Mesmo com a queda na produção de petróleo (5%) e das vendas (em volume) de derivados para o mercado interno (-2,4%), entre 2t21 e 2t22, os lucros cresceram em virtude do aumento dos preços do total dos derivados nas refinarias de 62% (acompanhando a variação positiva do preço do petróleo de 65,3% via precificação PPI) – os preços médios do diesel e da gasolina cresceram, entre 2t21 e 2t22, respectivamente, 78% e 51%.
As receitas cresceram 54%, fruto do efeito preço, ao passo que os custos dos prod. vend. cresceram 40%. Com isso, a Petrobras obteve um resultado operacional (s/ganhos de capital com venda de ativos e compensações e s/impairments) de R$ 81,3 bilhões (margem operacional de 47,6%).
O que chamou atenção foi a distribuição de dividendos de R$ 87,8 bilhões, referentes ao 2° trimestre de 202$, que serão pagos em agosto e setembro de 2022. No segundo trimestre, o recurso gerado pelos ativos operacionais (FCO) foi de R$ 71 bi e o fluxo de caixa livre (FCO – investimentos(ativos imob. e intang.)) foi de R$ 63 bi.
Descontando o pagamento de amortização de dívida realizado no segundo trimestre (R$ 20 bi), a empresa teria cerca de R$ 43 bi., resultante dos fluxos do trim. Como então ela vai pagar esse montante de R$ 87,8? Parte vai ser com os R$ 32 bi. que entrou no caixa com a venda de ativos e compensação.
Somando estes valores (43bi + 32 bi = 75 bi) ainda é menor do que o distribuição. Assim, a Petrobras vai utilizar parte do caixa para pagar dividendos. Em suma, os dividendos serão pagos por parte da GCO, com a venda de ativos e compensações e com a redução de caixa disponível.
É bom lembrar que esse montante de dividendos que a Petrobras vai distribuir R$ 88,7 bilhões, representa cerca de 20,5% do valor da empresa (R$ 428,7 bilhões em 27/07/22). Ou seja, 1/5 do valor da empresa foi distribuído em um trimestre (2° trimestre de 2022).
Esse valor distribuído corresponde ao total de investimentos realizados pela companhia no acumulado dos últimos dez trimestres. Ou seja, a Petrobras distribuiu em um único trimestre o que ela investiu em dois anos e meio.
Essa política de distribuição de dividendos, provavelmente, continuará sob esse governo. Esse pessoal vai deixar a Petrobras no osso em 31/12/22, com a menor disponibilidade de caixa possível.
Eduardo Costa Pinto é professor de Economia Brasileira e Economia Política do IE/UFRJ
Marcus
01/08/2022 - 12h38
Ah, a tolerância com os intolerantes. Eu já teria te retirado aos chutes do blog, fascista de merda!
Fanta
31/07/2022 - 14h43
Foi só tirar as estatais das mãos dos quadrilheiros vermelhos e voltaram a dar lucro no ligar de prejuízos.
Jorge Fernandes
31/07/2022 - 12h35
Esses nazifascistasmilicianos se dizem patriotas
Depois de 01.01.23 terão que ser julgados por traição a patria e enforcados em praça publica