Por Acrísio Sena
Virou rotina o presidente Bolsonaro afrontar as instituições, a Constituição de 1988 e, especialmente, o processo eleitoral. O momento mais crítico dessa crise ocorreu, recentemente, quando, de forma inédita na história do país, o Chefe de Estado se reuniu com embaixadores para tentar descredenciar o sistema eleitoral e os ministros do STF.
O sinal de alerta foi emitido em todo mundo. Os Estados Unidos e os países da America Latina se apressaram em condenar as movimentações golpistas do presidente. A reação brasileira também chegou e mobilizou diversos grupos da opinião pública: associações de classe, imprensa, universidades, artistas, sindicatos, empresários e os movimentos sociais. O manifesto pela democracia, organizado pela USP, ultrapassou as 180 mil assinaturas, mostrando que tem apoio da ampla maioria dos brasileiros.
Não há qualquer dúvida sobre as pretensões golpistas de Bolsonaro. As pesquisas de intenção de voto, que apontam um cenário de vitória para Lula, atormentam ainda mais os bolsonaristas. Contudo, as reações aos atos violentos do presidente devem ir além da organização de manifestos ou às ações meramente institucional.
Precisamos de uma verdadeira manifestação popular. Devemos ocupar as ruas, expressar nossa vocação democrática e voltar a incorporar o verde e amarelo nas manifestações – símbolos sagrados da nacionalidade – cooptados pela extrema-direita. É urgente construirmos uma grande corrente nacional, como aconteceu com a luta pelas Diretas Já! Só a mobilização ativa e vigilante do povo pode frear essa escalada autoritária!
Acrísio Sena é historiador e deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores no Ceará