O Ministério Público do Paraná apresentou denúncia contra o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador de Jair Bolsonaro, por homicídio duplamente qualificado pelo assassinato do tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR).
Os promotores do Gaeco, Luiz Marcelo Mafra e Tiago Lisboa Mendonça, detalharam os pontos que sustentam a acusação.
“O MP busca agora a condenação do acusado no máximo rigor da lei, nos exatos termos em que foi elaborada a denúncia”, declarou Mendonça. O órgão também aponta a existência de cinco laudos incompletos na investigação.
Esses laudos dizem respeito ao confronto balístico, análise de imagens de câmeras que registraram o crime, análise do celular e carro do bolsonarista e as circunstâncias do assassinato de Arruda.
Mas, o Instituto Médico Legal (IML) paranaense comunicou ao MP que os laudos serão entregues no prazo de dez dias. Com isso, Mendonça alertou sobre a urgência no oferecimento da peça acusatória para evitar a soltura de Guaranho.
“Seria um constrangimento ilegal por parte de nós, promotores de Justiça”, disse.
Por sua vez, o procurador Mafra detalhou as ações do bolsonarista no momento do crime. “Guaranho deu origem ao evento macabro ao chegar na festa de Marcelo Arruda, abrindo a janela de seu veículo, tocando música em alusão a Bolsonaro e gritando coisas como “Lula lixo”.
Foi neste momento que Arruda se dirigiu a Guaranho para pedir ao mesmo que se retirasse. De forma imediata, o bolsonarista sacou a arma e a esposa do petista pediu calma e disse que havia um recém nascido dentro do veículo.
Guaranho recuou naquele momento, mas disse que “voltaria e acabaria com todos”. Minutos depois, o bolsonarista voltou aos gritos de “aqui é Bolsonaro” e “petista vai morrer tudo”. Foi a partir daí que ele começou a atirar.