Petroleiros da FUP e da FNP, realizam na manhã de hoje (27) um ato unificado em repúdio à posse de Caio Paes de Andrade ao cargo de presidente da Petrobrás.
O protesto aconteceu em frente ao Edifício Senado (Edisen), sede da diretoria executiva da empresa, no Rio de Janeiro, um pouco antes da reunião extraordinária do Conselho de Administração da estatal.
Para o diretor da FUP, Paulo Cardoso, a indicação de Caio Paes de Andrade é ilegal. “Ele não tem a menor experiência em gestão conforme é exigido pelo decreto 8.945 que regulamenta a Lei das Estatais (13.303/2-16) que dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública. Na seção VII do decreto, o artigo 28 diz que é obrigatório ter formação acadêmica compatível e notório conhecimento compatíveis com o cargo. Esbarrando em pelo menos dois possíveis impeditivos para sua nomeação: a experiência profissional e a formação acadêmica”, argumenta.
“Esse ato unificado mostra nossa indignação à nomeação de Paes de Andrade, que não tem a experiência que o cargo exige. O protesto também é contra esse governo e a privatização da Petrobrás”, afirma Adaedson Costa, secretário geral da FNP.
Segundo ele, com essa nova indicação, o presidente Jair Bolsonaro tenta, mais uma vez, se furtar da sua responsabilidade pela alta dos preços dos combustíveis. “Trocar o presidente da Petrobrás sem mudar a política de preços não passa de uma estratégia política e eleitoreira, porque não vai resolver o problema da alta dos combustíveis”, argumenta.
Decisão final
Mesmo não atendendo a requisitos técnicos de governança, referentes à formação acadêmica e experiência profissional, estabelecidos pela lei das estatais e o estatuto social da Petrobrás, o nome de Paes de Andrade foi recomendado sexta-feira (24) pelo Comitê de Elegibilidade da companhia. E nesta segunda-feira (27), o Conselho de Administração aprovou por sete votos a três pela nomeação.
A conselheira Rosangela Buzanelli, representante dos trabalhadores da Petrobrás, se manifestou contrária. “O fato é que Andrade não tem notório conhecimento na área, é formado em comunicação social e sem experiência no setor de petróleo e energia”, disse ela, em suas redes sociais.
William
28/06/2022 - 08h51
Os sindicatos não representam os petroleiros, não representam ninguém.