Preso na manhã desta quarta-feira, 22, durante operação da Polícia Federal, o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi jogado ao mar e sem bóia por Jair Bolsonaro (PL).
Em entrevista à Rádio Itatiaia de Minas Gerais na manhã de hoje, o inquilino do Planalto defendeu que o pastor “responda pelos atos dele”:
“O caso do Milton, pelo que eu estou sabendo, é aquela questão que ele estaria com uma conversa meio informal demais com algumas pessoas de confiança dele”, disse.
“E daí houve denúncia que ele teria buscado prefeito, gente dele, para negociar, para liberar recursos. O que acontece? Nós afastamos ele. Se tem prisão, é Polícia Federal. É sinal de que a Polícia Federal está agindo. Ele responda pelos atos dele”, prosseguiu.
“Mas, se tem algum problema, a PF está agindo. Está investigando. É um sinal que eu não interfiro na PF. Porque isso vai respingar em mim, obviamente. Eu tenho 23 ministros, mais uma centena de secretários, mais de 20 mil cargos comissionados. Se alguém faz algo de errado, pô, vai botar a culpa em mim?”,. questionou.
Durante a operação, o ex-ministro e o pastor Gilmar Santos foram presos pelos agentes da PF.
Ao todo, a PF cumpriu cinco mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.
Vale lembrar que em março, a Folha divulgou um áudio onde o próprio Milton Ribeiro revelou que o Governo Bolsonaro priorizava as prefeituras que negociavam a liberação de verbas pelos dois pastores.
Após a repercussão do escândalo, Jair Bolsonaro chegou a dizer naquela ocasião que “botava a cara no fogo” pela honestidade de Milton Ribeiro.
É bom ressaltar que os pastores nunca foram nomeados pelo Planalto.