A renúncia de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras também serviu como movimentação política para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI).
Com a saída de Coelho, os dois pepistas se articularam para emplacar o atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, para o posto mais elevado da administração pública.
Um interlocutor ligado a cúpula do PP confirmou que o alto escalão do Governo Bolsonaro estava ciente do aumento explosivo de 5,18% da gasolina e 14,26% do diesel, anunciado pela Petrobras na sexta passada (18). Ou seja, o reajuste não pegou o Palácio do Planalto de surpresa.
Entre os líderes governistas, o nome de Caio Paes de Andrade já é tratado como certo para assumir a estatal.
A nomeação será através de uma Medida Provisória que está sendo editada pelo governo. Em outras palavras, Caio Paes de Andrade poderá ser o primeiro presidente da Petrobras nomeado por uma intervenção branca, sem passar pela assembleia de acionistas.
A avaliação é que Paes de Andrade não é uma indicação de Jair Bolsonaro ou de Paulo Guedes, mas da cúpula do Progressistas, que além de comandar a presidência da Câmara e a Casa Civil, também terá o controle da Petrobras.