Um novo estudo da Federação Única dos Petroleiros (FUP), com base nos preços oficiais dos principais combustíveis consumidos no país, mostra bem o impacto dramático da nova política de preços da Petrobrás, adotada após a Lava Jato e o golpe de 2016.
A nova política tem um nome. É o famigerado PPI, Preço de Paridade de Importação (PPI), que corrige os preços dos derivados de acordo com as cotações internacionais.
Desde a implementação do PPI, em 15 de outubro de 2016, até o dia de hoje, 17 de junho de 2022 (já considerando os aumentos anunciados hoje), o preço do gás de cozinha acumula alta de 324%.
No mesmo intervalo, o salário mínimo subiu 37,7%, e o principal medidor de inflação, o IPCA/IBGE, 35%.
O custo do gás de cozinha afeta diretamente o orçamento doméstico da maioria das famílias brasileiras, que o usam para preparar seus alimentos. O impacto é muito maior, naturalmente, nas famílias mais pobres.
Os preços do diesel, por sua vez, acumulam alta de 221,6% desde o início da PPI até hoje, e os da gasolina, subiram 170,6% no mesmo intervalo.
Os preços de referência usados acima são aqueles da refinaria.
A variação medida pelo preço final, nos postos, é menor, o que deixa bem claro que o problema vem da Petrobrás e suas taxas insanas de lucro. Não é um problema de atravessadores. Ao contrário, o comércio atravessar absorveu parte desse aumento, reduzindo seus lucros em prol, mais uma vez, dos acionistas da Petrobrás.
Abaixo, um quadro com os principais indicadores de variação dos preços desde o início da PPI, desde o início do governo Bolsonaro e ao longo de 2022.