Neste domingo, 1, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), negou que suas divergências com o PT sejam por “mágoas” e ressaltou que essas diferenças são baseadas em questões programáticas.
Na entrevista que concedeu ao O Globo, a ex-ministra disse que está aberta ao diálogo com o ex-presidente Lula (PT) e lembrou que só os autocratas negam o diálogo.
“Eu defendo a Justiça social, os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável. É com base nessas agendas que me disponho ao diálogo. Só os autocratas não se dispõem ao diálogo. Estou aberta ao diálogo não em cima de subjetividades, se é raiva ou mágoa. Eu e Lula temos, em várias questões da vida, algumas afinidades e algumas divergências. Essas divergências se aprofundaram e eu saí do governo, mas sempre mantive contato com os demais membros do governo”, declarou.
Ela também esclareceu que comunicou ao PT que não participaria do encontro de Lula com as lideranças da Rede Sustentabilidade, realizado na semana passada.
“Imagino que o presidente Lula não estivesse desavisado. Ele disse que ficou surpreso. Eu fiquei surpresa com a surpresa dele. Eu não estava lá não por uma questão de raiva ou mágoa. Nós temos divergências políticas, e as divergências precisam ser discutidas com base em uma agenda programática. Com foco nos problemas sociais e econômicos que estão indo para um verdadeiro precipício”.
Já no que diz respeito a disputa pelo governo de São Paulo, a ex-senadora revelou que está dialogando com o ex-prefeito Fernando Haddad, pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes.
“As minhas questões não têm nada a ver com questões de natureza subjetivas. Estou sempre aberta ao diálogo, sempre me pautei nesse princípio da democracia. O próprio ministro Haddad já pediu para tratar comigo das questões de São Paulo. Estamos fazendo um debate sobre o apoio à candidatura de Haddad, e o diálogo se dá em termos programáticos”.