Apesar da crescente tensão entre as Executivas Nacionais do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Democrático Trabalhista (PDT), as duas siglas acertaram os ponteiros em dois estados importantes na região Nordeste.
No Rio Grande do Norte, a governadora Fátima Bezerra (PT) tentará sua reeleição e conseguiu articular uma aliança com o PDT e terá na sua chapa governista, como candidato ao Senado, o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT).
Uma das consequências desse acordo é que o senador Jean Paul Prates (PT-RN) não tentará um novo mandato pela Casa Alta.
Por parte de Carlos Eduardo, seu apoio ao ex-presidente Lula (PT) já vinha sendo reforçado pelo próprio pedetista. Em entrevistas na imprensa potiguar, Carlos exaltava Lula e parecia não tomar conhecimento da pré-candidatura de Ciro Gomes (PDT).
Outro estado regionalmente importante que ambos os partidos fecharam acordo foi o Ceará, reduto eleitoral de Ciro Gomes. Por lá, petistas e pedetistas já mantinham uma aliança histórica, mas as recorrentes tensões nacionais estavam atrapalhando a costura local.
Porém, com a articulação do ex-governador Camilo Santana (PT), deputados federais José Guimarães (PT) e André Figueiredo (PDT), deputado estadual Acrisio Sena (PT) e o próprio senador Cid Gomes (PDT), PT e PDT mantiveram a aliança.
O acordo envolve a candidatura de Camilo ao Senado (tendo um nome do MDB ou PSD na primeira suplência) e uma candidatura do PDT ao governo cearense (com o PSD na vice). Até o momento, o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), e o presidente da Assembleia, Evandro Leitão (PDT), são os nomes mais cortejados para ser o candidato governista.
Contudo, a atual governadora Izolda Cela (PDT), que recentemente assumiu o Palácio da Abolição no lugar de Camilo, tem ganhado espaço nas articulações. De perfil mais conciliador, Izolda já foi filiada ao PT e mantem boa relação com o MDB de Eunício Oliveira e da ala petista liderada pela ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT).
A avaliação é que nos próximos meses, se a pedetista apresentar bons índices de popularidade e aprovação a frente do governo local, sua candidatura poderá ser consolidada, abrangendo um leque maior de aliança. Além disso, Izolda é reconhecida nos bastidores por ser um quadro do PDT não hostil a candidatura do ex-presidente Lula.