Por Antonio Lavareda
LULA, BOLSONARO E FHC SÃO APONTADOS COMO OS MELHORES PRESIDENTES DA NOVA REPÚBLICA. NA ELEIÇÃO, COM A SAÍDA DE MORO, BOLSONARO PULA PARA 30%.
1. LULA (46%), BOLSONARO (22%) E FERNANDO HENRIQUE (15%) FORAM CONSIDERADOS “O MELHOR PRESIDENTE ATÉ O MOMENTO”.
Vieram depois Itamar Franco (4%), Michel Temer (3%) e José Sarney (2%).No fim da fila, os dois que sofreram impeachment: Dilma Rousseff (1%) e Fernando Collor, com zero. Vários fatores interferem na memória coletiva. E a passagem do tempo é um deles. Como exemplo, o governo Sarney não foi presenciado por quase metade do eleitorado atual.
Mas não deixa de ser interessante notar que os ex-presidentes, ligados aos partidos que hoje buscam um candidato viável na autodenominada “terceira via“, reunidos somam muito mais admiração (24%) que a soma das intenções de voto dos respectivos pré-candidatos.
No outro lado da moeda, Jair Bolsonaro, com 40%, encabeça o ranking dos que foram classificados como o “Pior Presidente”, seguido por Dilma Rousseff (21%), Lula (14%), Collor (11%), Michel Temer (4%), FHC e Sarney, ambos com 2%, e Itamar Franco, com 1%.
2. DIMINUI A PERCEPÇÃO DO NOTICIÁRIO NEGATIVO (DE 54% PARA 51%) E AUMENTAM A APROVAÇÃO AO GOVERNO (DE 31% PARA 33%) E SUA AVALIAÇÃO POSITIVA (“O/B” VAI DE 26% PARA 29%).
Os que percebem as notícias como “mais favoráveis “ oscilaram positivamente dois pontos e são agora 13%.A desaprovação ao Governo recuou dois pontos, chegando a 63%. Ainda que o “Ruim/Péssimo” (54%) não se tenha mexido, no geral é a melhor avaliação obtida pelo Governo desde o início do ano em sete rodadas da pesquisa.
3. MELHORA A PERCEPÇÃO DE QUE A ECONOMIA CAMINHA NO “RUMO CERTO” (27% PARA 29%) ENQUANTO OS MESMOS 63% DA RODADA ANTERIOR CONTINUAM APONTANDO QUE VAI NO “RUMO ERRADO”.
O noticiário sobre o “vai e vem” dos novos dirigentes da Petrobras não parece ter agravado os já elevados temores da população quanto à condução econômica. E, de outro lado,o anúncio das seguidas quedas do dólar pode estar despertando algum otimismo.
4. SAÍDA DE MORO FOI O MAIOR PRESENTE, ATÉ O MOMENTO, À PRÉ- CAMPANHA DE BOLSONARO.
Há muito não se via nas intenções de voto do primeiro turno um movimento tão vigoroso em intervalo tão curto. O Presidente cresceu dois pontos na questão espontânea, chegando a 27%; e nada menos que quatro pontos na estimulada atingindo, pela primeira vez desde 2019, os 30%.
Quanto aos demais, Lula continua liderando a lista com os mesmos percentuais de 15 dia atrás – 36% de espontânea e 44% na lista.
A seguir vem Ciro Gomes, outro beneficiário visível da retirada do ex-juiz: ganha dois pontos e se aproxima dos dois dígitos, com 9%, além de ficar isolado voltando à terceira posição. Doria (3%) e Simone (2%) parecem ter herdado cada qual um ponto de Moro. Janones continuou com 1%. As menções a Felipe D´Ávila, Eymael e Vera não pontuam 1%.
5. NO SEGUNDO TURNO BOLSONARO (33%) CRESCEU DOIS PONTOS CONTRA LULA QUE OSCILOU PARA BAIXO UM (53%). A DISTÂNCIA QUE ERA DE 25 PONTOS EM JANEIRO DIMINUIU PARA 20.
Nos demais cenários há poucas alterações. A única mudança de posições é quando se enfrentam Bolsonaro e Doria. O primeiro, que na quinzena passada perdia por 40% X 37%, dessa feita inverteu e lidera na margem por 39% X 38%.
6. COMO É SABIDO, OS CENÁRIOS DE SEGUNDO TURNO ESTÃO ASSOCIADOS EM BOA MEDIDA ÀS RESPECTIVAS TAXAS DE REJEIÇÃO. NESSE QUESITO, BOLSONARO CONTINUA VINDO À FRENTE, EMBORA TENHA RECUPERADO DOIS PONTOS. OS QUE “NÃO VOTAM NELE DE JEITO NENHUM” ERAM 63% (E SÃO AGORA 61%).
Doria vem a seguir. Tinha 58%, e agora 57%; Lula oscilou um ponto a mais, indo a 43%; Ciro reduziu a rejeição dois pontos, marcando também 43%; Janones manteve a rejeição de 36%; Tebet também não alterou a sua, 35%; Felipe D’Ávila diminuiu dois pontos, para 34%.
7. INFLUÊNCIA POSITIVA DO APOIO DE MORO A UM CANDIDATO É DE 15%. A NEGATIVA, DE 27%.
Em situações assim, os candidatos costumam pesar os efeitos desse apoio e fazer muitas contas antes de buscá-lo. Mas à chamada terceira via de centro-direita, cujos postulantes têm percentuais muito discretos, esses 15% podem se afigurar como a promessa de um caminhão potencial de votos. Na verdade, de pouco valerá a qualquer um deles conseguir o apoio de Moro se não assumir para valer na campanha as bandeiras da Lava Jato simbolizadas por ele.
Antonio Lavareda é sociólogo, cientista político e diretor do Ipespe
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