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Análise: pesquisa Quaest no Rio não é tão ruim como parece

A pesquisa Quaest para o Rio de Janeiro era aguardada com ansiedade por todos que se interessam pela política fluminense. Segundo informado ao TSE, a Quaest realizou 1.200 entrevistas presenciais e a pesquisa custou R$ 123.500, pagos pelo banco Genial Investimentos. Para efeito de comparação, vejamos as características principais das quatro pesquisas para o Rio […]

14 comentários
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A pesquisa Quaest para o Rio de Janeiro era aguardada com ansiedade por todos que se interessam pela política fluminense.

Segundo informado ao TSE, a Quaest realizou 1.200 entrevistas presenciais e a pesquisa custou R$ 123.500, pagos pelo banco Genial Investimentos.

Para efeito de comparação, vejamos as características principais das quatro pesquisas para o Rio de Janeiro registradas no TSE em 2022, até a data de hoje (22 de março), incluindo a Quaest.

A Real Time Big Data foi divulgada há alguns dias. Com 1.500 entrevistas telefônicas, foi contratada pela TV Record e custou R$ 20.000.

A Gerp (que faz por conta própria) registrou uma outra pesquisa por telefone, cujas 1.500 entrevistas começaram a ser feitas no dia 21 de março. Possivelmente será divulgada ainda esta semana. Custou R$ 15.000.

Por fim, há uma outra pesquisa, da Prefab, também por conta própria, com 1.200 entrevistas por telefone, iniciadas no dia 17 de março, ainda não divulgada. Essa custou R$ 21.500.

Vamos aos números principais divulgados pela pesquisa Quaest.

Foram apresentados quatro cenários. No cenário I, com mais candidatos, Claudio Castro tem a liderança, com 21% das intenções de voto, seguido de Marcelo Freixo (Psol), com 17%, Rodrigo Neves (PDT), com 9%, André Ceciliano (PT), 4%, e Felipe Santa Cruz (PSD), com 3%.

A vantagem de Castro, embora seja uma má notícia para a oposição, não é assustadora, porque o terceiro, quarto e quinto lugar nas pesquisas são ocupados por lideranças de oposição.

Na segmentação por região, algumas características importantes dos candidatos vem à tôna. Freixo lidera na capital, com 24% (contra 20% de Claudio Castro e 8% de Neves), o que lhe confere uma vantagem estratégica. A cidade do Rio de Janeiro, além de abrigar 39% dos 12,5 milhões de eleitores fluminenses, exerce uma enorme influência sobre todo o estado.

Na Baixada,  Claudio Castro assume a liderança, com 22%, contra 15% de Freixo e 12% de Rodrigo Neves.

Já no interior, a vantagem de Castro se acentua: ele sobe para 24%, contra 14% de Freixo e 10% de Neves.

Em todas essas regiões, porém, os votos somados de Freixo, Neves e Santa Cruz superam os de Claudio Castro. Na capital, apenas os votos de Freixo e Neves somam 32%, 12 pontos à frente de Castro.

Vamos aos números presidenciais, que nos permitirão fazer uma análise de conjuntura mais abrangente.

Lula lidera com 39% no cenário I, com a presença de Moro, e 41%, no cenário II, sem Moro.

Bolsonaro tem 31% no cenário I e 32% no cenário II.

Ciro Gomes tem 5% no cenário I e 7% no cenário II.

Moro aparece com 5% e Janones, com 3%.

Tecnicamente, Ciro, Moro e Janones estão empatados. O percentual de indecisos na pesquisa estimulada é de 4% no cenário I e 3% no cenário II, ou seja, bem reduzido.

Na espontânea, Bolsonaro pontua 24%, 3 pontos à frente de Lula, que marcou 21%. Moro e Ciro tem apenas 1% cada.

Na simulação de segundo turno, o ex-presidente Lula mantém vantagem folgada em todos os cenários apresentados. No cenário I, contra Bolsonaro, Lula vence por 47% X 36% entre eleitores do estado do Rio de Janeiro, 11 pontos de diferença.

Para Freixo, o número mais promissor nesta pesquisa é o seu percentual quando se informa o eleitor sobre o apoio de Lula a sua candidatura. Neste caso, Freixo avança 11 pontos, de 30 para 41 pontos, liderando a pesquisa. Já Claudio Castro cresce apenas 2 pontos quando é indicado o provável apoio de Bolsonaro à reeleição do governador.

Conclusão

A eleição no Rio de Janeiro promete ser bastante nacionalizada. Castro e Freixo saem na frente também em função disso: ambos conseguiram colar em seus padrinhos.

Num distante terceiro lugar, Rodrigo Neves precisa superar seu maior desafio, que é achar um posicionamento politicamente adequado diante da polarização nacional. O ex-prefeito de Niteroi já sinalizou, mais de uma vez, que deseja oferecer palanque a Lula, mas o candidato do PDT tem tratado o ex-presidente como um inimigo. O resultado é a criação de um clima de guerra política entre militantes petistas e ciristas, o que é justamente o que Neves não queria, pois ele tenta atrair ao menos uma parte da base petista para sua campanha. Se os ciristas, seguindo a orientação do candidato a presidente do PDT, tratarem Lula como inimigo (“mentiroso”, “maior corruptor da história do Brasil’, para mencionar apenas alguns dos epítetos repetidos por Ciro ao se referir ao petista), isso irá tornar mais difícil a presença de Lula no palanque de Neves. Sem a presença de Lula, Neves ficará isolado no debate nacional, o que traz vantagens para Freixo.

Em 2018, Ciro obteve  1,3 milhão de votos no estado do Rio, ou 15,22% dos votos válidos totais. Segundo a Quaest, ele tem hoje cerca de 5,8% dos votos válidos fluminenses. Ou seja, Ciro perdeu centenas de milhares de eleitores no Rio.

Com apenas 5% dos votos totais no estado, Ciro deixa de ser um puxador de votos para Rodrigo Neves e se torna um estorvo para seus planos de construir uma campanha vitoriosa, que necessariamente teria que ser baseada numa relação mais orgânica com Lula.

Neves, contudo, ainda tem um trunfo, que é a rejeição de Freixo, a mais alta entre os candidatos. Segundo a Quaest, 47% dos eleitores disseram que “não votariam” de jeito nenhum em Marcelo Freixo.

Por outro lado, é uma rejeição mais ou menos descontada, pois se Bolsonaro tem 36% de votos no Rio de Janeiro, na simulação de segundo turno com Lula, então o problema de Freixo é baixar a sua rejeicão a um nível próximo a esse eleitorado bolsonarista.

A íntegra da pesquisa Quaest no Rio pode ser baixada aqui.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Anônimo

23/03/2022 - 23h30

Olhem só os sujos falando dos mal lavados, se a esquerda rouba a direita também rouba , se a esquerda não presta a direita também não, o centrão também não é confiável! Vamos aprender a separar o joio do trigo, vamos focar na vida pregressa do candidato, no caráter e nas atitudes e não se deixar levar por discursos permeados por demagogia e hipocrisia, muito menos pela retórica de políticos profissionais que fazem da política um trampolim para enriquecer às custas da população. Falem menos e ouçam, pensem e duvidem mais!

Walney Elton de oliveira

23/03/2022 - 17h27

Como vcs podem fazer uma pesquisa com o Marcelo freixo no PSOL? Ou é um erro grave ou má intenção mesmo pois o Marcelo freixo é do PSB

Pierre Magalhães

23/03/2022 - 17h21

Acreditar em pesquisa é Piada de brasileiro, todos sabem que o resultado da pesquisa é de acordo com as preferências do freguês.

Silvana

23/03/2022 - 13h29

Pelo título vemos a torcida. Pois saibam que um dia veremos essa maldita esquerda brasileira banida da nossa pátria.

Carlos Vieira

23/03/2022 - 10h29

Está eleição vai ser disputada entre três propostas: os que acham que o maior problema do Brasil é 1) a desigualdade, 2) a corrupção ou 3) as transformações na família tradicional…. façam suas escolhas

Márcio

23/03/2022 - 09h30

Kkkk lula na frente piada essas pesquisas eu faço pesquisa e posso afirmar que nenhuma delas são verdadeiras. As pessoas recebem para dar opinião etem um perfil determinado por quem encomenda as pesquisas.
Se Lula tivesse realmente na frente sairia nas ruas como fez no passado.
Alguns querem o bandido de volta para continuar o roubo
Sobre Freixo e outro safado vou votar no Castro para fugir da esquerda fedorenta

Antônio César Ferreira da Cruz

23/03/2022 - 07h04

Mais uma pesquisa sem credibilidade, uma vergonha para nossa nação, gente pelo amor de Deus esqueçam este bandido que arruinou o nosso país, chamado LULLADRÃO

Ricardo

23/03/2022 - 03h21

Em BANGU e em CURITIBA, já estão fazendo pesquisa para saber os ministros, caso o Lula ganhe as eleições.

Marco Aurélio

23/03/2022 - 00h26

#LuLaPresidente
#FreixoGovernador

Paulo

22/03/2022 - 23h13

Marcos e Ricardo, vocês deveriam buscar uma rola, gado de merda!

EdsonLuiz.

22/03/2022 - 21h34

Ex-presidiário até pode ser candidato, mas o eleitor eleger alguém que comandou o roubo de dinheiro público que deveria ser usado para a saúde, educação, como Lula e dirigentes de partidos parceiros, isto é realmente muito triste!

Só que o eleitor colocar na presidência, no lugar de um corrupto, outro político que é envolvido com rachadinhas e com milícias p, como o jair bolsonaro, é igualmente triste!

Marcos Lima

22/03/2022 - 19h07

Segundo o instituto quaest, o Lula já pode circular pelas ruas do Rio de Janeiro, sem se preocupar em ser chamado de ladrão, nem ter ovos e tomate arremessados contra ele.

Ricardo alves

22/03/2022 - 17h04

Como pode um ex presidiatio ser presidente so no brasil.

    Luiz Alberto

    23/03/2022 - 08h13

    Quando a prisão é política e mentirosa, há vários presidentes no mundo eleitos e aclamados.


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