Com a desistência de Jaques Wagner (PT-BA) na disputa pelo Palácio de Ondina, a cúpula do Partido Progressista (PP), que atualmente é aliada do PT no estado, já realiza seus movimentos para buscar uma “saída honrosa” do imbróglio causado pelo grupo governista.
O fato é que o anúncio de que o governador Rui Costa (PT) ficará no governo do estado até dezembro deixou um clima de frustração e fúria no PP baiano, especialmente no vice-governador João Leão (PP) e o seu filho, deputado federal Cacá Leão (PP-BA).
Com isso, o grupo pepista já ensaia uma leve aproximação com o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (UB), pré-candidato ao governo estadual. Vale lembrar que quantitativamente, o PP possui relevo no que diz respeito ao número de prefeituras e deputados no legislativo.
Os movimentos indicam que Leão e o próprio Neto devem analisar a situação juntamente com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), manda chuva nacional da sigla. Outra possibilidade, mais remota, seria de João Leão lançar candidatura própria ao governo.
Por outro lado, se concretizada a aliança com Neto, a candidatura governista entraria na disputa com limitações no que diz respeito as alianças políticas, podendo gerar um enfraquecimento. É bom ressaltar que, na base aliada, também existe o risco de debandada pelo lado do PSD, importante legenda na Bahia.
Outro ponto a se observar é que o possível acordo do PP com o grupo de oposição também isolaria a pré-candidatura de João Roma (Republicanos), que em tese seria o candidato de Jair Bolsonaro (PL) no estado. A maioria do seu próprio partido defende aliança com Neto, no 1° turno.
Na Bahia, é consenso entre as lideranças que o cálculo equivocado de Rui em ter lançado, de forma unilateral, sua candidatura ao Senado e a desistência de Jaques deixaram um vácuo que pode resultar na implosão da base aliada.
Na semana passada, Rui e o senador Otto Alencar (PSD-BA) chegaram a fazer um acordo sobre uma candidatura do pessedista ao Palácio de Ondina, tendo o petista como seu principal fiador, mas a dupla enfrentou fortes resistências por parte do PT da Bahia.
Além disso, o próprio Otto não conseguiu convencer a maioria das outras lideranças da base. Diante do racha iminente, Alencar desistiu de investir na candidatura ao executivo baiano e vai tentar a reeleição para o Senado.