O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, esclareceu na manhã desta terça-feira, 8, que ainda não bateu o martelo sobre sua filiação ao PSB e deixou claro que ainda mantém diálogo com outros partidos.
A declaração foi dada após especulações, inclusive do próprio presidente do PSB, Carlos Siqueira, de que Alckmin já teria decidido ingressar nas fileiras socialistas.
Vale lembrar que na manhã de hoje, o ex-governador teve um encontro com Siqueira, o prefeito de Recife, João Campos, o ex-governador de São Paulo, Márcio França, e o deputado estadual Jonas Donizete (PSB-SP).
“Hoje pela manhã tomei um bom café com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, ao lado de João Campos, Márcio França e Jonas Donizete. A reunião foi muito produtiva e provou haver convergência política e vontade de união em benefício do país”, declarou Alckmin na sua conta do Twitter.
“Sigo conversando com outros partidos que buscam uma unidade de ação em defesa da democracia e de melhores condições de vida para o nosso povo. Até a próxima semana definirei a minha filiação partidária. Abraço a todos”, prossegue.
É bom lembrar que além do PSB, o ex-governador conversa com o PV, PSD de Gilberto Kassab e o Solidariedade. Alckmin, que é cotado para ser vice na chapa do ex-presidente Lula, deixou o PSDB em dezembro, partido que foi filiado desde 1988.
EdsonLuiz.
08/03/2022 - 18h03
Fazer carga contra Geraldo Alckmin apenas para atingir Lula é no mínimo ciúme por os dois terem se aproximado depois de décadas de divergência intestinal; quando não for coisa pior, que seria a pura e simples covardia.
Cabe sempre as críticas, quando fundamentadas, em relação a Lula, a Alckmin ou a qualquer outra personalidade pública, mas primeiramente cabe ressaltar que críticas a alguém devem ser fundamentadas e não serem feitas em forma de guerra, com o objetivo de vingança, desconstrução leviana, desqualificação política sem fundamento ou mesmo por ciúme.
A Geraldo Alckmin cabem críticas avaliativas, mas cabem também elogios!
Geraldo Alckmin foi um dos nomes que apareceram sob codinomes criados por corruptores operando em favor da empresa Oderbrecht. Na planilha da Oderbrecht Geraldo Alckmin aparecia sintomaticamente sob o codinome ‘Santo’. Era esse codinome, ‘Santo’, uma referência à religiosidade de Geraldo Alckmin, mas na escolha desse codinome para Alckmin pelos corruptores poderia ter também um traço de ironia, sugerindo que Alckmin posasse de santo, mas fizesse algumas diabruras às escondidas, configurando ser ele um falso moralista, o que ele não é!
Não há falso moralismo por parte de Alckmin. Alckmin não se faz de santo e às escondidas é um corrupto! O fato de o nome de Alckmin constar nas planilhas-mapas da empreiteira Oderbrecht que desenham corrupção e corruptos pode ter se dado por terceiros operando em seu nome, mas não sob sua orientação ou sua concordância. A justiça inocentou Geraldo Alckmin!
A história de Geraldo Alckmin mostra que ele é um homem probo, nunca envolvido com falcatruas com dinheiro público ou privado. Atos administrativos de Alckmin podem ser criticados por adversários. Eu vejo muitas críticas à sua gestão como governador, e muitas das críticas que vejo contra ele eu acho que procedem. O que eu não gosto nessas críticas é que elas são feitas em forma de guerras políticas, do que eu sempre reclamo porque política não é guerra e guerras sempre acontecem exatamente quando as políticas falham ou quando alguém ou alguma força está interessada em guerra e não em política. É por isso que eu sempre afirmo que quem faz política como guerra não está fazendo política, está fazendo antipolítica! Quem faz guerra política está matando a política! O bolsonarismo faz sempre antipolítica! O petismo faz muitas vezes antipolítica! Quando alguém em política não está fazendo política, ele está fazendo guerra!
Alguém, ao ler, pode dizer que eu estou defendendo Alckmin porque sou defensor de Alckmin. Nada mais errado! Eu nunca votei em Alckmin! Eu não concordo politicamente com Alckmin! Quem reage dizendo que eu defendo Alckmin está reagindo da mesma forma como os petistas reagem quando eu defendo o ex-juiz Sérgio Moro das covardias contra ele praticadas por parte de quem se sente atingido por ele ter conseguido provar e prender inúmeros políticos e empresários poderosos, com seus atos decisórios em relação às provas contra os corruptos – todos os seus atos decisórios – confirmados e reconfirmadas pelas instâncias e juízes seguintes cujo trabalho é avaliar provas, o TRF e o STJ.
Esse petistas vivem repetindo que eu sou defensor do ex-juiz, mesmo eles sabendo que eu não sou defensor dele e apenas o defendo em relação ao seu trabalho de combate à corrupção, que foi um trabalho exemplar, excetuados os erros estritamente rituais, erros esses meramente processuais, que depois foram usados como desculpas até por membros do próprio judiciário, alguns deles mesmos também investigados pelas operação Lava-Jato, para rasgarem as provas e fazer voltar à primeira instância processos contra corruptos que já haviam sido julgados e confirmados por instâncias seguintes.
Do mesmo modo como eu não sou defensor do ex-juiz Sérgio Moro, eu não sou defensor do ex-governador Geraldo Alckmin! Com Sérgio Moro e com Geraldo Alckmin eu não tenho nenhuma identidade política, nunca votei e nunca votaria em nenhum dos dois. O que faço é apenas defendê-los de acusações e críticas quando as considero covardes. E faria essa defesa contra covardias praticadas contra qualquer um, concordasse ou discordasse dele!
Eu reconheço as qualidades que eles possuem, embora com eles eu não tenha nenhuma concordância política. E defendo porque há que se ser magnânimo! As críticas avaliativas, se faço e quando faço, procuro fundamentar sem viés ideologizante!
O Alckmin é um político ideológicamente ultra-conservador! Alckmin é ligado à organização católica Opus Dei. A Opus Dei tem tradição de alinhamento com políticas ultra-conservadores nos aspectos culturais, religiosos e de costumes. Do mesmo modo, o ex-juiz Sérgio Moro mostra um grande conservadorismo na abordagem de muitos temas: na forma de lidar com o combate à violência, por exemplo. Mas uma coisa são as críticas fundamentadas, outra coisa completamente diferente é a guerra política e o linchamento retórico, que eu repudio! Tanto Alckmin quanto Sérgio Moro, como todo mundo, possuem qualidades e defeitos. Um balanço entre as qualidades e defeitos, tanto de um quanto de outro, lhes são favoráveis, diferenças políticas entre mim e eles à parte!
A Alckmin o que é de Alckmin!
A Moro o que é de Moro!
Edson Luiz Pianca