Atos presenciais e virtuais vão marcar o Dia Internacional das Mulheres neste 8 de março em todo o país. A luta é pelo fim do governo Bolsonaro, por um Brasil sem machismo, racismo e fome
CUT e Movimentos de Mulheres – Neste 08 de março de 2022, Dia Internacional das Mulheres, as trabalhadoras brasileiras, as feministas e movimentos sociais ocupam as ruas e as redes sociais para protestar contra a política genocida de Bolsonaro e afirmar em alto e bom som: ele não, ele nunca mais! As mobilizações, que têm como tema
“Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais, por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome”, ocorrem em todo o país e abrem uma ampla agenda de luta que os movimentos sociais estão organizando para este ano decisivo.
Numa extensa pauta de reivindicações, as mulheres afirmam que vão priorizar a luta pela derrubada do presidente Jair Bolsonaro (PL) do poder porque essa é uma luta necessariamente feminista, anti-imperialista, anticapitalista, democrática, antirracista e antiLGBTQIA+fóbica.
É ainda uma luta em defesa da vida das mulheres, contra a fome, a carestia, a violência, o desemprego, pela saúde, pelos seus direitos sexuais, direitos reprodutivos e pela justiça reprodutiva, em defesa do SUS e dos serviços públicos gratuitos e de qualidade
Leia aqui o manifesto completo “Pela Vida das Mulheres, Bolsonaro Nunca Mais! Por um Brasil sem machismo, racismo e fome.
A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, Juneia Batista, ressalta que a luta das mulheres CUTistas além do Fora Bolsonaro é também pela eleição de Lula para a Presidência da República para garantir mais justiça social e direitos sociais e trabalhistas, e por mais mulheres na política.
“O manifesto foi construído num consenso com vários movimentos feministas, mas nós mulheres trabalhadoras da CUT temos ainda reivindicações políticas. Precisamos aumentar a representatividade das mulheres no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas, mas que sejam eleitas não apenas pelo gênero”, afirma Juneia.
Apesar do eleitorado brasileiro ser em sua maioria composto por mulheres (52,5%), sua representatividade ainda é pequena no Congresso Nacional. Das 513 cadeiras na Câmara dos Deputados, apenas 77 são ocupadas por deputadas, o que corresponde a 15% do total. No Senado somente 12 mulheres foram eleitas para as 81 vagas, o que equivale a uma participação feminina de 14%.
“A gente precisa de compromissos no combate à violência, ao empoderamento, salários iguais e garantia de equidade”, completou a dirigente, que listou ainda uma série de bandeiras de luta das Mulheres CUTistas que serão levadas às ruas, entre elas:
– Importância do voto consciente para retirar Bolsonaro do poder
– Lula presidente
– Pelo fim dos processos de privatização das nossas estatais;
– Pela revogação da reforma Trabalhista (este tema segundo Juneia é inegociável para as mulheres da CUT);
– Rever a lei das terceirizações;
– Pela revisão da reforma da Previdência;
– Pelo arquivamento da PEC 32, da reforma Administrativa;
– Adoção e ratificação da convenção 190 da Organização Mundial do Trabalho sobre a violência no mundo do trabalho que sofrem, principalmente, as mulheres negras e pessoas com orientação sexual diferente dos chamados heterossexuais;
– Pelo fim do desmatamento da Amazônia.
A desigualdade entre homens e mulheres
Distribuição de renda
A partir de 2007, a política de valorização do salário mínimo, uma luta da CUT aprovada no governo Lula, promoveu efeitos especialmente positivos para as mulheres. Quem recebia até um salário mínimo, viu seus rendimentos subirem em 76,5%, de 2002 até 2016.
Para mais de 12 milhões de mulheres, notadamente as trabalhadoras domésticas, reduziu-se o fosso salarial que as separava dos homens.
O rendimento médio nominal entre as mulheres menos escolarizadas cresceu 183%, entre 2004 e 2014.
Para aquelas com maior escolaridade, foi de 94%.
Com o fim da política de valorização do salário mínimo, decisão do governo Bolsonaro, em 2019, as mulheres foram as mais afetadas. Atualmente, 37,4% das mulheres ocupadas recebem até 1 salário mínimo o que equivale a 13,526 milhões de mulheres.
Desemprego das mulheres é maior
Enquanto a taxa de desemprego foi de 9,0% para os homens no trimestre encerrado em dezembro de 2021, a das mulheres foi de 13,9%.
Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 9,0%, muito aquém do resultado para os pretos (13,6%) e pardos (12,6%).
Os rendimentos das mulheres em comparação com os homens 81%; no caso das mulheres negras em comparação com os homens brancos é de 61,2%. (dados do 3T de 2021).
Piora da qualidade de vida na pandemia
O estudo “Sem Parar – O trabalho e a vida das mulheres na pandemia”, da Gênero e Número e da Sempreviva Organização Feminista, Realizada entre abril e maio de 2020, apontou que 50% das mulheres passaram a se responsabilizar pelo cuidado de alguém na pandemia.
Entre as que cuidam de crianças, 72% afirmaram que aumentou a necessidade de monitoramento dentro do domicílio. Essa responsabilização pelos cuidados da casa e dos membros da família – como crianças e idosos – ficou ainda mais presente na pandemia, o que dificulta a participação da mulher no mercado de trabalho”.
Feminicídio
Nos primeiros seis meses de 2021, quatro mulheres foram mortas por dia no Brasil por um atual ou ex-parceiro, totalizando 666 vítimas de feminicídio de janeiro a junho de 2021, de acordo com dados de um levantamento inédito do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Os casos de estupro em geral e de vulnerável, com vítimas mulheres, aumentaram 8,3% no país no primeiro semestre de 2021, em comparação ao mesmo período de 2020, quando houve subnotificação devido à pandemia.
A vulnerabilidade econômica e a violência
O desemprego das mulheres agrava vulnerabilidades, potencializa todos os tipos de violência, incluindo a sexual e a doméstica. Superar as desigualdades de renda das mulheres e construir políticas de trabalho, emprego e renda com este fim é uma forma de lidar com as violências que elas sofrem.
Segundo a pesquisa do IBGE, a participação das mulheres sem filhos na força de trabalho é 35,2% maior em relação à participação daquelas com filhos. Ao contrário, os homens que têm filhos não enfrentam nenhuma desvantagem, já para mulher com filhos, significa que não vai se dedicar totalmente ao trabalho. A maternidade é um dos principais motivos de discriminação sofrida por mulheres no mercado de trabalho
Por todos esses motivos, a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional convoca as mulheres a participarem das manifestações com todos os cuidados como o uso de máscara, álcool gel e distanciamento social.
Confira onde haverá atos
São Paulo
Ato a partir das 16h com concentração na Avenida Paulista, em frente ao Masp e após caminhada até a praça Roosevelt, na região central
Santa Catarina
Em Florianópolis, no dia 8 de março será feita uma marcha, com concentração às 12h no Ticen.
13h – início de panfletagem e agitação
18h – concentração para marcha
Antes, porém, deverá ser realizado um Cine Debate no dia 28/2 e uma feira feminista no dia 5/3 (sábado)
No domingo (6) das 13h às 20hserá realizada a Exposição “Eu Asa Sou Ares” em mulheragem à Elza Soares, no Armazém Coletivo Elza Soares (Rod. Gilson da Costa Xavier, 1384 – Sambaqui)
Chapecó
Mobilização na Praça Central, das 9h às 13h, com atividades culturais, música e ato político
Joinville
Ato na Praça da Bandeira, às 18h
Lages
Atividades das 9h às 17h, na Associação de Moradores e Amigos do Bairro Popular, com feirinha, distribuição de materiais educativos, ponto de arrecadação de absorventes, rodas de conversa, palestras e atividades culturais.
Rio do Sul
Panfletagem com material da CUT sobre a pauta do dia das mulheres, de manhã e à tarde, e panfletagem virtual com material da CONFETAM
São Miguel do Oeste
Ato na Praça Municipal Walnir Bottaro Daniel, às 9h
Ações em outras datas em Santa Catarina
Blumenau
11/3 (sexta-feira) – Ato público pela vida das mulheres, Bolsonaro Nunca Mais | 18h30, no Parque Ramiro Ruediger
Caçador
12/3 (sábado) – Distribuição de materiais informativos e apresentações culturais | 9h, no Largo Caçanjurê
Rio do Sul
– 3/3 (quinta-feira) – Fala na Câmara de Vereadores – Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – Sindicato faz parte com uma cadeira;
– Participação em encontros promovidos pelos SUAS – rodas de conversas sobre a mulher de hoje;
– 7/3 (segunda-feira) – Fala da ” Associação Cultural Anastácia da Raça Negra” na Tribuna da Câmara de Vereadores de Rio do Sul.
– O Fórum das Entidades realizará uma ação que já aconteceu em anos anterior chamado “Sapatos falantes” – em que sapatos com mensagens são distribuídos na cidade na madrugada do dia 08 e encontrados pela comunidade ao saírem ao trabalho.
Paraná
Em Curitiba a concentração será na Praça Santos Andrade às 16h30 – com apresentação cultural de todos os coletivos, movimentos, blocos (esquenta para a marcha)
Às 18h30 será a saída da marcha da Santos Andrade, João Negrão, Marechais, XV e Boca Maldita.
Em Londrina: a concentração será às 17h30 no Calçadão da cidade.
Em Apucarana no dia 8, a partir das 15 horas haverá a Feira empreendedora com atrações culturais na Praça Rui Barbosa e às 18h a Marcha das Mulheres
Além de Curitiba, Apucarana e Londrina serão realizadas atividades nas cidades de Toledo, Foz do Iguaçu, Cascavel, São José dos Pinhais, em horários e locais a serem confirmados.
Rio Grande do Sul
Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a atividade será a partir das 12 h no Largo Glenio Peres com uma grande tenda. No final da tarde haverá uma marcha com concentração na esquina Democrática.
Minas Gerais
Belo Horizonte, Minas Gerais – Ato unificado na Praça da Liberdade às 16 horas.
Rio de Janeiro
Atividade presencial com concentração na Candelária e saída em caminhada em direção a Cinelândia, em horário a ser definido
Espirito Santo
Em Vitória, capital do estado haverá um ato presencial unificado, com concentração a partir das 14h em frente à Costa Pereira no centro da cidade.
Distrito Federal
Em Brasília a concentração para o ato será às 17h, no Museu da República. De lá, as militantes seguirão em marcha pela Esplanada dos Ministérios até a Alameda das Bandeiras.
Goiás
Em Goiânia, capital do estado, a concentração será a partir das 9h na Catedral Metropolitana com encerramento na Praça do Trabalhador.
Alagoas
Na capital Maceió, as mulheres realizam ato Público no Centro da cidade com panfletagem, panelaço; batucadas, faixas, cartazes e alegorias. Concentração será às 8h na Praça dos Martírios de onde sai em caminhada em direção à Praça Deodoro.
Ceará
Em Fortaleza, a concentração será a partir das 14h, com feira feminista solidária, na Praça do Ferreira com cortejo pelo centro com paradas temáticas: Fora Bolsonaro, contra o machismo, contra o racismo, contra a fome. A manifestação será finalizada com ato político cultural na praça do Ferreira e homenagem à Elza Soares.
Bahia
Em Salvador, terá caminhada do Campo Grande a Praça da Piedade às 14h. Também está prevista a distribuição de marmitas em frente a Câmara municipal de Salvador (horário a definir), simbolizando a fome.
Pará
Em Belém terá concentração às 17h na praça da República. Depois haverá caminhada até São Brás.
Em Marabá será um ato de rua com intervenção nos sinais sobre feminicídio, violência obstétrica e violência doméstica da Praça São Francisco até a Câmara Municipal, em horário a ser definido.
Nos demais estados, os atos ainda estão sendo organizados e havendo uma definição os locais e horários serão atualizados pelo Portal CUT Nacional.