A pesquisa Ipespe, que entrevistou telefonicamente 1.000 pessoas entre os dias 21 e 23 de fevereiro, e custou R$ 42 mil (pagos pela XP), mostra a consolidação da expectativa de vitória do ex-presidente Lula, que voltou a oscilar 1 ponto para cima e atingiu 59%.
Outros 29% acreditam na vitória de Bolsonaro, 3% tem esperanças de que o novo presidente será Sergio Moro, e apenas 2% botam fé em Ciro Gomes.
Na estimulada, houve variações mínimas. Lula se mantém isolado na liderança, com 43%, mesmo índice da pesquisa anterior. Nos últimos meses, Lula tem oscilado de 43% a 44%.
Bolsonaro ganhou 1 pontinho e foi para 26%. Desde o início do ano, o presidente já cresceu 2 pontos. A melhor performance de Bolsonaro foi atingida em maio de 2021, quando ele pontuou 29%.
Sergio Moro ficou estagnado em 8%, muito longe de seus 18% do início de 2020, logo após sair do governo, e abaixo dos 11% que pontuava no início de sua nova caminhada, em novembro de 2021, após voltar dos Estados Unidos.
Ciro Gomes oscilou 1 ponto para baixo em relação à última pesquisa, de duas semanas atrás. Tinha 8% e agora tem 7%. A melhor performance de Ciro na Ipespe aconteceu em setembro e outubro, quando pontuava 11%.
Na pesquisa espontânea, começa a se notar uma dinâmica preocupante para a oposição, que é o crescimento lento, mas constante, de Bolsonaro desde o final do ano passado, embora este ainda não tenha ultrapassado a marca psicológica de 25% a 26%, que é o seu máximo. Hoje ele tem 25% .
Nas projeções de segundo turno, o ex-presidente Lula vence com larga margem todos os seus adversários. Contra Jair Bolsonaro, o petista vence por 54% X 32%, vantagem de 22 pontos.
Contra Sergio Moro, a vitória de Lula seria de 52% X 31%, margem de 21 pontos.
Ciro Gomes seria o adversário mais fácil para Lula, porque o venceria com margem de 26 pontos: 51% X 25%.
Num eventual segundo turno entre Ciro e Bolsonaro, o pedetista venceria por 47% X 35%, margem de 12 pontos.
A Ipespe apurou que a rejeição ao governo Bolsonaro permanece alta: 63% dos brasileiros a desaprovam, contra 31% que a aprovam. Não seria ilógico supor que esses 31% de aprovação constituam a margem superior até onde as intenções de voto de Bolsonaro podem chegar.
O apoio à democracia continua crescendo: segundo a pesquisa, 69% dos brasileiros responderam que preferem a democracia a qualquer outra forma de governo.
Entretanto, o brasileiro médio continua muito conservador em termos de costumes, com 58% favorávis a redução da maioridade penal, 58% contra a legalização do aborto e 69% contra a liberalizaçào do uso de drogas. É interessante notar, contudo, que a maioria de 54% dos brasileiros se posicionam contra o porte de armas.
Conclusão
Parodiando Mark Twain, aqueles que preveram a “morte política” antecipada de Bolsonaro foram excessivamente otimistas. Com essa Ipespe, agora temos várias pesquisas mostrando a resiliência do presidente, cujas intenções de voto pararam de cair e vem registrando lenta mas firme recuperação desde o final de 2021. Isso é mais um fato a reforçar a necessidade, por parte dos líderes da oposição, a trabalhar com muita prudência, evitando movimentos que desviem o foco do principal: derrotar Jair Bolsonaro.
Acessar a íntegra da pesquisa aqui.